A profecia do paladino - Mark Frost

>>  terça-feira, 26 de abril de 2016

FROST, Mark. A profecia do paladino. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2016. 418p. (A profecia do paladino, v.1). Título original: The paladino prophecy.

“Que se danem a moral e a ética, que são supostamente a base da civilização. A vida é um ringue de luta onde vale tudo e só o mais forte sobrevive.” p.209

Mark Frost é conhecido na literatura geek, foi roteirista de Quarteto fantástico e cocriador da série Twin Peaks. Obviamente, eu não o conhecia rs, foi a capa  com ares medievais que me deixou curiosa, e fazia tempo que não pegava uma nova saga YA. Hoje conto para vocês o que achei do primeiro volume da trilogia homônima, com A profecia do paladino.

N° 3: NÃO CHAME ATENÇÃO PARA SI
Will West, 15 anos, foi treinado pelos pais para nunca chamar atenção. Ele tem um manual com inúmeras regras que devem sempre ser seguidas. Will  foi orientado a tirar notas medianas e não se destacar, nunca. Apesar de ser um exímio corredor, se contém durante as corridas do time de cross-country. Mesmo cumprindo todas as regras, passaram a vida se mudando, nunca teve amigos, nunca teve autorização para confiar em alguém o bastante. Quando uma prova de desempenho geral é aplicada na escola, ele se esquece de errar algumas questões e responde tudo corretamente.

N°26: UMA OCORRÊNCIA É UMA ANOMALIA. DUAS, UMA COINCIDÊNCIA. TRÊS SÃO UM PADRÃO. E, COMO SABEMOS...
Seu resultado perfeito, atrai a atenção de uma das escolas particulares mais exclusivas do país, que formou lideres mundiais. A escola oferece para Will uma bolsa integral de estudos. Ao mesmo tempo, ele começa a ser seguido por estranhos homens de terno em sedãs pretos. Ao tentar escapar, algo acontece com seus pais.

N°27: COINCIDÊNCIAS NÃO EXISTEM.
Ele então corre, foge da cidade e parte para o novo colégio. E logo percebe que não precisa mais se conter. Pode ser inteligente, pode correr o mais rápido que conseguir. Pela primeira vez faz amigos, e descobre, que não é o único jovem talentoso. Seus inimigos aumentam, se aproximam, e ele se vê no meio de uma batalha épica contra as forças do mal.

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Olhando apenas como uma aventura YA, o livro é muito legal! Apesar de um pouco descritivo, o autor escreve bem e consegue prender o interesse do leitor até o final. Os desdobramentos são ótimos, tem adrenalina o tempo todo e o final me deixou ansiosa pela continuação.

Agora, analisando melhor a obra, alguns aspectos deixaram a desejar. As descrições muito detalhadas podem incomodar o público mais jovem, embora eu goste de uma boa ambientação, em vários momentos fiquei com preguiça. Para quem lê muito nesse estilo, os clichês estão bem presentes. Aquela coisa toda do menino comum e solitário que de repente descobre uma escola especial e faz amigos, e juntos eles vão combater o mal, bem Harry Potter. Ele segue o artifício literário conhecido como “monomito” ou “jornada do herói” (ver Wikipédia), onde basicamente pegamos um personagem comum em um mundo comum, acontece algo que muda tudo, ele passa a ser especial em um mundo diferente, ele não quer aceitar as mudanças; há geralmente alguém para guiar o herói, um mentor, ele enfrentará todo o tipo de percalços e provações, ganhará aliados, terá sua grande batalha contra o mal e etc. Isso tudo, torna o livro bem previsível, embora clichê bem construídos geralmente não me incomodem.

O que me incomodou mesmo foi a falta de definição quanto ao gênero do livro. Will vive em uma sociedade moderna, atual. Porém existem várias invenções a frente do seu tempo, uma pegada steampunk. Aí temos esse lado moderno muito avançando, tanto mecânica quando biologicamente, classificando o livro a grosso modo como ficção científica. Até aí tudo bem, os dois gêneros se complementam. Porém, tem também uma pegada fantástica/sobrenatural, o mentor do Will é uma espécie de “anjo da guarda”, que está lá para combater o lado do mal (que quer matar Will). Temos ainda  a prometida profecia do paladino, mas quando chegou lá, eu já estava misturando tudo na cabeça rs. Tem também uma sociedade secreta sinistra, baseada na ordem dos doze cavaleiros, que faz alusão aos “Doze pares da França”, a tropa de elite do rei Carlos Magno. Essa salada de frutas toda fez o livro cair no meu conceito.

Já os personagens, curti muito! Foram bem desenvolvidos, todos tem sua importância na trama e são muito interessantes. A turma de Will, seus amigos na nova escola, é bem diferente e especial. Fui até pesquisar mais e aqui no site da editora americana tem uma espécie de arquivo com o perfil dos alunos! Não tem todos, senti falta da Brooke, mas foi legal ver imagens deles.

Concluindo, esse é daqueles que eu ponho defeito, mas termino curiosa para ler a continuação. Se não demorar séculos para lançar quero acompanhar hehe. Quem leu me conte o que achou, indico para o público jovem, principalmente meninos a partir dos 15 anos, leiam!

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Trilogia A profecia do paladino do Mark Frost
  1. A profecia do paladino (The paladino prophecy)
  2. Alliance (os demais ainda não lançados no Brasil)
  3. Rogue.
Avaliação (1 a 5):

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