Gelo negro - Becca Fitzpatrick

>>  quinta-feira, 12 de maio de 2016

FITZPATRICK, Becca. Gelo negro. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2015. 304p. Título original: Black ice.

“Eles provavelmente sabiam sobre o corpo. Provavelmente o haviam colocado ali. Eu não teria que guardar nenhum outro segredo deles. Minha vida já correia perigo suficiente assim.
Procurei, então, afastar a imagem do corpo. Mordi meu lábio trêmulo e tentei não pensar em morte.” p.83

Becca Fitzpatrick ficou conhecida com a série sobrenatural Hush, hush. Eu amei Sussurro, mas acabei desgostando um pouco até o final da série. E com isso, demorei para animar a ler seu novo livro, Gelo negro. Mas vi muito elogios e como é uma história individual, e de suspense, gênero que adoro, resolvi arriscar. Confiram o que achei da história.

Britt Pfeiffer e sua melhor amiga Korbie, ambas com 17 anos, irão passar o feriado em Idlewilde, na cabana dos pais de Korbie, no Parque Nacional Grand Teton. Britt ainda não contou a Korbie todos os seus planos, mas passou muito tempo treinando para uma longa caminhada na cordilheira. O lugar é deserto, uma cadeia de montanhas com muitas árvores e muita neve. Korbie irá levar o namorado, Urso, e por isso, seu pai obrigou seu irmão mais velho, Calvin, a ir também. O problema é que Calvin, 19, é também ex-namorado de Britt, ele terminou com ela logo que começou a faculdade, e ela não faz ideia de como irá encará-lo e passar tantos dias em sua companhia.

Antes que isso aconteça, as duas são pegas sozinhas na estrada por uma forte nevasca. São obrigadas a abandonar o carro e andar em busca de abrigo. Acabam chegando em uma cabana e são acolhidas por dois homens bonitos, imaginando que estão seguras. Porém, os dois são aparentemente criminosos em fuga, e elas logo, viram reféns. A única coisa em que Britt pensa para conseguir sair dessa com vida, é afirmar que conhece muito bem o local e prometer guiar os dois para fora das montanhas. Shaun parecia perigoso e cruel, enquanto Mason não parece querer seu mal. Com o tempo, Britt acaba se aproximando dele, porém, não sabe se pode realmente confiar nesse desconhecido. E sua vida, depende disso.

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Vou repetir a mesma frase com a qual resumi o livro no meu histórico de leitura no Skoob: Bonitinho, mas ordinário! A parte do romance até salva as páginas finais do livro, que termina bem, mas o suspense é muito sem noção. E as duas protagonistas são tão tapadas, que até metade do livro eu estava torcendo para o assassino matá-las logo e acabar com o meu sofrimento rs.

Britt e Korbie são duas patricinhas da cidade, no meio da selva, dignas de pena. O livro é narrado pro Britt, que demora muito para entender o que está acontecendo, e me irritava a forma como ela não enxergava nada. O assassino saca a arma e ela começa a rir, literalmente. Alguém mata outro alguém (evitando spoilers), a sangue frio, e ela nem se abala, como se fosse muito normal agir em legítima defesa contra alguém desarmado. Em certo ponto afirma “Eu precisava ser esperta. Minha melhor ferramenta agora era meu cérebro”. E eu só consegui rir e pensar: Agora ferrou! Korbie tem destaque zero na história, ela é descrita como rica, mimada e insuportável. E é isso. Não gostei da forma como a autora deixou  todos os personagens de lado, dando destaque apenas a Britt e aos “sequestradores”. Urso mesmo, o namorado da Korbie que estaria de carro a apenas uma hora atrás dela, nem aparece no livro... Deve estar perdido nas montanhas até agora. A motivação do assassino é bem patética, mas ok, já vi gente matando por muito menos. 

Eu não sei, acho que quem não costuma ler suspense e ficção policial pode achar tudo muito bom e até plausível. Até por ser um suspense jovem adulto, com personagens todos de, no máximo, 21 anos. Mas para quem curte o gênero como eu, enxerga todos os furos e fica tudo muito previsível. Logo no início eu já acertei quem matava e como fez isso. Já saquei quem era do bem e quem não era, foi muito sacal para mim.

Quando a autora insere um romance, tudo melhora muito. Apesar de tudo, o romance foi fofo e me prendeu até o final da leitura. Já Britt, demorou tanto para entender o que estava acontecendo que tive vontade de bater a cabeça dela na parede rs. Torci muito pelo casal e o final foi bem bonitinho. Gostei dos desdobramentos, apesar de ter achado meio corrido, merecia um destaque maior o reencontro com os pais, tinha que ter mostrado Korbie, que foi completamente esquecida e outras coisas, não posso falar muito por causa dos spoilers.

Então, esse é igual novela, eu leio achando monte de defeitos, mas acabo ficando curiosa e louca para chegar ao final. Não é um bom suspense, mas quem quer ler apenas como NA pode curtir.  Quem leu me conte o que achou!

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