Sr. Daniels - Brittainy C. Cherry

>>  terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CHERRY, Brittainy C. Sr. Daniels. Rio de Janeiro: Editora Record, 2015. 320p. Título original: Loving Mr. Daniels.
“A morte não é assustadora, não é uma maldição.
Eu só queria que tivesse sido eu sua primeira aquisição.” p.13

Mais um NA que estava parado na estante desde o lançamento, e que enfim, consegui ler. A história fala de perdas, sofrimento e amadurecimento, com um toque Shakespeariano. Confiram o que achei de Sr. Daniels da Brittainy C. Cherry.

Ashlyn Jennings, 19, perdeu a irmã gêmea, Gabby, levada cedo demais por uma doença cruel. Seu mundo está destruído, não sabe como seguir em frente, como esquecer uma dor que parece parti-la ao meio todos os minutos do dia. Para piorar, sua mãe não consegue olha-la sem se lembrar da irmã. Ou pelo menos foi isso o que entendeu, quando o pai comunica que Ash irá morar com ele para cursar o último ano da escola, um pai que não vê há anos, desde o divórcio.

E assim ela se muda para Edgewood, uma pequena cidade em Wisconsin. Sem saber o que esperar, leva uma pequena mala com os vestidos favoritos da irmã, e uma caixa repleta de cartas de Gabby. Com uma instrução, cada uma delas só poderá ser lista depois que Ash cumprir um determinado item de uma grande lista. Chegando a cidade, conhece um músico, Daniel, que além de muito gato, também é apaixonado por Shakespeare. A atração é imediata, ele carrega nos olhos o mesmo sofrimento que vê em si mesma. Noites depois, se encontram em um bar onde a banda do rapaz toca. E Ash se sente melhor pela primeira vez.

Daniel Daniels, 22, perdeu os pais de forma trágica. A mãe foi assassinada, o pai faleceu pouco tempo depois, doente e solitário. Seu único irmão foi para a cadeia, ele tenta superar e seguir em frente. Sua maneira de fazer isso é não falar no passado, se dedicar a sua banda e a carreira de professor. Ele se encanta pela bela Ashlyn.

Depois de descobrir que o pai se casou e tinha dois enteados, Ashlyn não esperava mais surpresas no primeiro dia de escola, uma escola onde o pai é vice-diretor. Seus dois novos “irmãos”, Hailey e Ryan, estão dispostos a ajuda-la. Porém, ao chegar a aula de inglês avançado, descobre que seu professor é o Sr. Daniels, o mesmo Daniel por quem estava se apaixonando. Agora eles precisam manter o amor em segredo, enquanto tentam superar os antigos problemas.
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Eu sei que eu vivo falando que não ligo para clichês, e não ligo, quando personagens e enredo conseguem superar esses problemas. Mas, aqui isso não aconteceu, achei o livro extremamente chato e forçado, era quase como se eu já soubesse tudo o que iria acontecer. Sem surpresas. Sei que muita gente gostou, mas para quem lê muito do estilo, foi extremamente sem graça.

O enredo principal foi uma mistura de P.S Eu te amo (as cartas deixadas por um ente falecido, para ela abrir após fazer alguma coisa específica) com Métrica (a coisa toda do professor e aluna apaixonados). Ao invés da poesia, aqui temos Shakespeare em doses cavalares. Foi forçado, foi cansativo. Uma protagonista que ama ler, lindo não? Não, chato! No primeiro capítulo eu já entendi que a menina adorava ler e amava Shakespeare, mas a autora fez questão de repetir a informação em todos os capítulos. Era um saco ler o tempo todo o quanto Ash gostava de ler, preferia biblioteca a festas, levava o livro para uma festa, escondia o corpo atrás dos livros e blábláblá. 

Falando em esconder o corpo, ri internamente do que autora fez aqui. A menina é daquelas que usaria jeans e suéteres e que odeia chamar a atenção (claro, a nerd literária). Mas ela insiste em usar os vestidos apertados e decotados da irmã morta, então vai para a escola assim meio piriguete e sofre bullying... sabem por quê? Por ter os seios muito grandes! Até para ser zoada na escola, ela não deixa de ser perfeita para todos os garotos. Loira, com um corpão, super inteligente e etc e tal. O Sr. Daniels é bem fofo, mas não foi possível conhece-lo como individuo, tudo girou muito em torno do romance.

Achei muita coisa pouco plausível também. A cidade onde moram é muito pequena, todos se conhecem. Eles mantém um relacionamento escondido, por ela ser aluna dele, mas ela pega carona com ele o tempo todo, eles se agarram no caro. Ela deixa o carro estacionado em frente a casa dele direto, eles andam de mãos dadas "atrás da biblioteca" e ninguém vê nada. O pai não pergunta uma vez onde a filha que acabou de se mudar, se enfia todas as noites e presume que ela está na biblioteca, ah fala sério!

Falando em romance, foi daqueles casais que se apaixonam instantaneamente, o que geralmente não gosto. E foi tanto amor, tanta declaração, que se você torcer o livro pinga açúcar. Juntando ao mimimi todo da mocinha, uiii, foi uma leitura custosa. Eles citavam Shakespeare o tempo todo um para o outro, no começo foi bonitinho, depois ficou um porre.

O melhor do livro foi a história paralela de Ryan, um jovem depressivo, que não tinha coragem de assumir sua homossexualidade para a mãe e fingia para todos. Fingia ser hetero, ser feliz, etc. Uma pena que tenha sido explorado de forma rasa e terminado como terminou. O final foi bonitinho e até comovente, mas eu já estava de birra com o livro, senão teria gostado mais rs.

Gente, eu adoro NA, mas esse eu não indico. O melhor para mim foi a capa rs. Quem não lê muito do estilo, pode gostar bem mais, afinal não vai ser tudo mais do mesmo. 

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Avaliação (1 a 5): 2,5


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