A casa da praia - Nora Roberts

>>  quinta-feira, 23 de junho de 2016


ROBERTS, Nora. A casa da praia. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2016. 476p. Título original: Whiskey beach.

“- Agora estaria ótimo. – Ela se inclinou e o beijou. – Se você não se importar.
- Bem, você fez sopa.
- E pão – lembrou ela.
- Parece que é o mínimo que posso fazer. Vamos entrar na casa, primeiro. – Ele pigarreou enquanto subiam os degraus.- Ah, eu vou ter que dar um pulinho na cidade. Estou sem nenhuma proteção. Não estava pensando muito em sexo nos últimos tempos.
- Sem problema, não precisa ir até lá. Outro dia deixei uma caixa de preservativos no seu quarto. Tenho pensado muito em sexo nos últimos tempos.
Ele suspirou.
- Você é a melhor governanta que já tive.
- Ah, Eli, você ainda não viu nada.” p.194

Eu adoro a Nora Roberts, mas não sou daquelas fãs de carteirinha que ama tudo que a autora escreve. Alguns eu amo, outros acho repetitivos e até preguiçosos. Curto muito suspense romântico e já alguns da autora nessa mesma vibe. Hoje vou falar de A casa da praia.

Eli Landon  foi muita coisa. Um advogado de sucesso, um homem bem sucedido com uma linda esposa e com uma carreira em ascensão. Vem de uma família de peso, de ricos empresários, e nunca passou por dificuldades na vida. Sua vida atolada em Boston, fez com que ele se afastasse da casa da família e da avó, Hester Landon. Uma mulher forte e amorosa, que morava na famosa Bluff House, uma mansão em Whiskey Beach. Até que tudo muda...

Depois de passar por um período conturbado no casamento, Eli descobre que Lindsay o traia durante muito tempo. O que já era um processo turbulento de divórcio, com muitas disputas financeiras, piora quando encontra a ex mulher morta, assassinada, na casa onde viviam. Obviamente ele se torna o principal suspeito. Um ano depois seu nome está limpo, mas sua vida destruída. Poucas pessoas acreditaram na sua inocência, ele perdeu o emprego, a maioria dos “amigos”, era alvo de fofocas e enfrentou uma longa depressão. Para tentar recomeçar, volta a Bluff House com o objetivo de terminar seu livro e ficar longe de tudo.

Abra Walsh era uma força da natureza. Carregava seus próprios traumas do passado, mas conseguira dar a volta por cima. Agora morava em uma linda casinha na praia e tinha muitas ocupações. Limpar a casa de Hester era uma delas, ainda mais agora com a dona ausente, se recuperando de um acidente terrível. Ela está mais do que disposta a cuidar do deprimido Eli, ele precisa comer melhor, precisa se soltar, precisa de alegria. Apesar da resistência dele no início, eles logo ficam mais próximos.  Mas Eli está decidido a desvendar o passado e descobrir quem matou sua ex mulher. Ao mesmo tempo, um homem desconhecido vem rondando a propriedade, aparentemente, em busca de um antigo tesouro. Acontecimentos misteriosos, deixam tudo muito mais perigoso e assustador.

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Esperava mais do suspense e muito mais do romance. Os suspenses românticos da Nora geralmente me deixam curiosa, alguns são bem fracos nesse quesito, mas o livro acaba me ganhando pela parte romântica. Nesse aqui aconteceu diferente. No início gostei muito do suspense, estava curiosa para saber quem matou Lindsay e tal, mas não gostei muito do casal. Depois no final, o suspense se provou bem fraquinho e muito previsível, e o casal melhorou, mas não me conquistou.

Vejam bem, eu adorei Eli Landon! Nada melhor do que um mocinho sofrido, destruído injustamente e que começa a se reerguer. Ele é doce, lindo, solitário e precisa de colo aiai. Porém, achei tudo relacionado a Abra muito sem sal. Os diálogos não desciam, era tudo muito robótico. Faltou naturalidade, parece que suas falas eram forçadas, era para ser engraçado, mas muitas vezes ficava chato. Ela fala sem parar, é mandona, irritante com todo seu lado zen e sua maturidade. Não me pareceu na verdade uma mulher madura, me pareceu tudo muito ensaiado. E por mais que no final tenha melhorado bastante e tenha ficado bonitinho, não consegui me apaixonar pelo casal, como normalmente acontece.

Por outro lado, adorei a família e os outros personagens. Pena que os livros da Nora geralmente são focados exclusivamente no casal. Personagens secundários ficam meio largados, a vó dela era uma peça rara, adorei todas as cenas com ela. Outra coisa que observei nos protagonistas, tudo era muito concentrado em Eli, nos problemas dele, no suspense em torno do crime que ele foi acusado e que ainda estava em aberto. Abra está lá a postos, para ajuda-lo, para se apaixonar, para apoiá-lo e blablabla. Apesar do passado traumático dela, que é jogado em um diálogo pouco emotivo,  o foco é todo nele.

O suspense foi interessante, mas previsível. Foi legal porque você passa o livro pensando em como tudo será desvendado, com dó por tudo o que ele sofreu e tal. Previsível porque são muito poucos personagens, tá na cara quem matou pela falta de suspeitos rs. Nora não tem muito a manha nesse quesito mesmo, ainda mais para quem lê muitos policiais e suspense, como eu.

O tradutor mudou novamente, achei bem melhor que a anterior, esse foi traduzido pelo Paulo Afonso, mas como minha memória é horrível, não lembro se já li outro trabalho dele. A capa é bem preguiçosa, o cenário da praia é perfeito, inverno na praia congelante, e eles colocam essa foto aí bem mais ou menos rs. Enfim, não foi uma leitura ruim, mas já li outros bem melhores da autora. Quem leu me conte o que achou!

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