Bridget Jones: No limite da razão - Helen Fielding

>>  sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

FIELDING, Helen. Bridget Jones: No limite da razão. 12 ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003. (Bridget Jones, v. 2). Título original: Bridget Jones: the edge of reason.

“Ele não telefonou. Que merda. Estou tão confusa. Todo o mundo dos namores parece um hediondo jogo de blefes e blefes sobre blefes, com homens e mulheres disparando uns nos outros de linhas opostas de sacos de areia. É como se existisse um conjunto de regras que a gente deve cumprir, mas ninguém sabe quais são, e portanto todo mundo cria as suas próprias. Então a gente acaba levando um fora porque não seguiu corretamente as regras, mas como se podia esperar que o fizesse, quando não se sabia quais eram, para começar?” p. 127

Bridget Jones é a personagem pioneira e mais famosa dos chick-lits, eu já contei tudo para vocês sobre ela na resenha do primeiro livro, O diário de Bridget Jones. Com o lançamento de um terceiro livro, 10 anos após os anteriores, resolvi reler os dois primeiros para resenhá-los por aqui, e hoje conto para vocês tudo sobre Bridget Jones: No limite da razão da Helen Fielding.

Bridget Jones, solteira, 32 anos, ao lado das inseparáveis amigas Jude e Sharon, tentou, tentou com afinco, mas nunca conseguiu entender os homens. Nem sua coleção de livros de autoajuda resolvem o problema, Homens continuam sendo de marte, mulheres com certeza são de Vênus e ela nunca sabe o que esperar do sexo oposto. Seu emprego é um desastre, ela está sempre lutando com a balança, não consegue parar de fumar e muito menos de beber... Além disso Bridget tinha uma paixão pelo chefe safado e é empurrada pelos pais para um advogado divorciado. E a saga continua...

A partir daqui contém spoilers se você não leu O diário de Bridget Jones.

Ela conseguiu! Ela sofreu, se descabelou, protagonizou desastre astronômicos, mas enfim, arrumou um namorado. Mark Darcy é carinhoso, lindo, bom de cama e bem resolvido. Mas quem imaginou que tudo isso era simples se enganou, agora a vida de Bridget está muito mais complicada. Ela precisa pensar para onde os dois estão caminhando, precisa aprender a organizar jantares esplendidos, a ser uma mulher moderna e independente que deixa seu homem cada vez mais apaixonado.

Resultado?! Desastre total. Surgem novos e novos problemas. Suas amigas olham de cara torta para suas noites ocupadas pela companhia de Mark, insistem em pregar a liberdade feminina... Bom, isso quando Jude não está de novo nas garras de Richard, o Vil; já Sharon insiste em negar um pseudo relacionamento com seu amigo, Simon. Enquanto isso, seus pais estão muito felizes com a condição de comprometida da filha, embora sua mãe, goste de lembrar que hoje em dia as mulheres entregam tudo de bandeja, e claro, para que o homem vai querer se casar se já tem tudo de interessante de mão beijada?! Seu trabalho continua maluco e completamente degradante, seu chefe é um louco total.

Ela ainda precisa lidar com uma falsa amiga que flerta descaradamente com Mark e as loucuras que só ela consegue arrumar. Isso tudo vai envolver um enorme buraco na parede, uma dívida bancária, férias tropicais infernais e muito mais... Quem disse que arrumar um namorado depois dos trinta era difícil, não sabe o que é preciso fazer para mantê-lo. E a saga da inglesa mais insana de todos os tempos continua.

“Senti um conhecido lampejo de inveja da facilidade do sexo gay, em que as pessoas parecem transar imediatamente umas com as outras apenas porque as duas estão a fim e ninguém se preocupa com os três encontros antes da primeira trepada, nem com quantos dias um novo relacionamento fica em suspenso depois dela, para avaliar as emoções e só então prosseguir.” p. 93-94

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Continua completamente sem noção e com cenas hilárias. Frases como esta aí em cima permeiam todo o livro, os pensamentos "profundos" da nossa protagonista maluca garantem frases divertidas e conclusões malucas. A coitada da Bridget sofre muito, mas não aprende nunca.  Por um lado eu dei altas risadas com as confusões em que ela se mete e torci muito por seu namoro com o Sr. Darcy. Por outro, tive preguiça dela não aprender nada nunca, e continuar tão inconsequente e cabeça oca como no primeiro livro.

Esperava que ela tivesse melhorado um pouco,  e tive esta mesma impressão da primeira vez em que li a continuação. Ela faz cada merda e se enfia em cada enrascada, que é difícil de acreditar. Eu gosto deste exagero todo dos chick-lits com uma veia mais forte de comédia, mas Bridget consegue irritar em alguns momentos. Principalmente porque a evolução é mais lenta que no primeiro, os desdobramentos demoram a acontecer e o final é meio corrido.

Todo mundo tem falado que o terceiro volume - lançado este ano pela Cia das Letras - não é legal, mas estou curiosa para ler, foi uma personagem que deixou saudade. Apesar de ser tão maluca, Bridget é uma dessas personagens queridas, que você sorri com ela, gargalha das suas trapalhadas e torce para ela ser feliz. Torci muito por todo mundo, gosto muito dos coadjuvantes que são bem desenvolvidos e curti bastante a leitura.

O legal é que neste livro a autora mostra um pouquinho o lado do homem nesta enrascada toda. Das dificuldades deles conseguirem atender a tantas expectativas, lidarem com as melhores amigas que sabem mais do que ele sobre sua relação e ainda ser analisado minuciosamente baseado nos livros de autoajuda. Mark é muito sério e você demora a descobrir mais sobre ele.

Eu não sei vocês, mas eu só assisti ao primeiro filme. Pelo trailer abaixo, em Bridget Jones: The edge of reason (2004) da para ver que mudaram algumas coisas no roteiro, o primeiro era bem fiel ao livro. Agora que li novamente acho que vou procurar assistir ao filme.


Não acho mesmo que ele seja tão bom quanto o primeiro livro, mas é ótimo acompanhar mais sobre Bridget e foi uma leitura rápida e divertida. Leiam!

Coleção Bridget Jones
  1. O diário de Bridget Jones (Bridget Jones Diary)
  2. Bridget Jones: No limite da razão (The edge of reason)
  3. Bridget Jones: Louca pelo garoto (Mad about the boy)
Avaliação (1 a 5):

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