A zona morta - Stephen King

>>  segunda-feira, 31 de julho de 2017

KING, Stephen. A zona morta. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2017. 480p. Título original: The dead zone.

“Ela não respondeu. Tinha no rosto uma expressão obstinada e quase cômica… Só que não havia nada de muito engraçado naquela situação. Absolutamente nada. Tudo se resume a um gesto súbito do destino, só isso. Passar cinco minutos antes naquela estrada podia ter feito toda a diferença. Agora veja como estamos, fodidos até dizer chega. E ela acreditava que era o plano de Deus. Talvez a alternativa dela fosse acreditar nisso ou ficar completamente maluca, eu acho.” p.149

Sou fã do Stephen King, embora ainda faltem muitos livros para eu me intitular fã de carteirinha... estou firme na meta. Ele arrasa, sempre, na construção de enredo e personagens. Surpreende com a trama, desdobramentos, e deixa o leitor, hora de orelha em pé, hora em lágrimas pelos seus personagens queridinhos. Lançado originalmente em 1980, confiram o que achei de A zona morta.

John Smith era uma criança comum, até os seis anos de idade. Até que um dia, brincando com outras crianças na neve, John sofreu um pequeno acidente e levou uma pancada forte na cabeça que o fez desmaiar; nesse momento, teve um breve vislumbre de algo que aconteceria no futuro. Ele não guardou lembranças daquele acidente na infância, o filho único de Herb e Vera Smith, cresceu sendo amado pelos pais e sem muitos problemas.

Já adulto, Johnny é um professor querido em um colégio de Cleaves Mills. É lá que conhece Sarah Bracknell e depois de um tempo, os dois começam a sair. Era apenas isso, um passeio com uma bela garota no parque. Mas ao voltar para casa, o táxi de Johnny sofre um grave acidente e ele fica em coma, entre a vida e a morte.

Depois de algum tempo, ninguém mais acreditava que ele fosse acordar. Mas surpreendendo a todos, depois de quatro anos e meio, Johnny acorda. Quando retoma sua consciência, além de sua memória praticamente intacta, ele tem poderes inexplicáveis. Johnny consegue ver flashs do futuro quando toca em algo ou em alguém. Passado, presente, futuro… tudo está a seu alcance. Enquanto alguns acreditam que ele tem um dom, Johnny acha que foi amaldiçoado. Ele só quer retomar sua vida em paz, construir um futuro. Mas todos querem saber algo, todos têm um interesse em seus poderes. Ele descobre mais do que jamais quis, com apenas um toque.

Ele não desejou esse futuro, mas não consegue se livrar das visões. Assustado, tenta se afastar, não usar mais os “poderes” e levar uma vida normal. Mas quando uma série de mulheres está sendo estrangulada e estuprada em uma pequena cidade, e pedem ajuda a Johnny para achar o assassino, ele não consegue mais fugir. E isso, muda tudo.

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Livrão, livraço! É King, ele arrasa. Simples assim. Perguntinha que não quer calar, será que esse sobrenome King já era uma premonição? Porque sem dúvidas ele é o rei do que quer que invente escrever. Seja, suspense, terror, drama, romance, ficção científica, ele arrasa! Enfim, puxa-saquismo a parte… vamos a resenha. Eu amei, é claro, devorei até o final sem nem perceber. Seus livros são sempre grandes, mas minha impressão é que todos têm umas 200 páginas, de tanto que eu devoro sem nem sentir.

Os personagens são incríveis!  John Smith é um garotinho fofo, um adulto legal, que vira uma pessoa perturbada por obra do destino. Você se apega ao garotinho, torce pelo adulto, implora misericórdia para que tudo termine bem. Johnny com suas previsões sinistras, sofrendo com as perdas que sofreu com o acidente e com sua vida, que nunca mais será a mesma. Você quer colocar Johnny no colo e confortá-lo. Eu morria de dó quando ninguém acreditava nele, e foram muitos os que duvidavam. Ou que acreditavam, e queriam explorar isso de toda forma. A imprensa em polvorosa, tudo dando errado. Tive pena de Sarah, dos pais de Johnny, o pai dele é um dos melhores personagens também. E claro, do lado de lá, temos Greg Stillson, Frank Dodd, sinistros até dizer chega. Engraçado que mesmo não sendo um livro com um pé no terror, alguns personagens são assustadores.

O enredo é excelente. John Smith, um cara comum, que depois de um longo coma ganha poderes inexplicáveis. Ele chama aquela área nebulosa de sua mente, de zona morta. Seus poderes são o cerne da obra, e tudo que ele pode ou não mudar com esse dom. As pessoas que acreditam nele, as que não levam a sério. As muitas que acham que ele é mais um charlatão querendo dinheiro. E temos o assassino de mulheres, há anos impune com a polícia sem pistas. Temos Greg Stillson, um homem sem escrúpulos que começa o livro espancando um cachorro até a morte, e segue nesse nível até virar um político importante. Eles estão lá, impunes. Johnny pode mudar isso? Ele vai se arriscar a usar seus poderes, mesmo querendo ficar o mais longe possível da mídia?

Eu amei cada cena, cada desdobramento. Só não foi um top favorito, porque achei o final extremamente aberto. Eu  queria um depois, um epílogo, queria saber o que aconteceu com os outros personagens depois do acontecido, e ficou tudo isso sem resposta. E só por isso tirei 0,5 estrelas… já estou quase me arrependendo porque ele é um 5 de coração rs.

Ah, o livro foi adaptado ao cinema em 1983, estrelado por Christopher Walken e dirigido por David Cronenberg. Só de ver o trailer já parece bem diferente do livro.


E ele também virou série de TV como The dead zone (Wikipédia), traduzida como O vidente. A série ficou no ar de 2002 a 2007 e teve seis temporadas, passou no canal AXN. Eu nem sabia da série, se alguém já viu, me conte se vale a pena!

Enfim, obviamente, eu indico muito para todos vocês!!! Esse não tem erro, é ótimo, não é de terror, não tem contra indicação. Leiam!!

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Avaliação (1 a 5): 4.5

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