Centelha Mortal - Jeffery Deaver

>>  quarta-feira, 26 de julho de 2017

DEAVER, JEFFERY. Centelha Mortal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017. 504p. (Lincoln Rhyme, 9). Titulo original: The burning wire.

Sinopse: Lincoln Rhyme está de volta, em busca de um assassino que transforma a cidade de Nova York em sua refém. Um novo criminoso assola a cidade com uma arma invisível e onipresente na sociedade moderna: a rede elétrica. Quando um ataque ocorre e quase destrói um ônibus, as autoridades temem se tratar de um ato terrorista e por isso convocam Lincoln Rhyme, um dos maiores peritos criminais do mundo. Tetraplégico, ele escala a detetive Amelia Sachs e o oficial Ron Pulaski como seus olhos, ouvidos e pernas na análise da cena do crime. Conforme novos ataques acontecem, surgem cartas de exigências, o que leva a equipe a trabalhar contra o tempo e com poucas evidências para encontrar o assassino. Ou seriam assassinos? Ao mesmo tempo, Rhyme é consultor de outra investigação importante no México: ele busca o Relojoeiro, um dos poucos criminosos a conseguir escapar do perito criminal. Lidando com dois casos urgentes, a saúde de Rhyme é afetada, e ele precisa enfrentar mais uma batalha. No entanto, sua determinação em trabalhar apesar de suas limitações físicas ameaça colocar sua própria vida e a de seus aliados mais próximos em risco.

Eu não tenho problemas em ler livros fora da ordem da série. Claro que se tiver a opção, sempre escolherei me ater à ordem, mas isso não foi possível com esse livro. Especialmente em séries policiais, com um detetive central, não vejo problemas; o mais importante é o caso, o vilão e a solução, e não a bagagem do investigador. Claro que ela faz parte do personagem e da história, mas os autores têm o costume de explicar os pontos centrais, justamente para viajantes de primeira viagem como eu. Então, realmente não vejo problemas. E foi assim que conheci Lincoln Rhyme, em sua 9ª aventura, Centelha mortal.

Como li sem preconceitos de quebrar a sequência da série, resenharei sem levar essa questão em consideração. Procurarei me concentrar na história, no texto, na escrita e no simples fato de ter gostado ou não do livro. Então vamos lá!

Escolho muito os livros que vou ler pela história, e o fato de considerar um bom enredo ou não. Por isso, uma hora leio uma história infanto-juvenil e outra estou com um clássico russo. Ser eclética é uma característica que requer muita paciência, e para mim essa característica vem simplesmente por gostar ou não da ideia central do livro.

Isso foi o que me atraiu e me fez procurar esse livro: Um assassino que atua em Nova York pela rede elétrica. Depois do ar, eis uma coisa que está presente na casa de todos: eletricidade. Já vi histórias de vilões com elaboradas armas bioquímicas, com transmissão pelo ar, água, contato, fibra ótica e até mesmo pensamento. Porém, pela energia elétrica, foi a primeira vez. E essa criatividade, essa ideia, me ganhou e foi suficiente para colocar o livro na lista de desejados, e depois vir aqui e contar para vocês um pouco da experiência e do que achei.

Para a primeira obra que li do autor, a impressão que ficou foi boa. Os personagens são bem elaborados, e trazem assuntos além da investigação, numa subtrama de desenvolvimento pessoal bem mais interessante do que inimigos mortais ou casos tórridos: como o protagonista é tetraplégico (é o mesmo personagem de “O Colecionador de Ossos”, que foi adaptado com sucesso para o cinema), a investigação desgasta e deteriora bastante as condições físicas e psicológicas do detetive, e a morte assistida passa a ser discutida. Contra ou a favor, é um tema de muita argumentação e rica discussão, que trouxe valor à história, embora não sendo seu foco central.

Para os leitores fãs de policiais, e que também gostam de ciência e física, este é o novo livro de cabeceira de vocês. A investigação desenvolve bastante explicações sobre eletricidade, resistência, materiais, sua natureza, sua história, suas vantagens e seus perigos. O ponto forte foi criar um personagem especialista no assunto, para dar credibilidade à pesquisa e explicar por que é uma arma muito mortal.

Eu sou uma garota de humanas, e confesso que nos trechos muito técnicos tive que ler e reler e reler e reler… e acho que para quem é inteirado no assunto, será básico demais. Então qual é o alvo? Aqueles nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Aqueles que gostam, mas não são especialistas. Para quem realmente conhece a área, deve sentir a mesma frustração que eu sinto ao ler um romance histórico (lembram do desastre que foi quando eu li Phillipa Gregory?).

Mesmo assim, as explicações são necessárias, pois fazem o leitor entender o real perigo. Mesmo diminuindo o ritmo acelerado das demais páginas, eu entendo a necessidade, e não culpo.

Sobre a história, o livro tem 3 partes, que aqui vamos chamar de “Antes”, “Chegando Lá” e “Na Hora”, que remetem aos momentos relativos à hora do programado ataque. O “Antes” demora um pouco a desenvolver e conseguir um bom ritmo, que dita o “Chegando Lá", a melhor parte, na minha opinião. O “Na Hora”, que é a conclusão, poderia ser melhor desenvolvida e dividida, mas satisfaz.

Acho que a palavra para esse livro é essa, “satisfaz”. Supre as necessidades de um livro policial e não decepciona. Por isso, a nota 2.5, no meio do caminho.

Recomendo? Sim, para quem gosta de policiais.

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Série Lincoln Rhyme do Jeffery Deaver
  1. O colecionador de ossos (The bone collector)
  2. The coffin dancer
  3. A cadeira vazia (The empty chair)
  4. O macaco de pedra (The stone monkey)
  5. The vanished man
  6. The twelfth card
  7. Lua fria (The cold moon)
  8. A janela quebrada (The broken window)
  9. Centelha mortal (The burning wire)
  10. The kill room
  11. O colecionador de peles (The skin collector)
  12. The steel kiss
  13. The burial hour
Avaliação (1 a 5): 2.5

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