Como se apaixonar - Cecelia Ahern

>>  quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

AHERN, Cecelia. Como se apaixonar. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2015. 348p. Título original: How to fall in love.

“Naquela noite, nós nos deitamos no mesmo quarto, eu na grande cama, Adam no sofá aos meus pés. Eu estava prendendo o fôlego enquanto ouvia a respiração dele, que estava contínua e ritmada. Ouvi e desejei; desejei que ele continuasse respirando por muito tempo, que seu coração continuasse a bater. Era como se eu estivesse me deliciando com o som dele vivo. Ficou tão relaxante para mim que, enfim, me soltei e respirei com facilidade. Não tinha certeza de quem adormecera primeiro, mas o som da respiração dele perto de mim embalou-me delicadamente para um sono feliz pela primeira vez em muito tempo.” p. 274-275

Já li vários livros da Cecelia Ahern, alguns eu amei, outros não gostei tanto. Não sou fã incondicional, mas sempre fico curiosa para conhecer mais um de seus livros, os enredos sempre surpreendem. E hoje conto para vocês o que achei de Como se apaixonar.

Depois de  não conseguir evitar que um homem se matasse na sua frente, Christine Rose começa a refletir sobre as escolhas de sua vida e a importância de ser feliz. Com toda a sua coleção de livros de auto ajuda, não entende porque não conseguiu evitar uma tragédia. Em seguida, resolve desistir de um casamento que considera sem amor e recomeçar, aprendendo a viver melhor.

Seu pai e suas duas irmãs, Brenda e Adrienne, adoram se meter em sua vida e fazer piada com todos os seus problemas. Sobre o quartinho em que Christine está vivendo após a separação, o ódio de seu ex-marido, suas escolhas inusitadas e todas as confusões em sua vida. Perderam a mãe muito cedo e como irmã mais nova, estava sempre sobre analise da família, o que a deixava muito irritada.

Pouco tempo depois, em uma noite fria de Dublin, vê um homem prestes a pular da Ponte Ha’penny. Ele está desesperado, mas Christine se vê determinada a salvá-lo, não irá admitir que algo tão terrível aconteça novamente. Desesperada, faz um acordo maluco, para lhe mostrar que viver vale a pena.

Adam Basil não consegue enxergar uma solução para os seus problemas, ainda mais depois de encontrar a namorada, Maria, na cama com seu melhor amigo. Prestes a fazer 35 anos, não vê escolhas possíveis, não quer mais viver. Será que Christine irá mudar isso? Ele concorda em ficar vivo até seu aniversário que se aproxima, mas deixa claro que, se nada mudar, irá seguir em frente com seus planos.

É uma corrida contra o relógio, uma corrida pela vida, para superar os problemas e seguir em frente. Resta saber se ela irá conseguir vencer.

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Amei a leitura, livro leve, divertido, romântico e muito bem escrito. Muito interessante, a autora conseguiu tratar um tema tão pesado como o suicídio de forma tão descontraída.

O início é um pouco lento, com todas as reflexões da protagonista e todo seu conhecimento através dos livros de auto ajuda (esses livros são tratados essencialmente de forma cômica, mas também servem para transmitir recados, tirar ideias, achei interessante a abordagem). Em seguida, Christine e Adam começam a passar todo o tempo juntos e a história fica perfeita. Dei muita risada e torci muito para que tudo melhorasse para os dois; embora Christine se dedicasse tanto para melhorar a vida de um completo desconhecido, eram visíveis os muitos problemas em sua própria vida. O final foi muito corrido, o que me decepcionou um pouco, mas a autora normalmente tem finais assim, meio abruptos.

Os personagens são excelentes. Christine e Adam com todos os seus problemas, mesmo assim com diálogos divertidos. Alguns coadjuvantes, como a família dela, também garantiram momentos muito bem humorados.  Adam é um personagem complexo; teria tudo para ser um homem realizado, mas está deprimido e amargurado com as escolhas que está sendo obrigado a aceitar, em nome da família. Christine está sendo perseguida pelo ex marido e precisa enfrentar seus verdadeiros medos, de amar e de perder alguém que ama.

Gostei da forma como a autora foi abordando aos poucos todos os problemas. A depressão, o suicídio, os relacionamentos, tudo é muito discutido, sem que a narrativa tenha ficado chata ou cansativa. Pelo contrário, o livro flui muito bem e terminei de ler com um sorriso no rosto.

Para os fãs da autora esse é uma ótima pedida, para quem ainda não conhece a Cecelia e quer conhecer, eu indico. Leiam!

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Avaliação (1 a 5): 4,5

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