Quem era ela - JP Delaney

>>  segunda-feira, 8 de maio de 2017

DELANEY, PJ. Quem era ela. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2017. 336p. Título original: The girl before.

“Porque foi isso que eu percebi morando em Folgate Street, nº1. Você pode tornar o ambiente em que vive tão refinado e vazio quanto quiser. Mas isso não importa se você ainda estiver bagunçado por dentro. E, na verdade, todos nós estamos abuscando isso, não é mesmo? Alguém que cuide da bagunça que há dentro da nossa cabeça.” p.319

Na onda dos thrillers psicológicos que ganharam a atenção dos leitores, mais um lançamento promete suspense, mistério e muitas surpresas. Duas mulheres, duas histórias, a mesma casa. Uma no passado, outra no presente. Uma delas está morta. Confira o que achei de Quem era ela do JP Delaney.

Emma queria se mudar com o namorado, Simon, depois da antiga casa dos dois ter sido assaltada. Emma ficou traumatizada, tinha crises de pânico e estava fazendo terapia. No passado ela sofreu com distúrbios alimentares, e temia que isso pudesse voltar. Os aluguéis em Londres são muito caros e nada parece seguro.

Jane procurar por um novo recomeço, depois de ter um bebê natimorto. Sozinha, solteira, ela só quer esquecer o passado. Muda de emprego, abandona o apartamento e precisa de um lugar para morar.

Em épocas diferentes, ambas se candidatam para um imóvel incomum. A casa na Folgate Street, 1, era um projeto minimalista de um arquiteto muito exigente. O aluguel era barato, mas os inquilinos precisam assinar um contrato com mais e 200 regras. Mesmo aceitando as regras, elas precisavam responder a um questionário enorme, serem entrevistados pelo dono e se aceitas, serem monitoradas durante a “experiência”.

Elas aceitam. Ambas se interessam pelo atraente e misterioso arquiteto. Quando a moradora atual, descobre que a moradora anterior havia falecido de modo suspeito no local, começa a investigar o passado. Com medo de ter o mesmo destino, ela precisa de respostas.

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Sou muito fã do gênero, amo thriller psicológicos, suspense e policiais em geral. Sendo assim, vocês sabem, também sou exigente com as tramas. E esse livro tem pontos positivos e pontos negativos. É interessante, mas no geral, não me ganhou.

A construção é muito incomum. Duas histórias são contadas em paralelo, a vida de Emma no passado, a vida de Jane no presente. As duas narram em primeira pessoa e não possuem nada de comum, a não ser, inicialmente, ao fato de alugarem o mesmo imóvel. Outra coisa legal e diferente, é que durante todos os livros vemos algumas perguntas do tal questionário que elas preencheram para morar no local, e as perguntas são bem interessantes. A narrativa é ágil, flui bem. Você lê rapidamente e fica curioso para saber o desfecho.

Porém... Os personagens são mal construídos, pouco explorados. Eles são jogados para o leitor já completamente formados, você não se apega a eles, para mim tanto fazia se uma das duas, ou as duas, morresse ou não. Emma é uma chata egocêntrica, Jane é bem sem sal. E a parte policial é péssima! Imaginem, uma mulher morre em um local todo informatizado, sem causa concreta. Ninguém sabe se foi acidente, suicídio ou assassinato. A polícia mal investiga a história. Se o local era totalmente informatizado (com senhas, câmeras, etc), é impossível não haver mais pistas. Ou melhor, é impossível não terem investigado isso melhor. No início também, a polícia é totalmente falha com o assalto de Emma e as consequências dele. Eu não me conformo com os desdobramentos, até porque estava muito na cara quem era o culpado e a polícia nem aparece na história direito.

Ah é, tem isso também. Tava muito na cara para mim quem era o culpado. E os personagens são todos desinteressantes. Uns homens sem graça, que pelo amor de Deus!

Então, para mim foi uma leitura boa, mas sem grandes surpresas. Não foi ruim, não foi ótimo. Foi um suspense legal, mas superestimado. Quem leu me conte o que achou.

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