Qual seu número? - Karyn Bosnak

>>  terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BOSNAK, Karyn. Qual seu número?. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2011. 414p. Título original: What’s your number?.

“Qualquer mulher, por mais idiota que fosse, teria terminado o namoro, eu, por outro lado, não era uma idiota qualquer; eu era uma idiota otimista. Achei que poderia ajudá-lo.” p. 235

Mesmo depois de ver algumas resenhas bem positivas eu comecei a ler este livro sem grandes expectativas, isto porque chick-lits quase sempre se mostram “mais do mesmo”, não que isso seja negativo, mas se os outros fatores não colaborarem é um porre. Felizmente a fórmula aqui funciona e se você gosta do gênero, mesmo com os clichês, com certeza você vai adorar e rir muito (muito mesmo) com a protagonista de Qual seu número? da americana Karyn Bosnak.

A situação é cada vez mais comum hoje em dia. Mulher, na faixa dos 30 anos, solteira e independente ou quase isso no caso da protagonista. Se não acontece com você, tenho certeza que você tem algumas amigas que se encaixam na descrição acima, o que nem sempre é uma coisa ruim, mas eis que surge uma pesquisa. Segundo um jornal dos EUA, a média de caras que uma mulher já dormiu neste caso é de 10,5 homens. E você que tenho certeza está fazendo contas mentalmente se preocuparia com este número?

Delilah Darling se preocupa e muito! Se preocupa tanto com o seu absurdo número 19 que se sente uma galinha, sente que sua chance está se esgotando e que precisa acertar de uma vez, precisa encontrar o cara certo. E promete não dormir com mais ninguém, até conhecer o cara ideal, 20 é o seu número.

Mas, nem tudo são flores na vida das protagonistas de chick-lits. E eis que depois de perder o emprego (sim, ela também está acima do peso, eu avisei sobre os clichês), ela acaba se embebedando com outros colegas de trabalho vítimas do mesmo infortúnio e acaba na manhã seguinte... na cama do seu chefe. Chefe pode ser uma coisa legal certo? Nãooo! Roger era um porco esquisito, gordo, que usava cintos estranhos e sua manhã romântica (visualize) termina com ele na cama coçando a bunda e depois cheirando... (eca, eca, eca), sim ela também sentiu nojo, mas ai já era tarde demais.

Como até seu número 20 está perdido ela resolve apelar e acaba indo a Igreja se confessar. Nada contra, mas digamos que Delilah não frequenta uma igreja desde o ensino médio e sinceramente, descrever para o padre seu número 20 não é nada aconselhável. Mas a nossa protagonista é tão rodada azarada que descobre no padre... a sua segunda transa. Oh meu Deus, ela é tão ruim de cama que o cara virou Padre, ops, não diga nomes em vão...

“- Vou vê-la na missa amanhã? – pergunta ele.
- Provavelmente não – eu digo -, mas talvez possamos tomar um café qualquer dia desses.
- Está me chamando para um encontro? – diz ele, em tom de piada.
- Bom, você assistiu a Pássaros feridos, não?
Daniel não diz nada.
- Brincadeira!
- Oh, graças a Deus! – ele suspira.” p.399

Daniel, o Padre, muito gente boa por sinal, sugere que ela faça uma lista e pense porque nenhum destes relacionamentos deu certo. Mas como nossa protagonista não é nem um pouco sutil, ela resolve fazer a lista e ir atrás de cada ex namorado ou ex transa (de uma noite em uma cama elástica) que ela já teve na vida. Bom, se der certo ela acha o homem da sua vida e não aumenta o seu número.

E é então que com a ajuda quase virtual de seu vizinho irlandês super gato e foto Colin, ela começa a localizar onde foi parar cada um dos números de sua lista, além de saber previamente o estado civil e a orientação sexual de cada um. Isto sobre os protestos de sua melhor amiga Michelle, escondendo sua demissão de sua mãe e da sua irmã mais nova - que está prestes a se casar.  Não, ela jura que o fato da irmã mais nova ter achado o cara perfeito não tem nada a ver com isto.

Bom, Delilah cai na estrada, literalmente. De posse de um carro alugado, dirigindo a 60km por hora, ela irá atrás de todos aqueles caras. O que queria ser dublê, o loiro gostosão da obra ao lado, o cara da cama elástica e aquele que era fissurado pelo próprio cachorro a ponto de deixá-lo em cima da cama durante a transa. Ela tem 20 convites ao desastre para procurar, e nós rolamos de rir com cada um deles.

Qual seu número? tem um início chatinho e com muitos chichês: mulher acima dos 30, acima do peso, desempregada, solteira e completamente doida. Mas, isto dura apenas uns 2 capítulos e você logo fica fisgada pela história. Independente de todas as coisas muito sem noção que acontecem você chora de rir, tem cenas hilárias e eu passei vergonha demais lendo em público.

Eu não gostei da capa, nunca gosto da capa dos filmes, até porque a Delilah é descrita no livro como uma mulher meio cheinha, de olhos e cabelos castanhos; então não me acostumei com esta loira magrinha na capa. Colin – o vizinho de pernas grossas e abdômen definido humm – é um personagem ótimo, a mãe dela é uma comédia e a protagonista um convite ao desastre, ela me lembrou um pouco a Bridget Jones.

O livro foi adaptado para o cinema pela FOX com o mesmo título, mas pelo jeito a história é bem diferente. Não vi o filme, mas só de assistir ao trailer vi que não tem muito da trama. No filme a protagonista se chama Ally (Anna Faris) e seu vizinho (Chris Evans) tem uma participação bem mais próxima na busca. Deixo o trailer abaixo:

Para quem  gosta de chick-lits eu super indico, o livro garante muitas risadas. Leiam!

Avaliação (1 a 5): 

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