Um acordo de cavalheiros - Lucy Vargas

>>  sexta-feira, 11 de agosto de 2017

VARGAS, Lucy. Um acordo de cavalheiros. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2017. 350p.

“Dorothy sentia a garganta seca e respirava devagar quando ele seguiu pelo caminho por trás da pilastra de mármore. Ela sabia que estava encrencada, mas ainda teve a ilusão de que seria fácil manejar o problema. Agora estava pronta para se desgraçar junto com Lorde Wintry. Aquele sujeito maldito, perigoso e másculo demais, exatamente o tipo que ela usaria uma vareta para manter longe de sua prima. Imagine se soubessem que ela estava colocando as mãos nele.” p. 48

Ultimamente estou tão viciada em romance de época que só preciso ver um vestido longo na capa para colocar o livro nos desejados rs. E foi exatamente pela capa que me interessei por esse livro, mas fiquei realmente louca para ler quando vi a média alta da nota no Skoob. Então, confiram o que achei de Um acordo de cavalheiros da brasileira Lucy Vargas.

Tristan Thorne, o Conde de Wintry, é um dos nobres mais mal falados da sociedade. Dizem que ele bebe demais, joga demais, provoca escândalos com suas amantes… até sua família o odeia. Muito disso não passa de fofoca, algumas coisas são verdades. Tristan é um homem amargo, que herdou o título após a morte prematura do meio-irmão. Sua família odeia ficar a sua mercê, e ele não faz questão de ter uma boa relação com eles. Tristan tem uma vida secreta, e para atingir seus objetivos é capaz de tudo.

Dorothy Miller, 26 anos,  já passou por temporadas suficientes para ainda se preocupar com sua própria reputação. Ela se apaixonou uma vez, se entregou a um rapaz e se arrependeu disso amargamente. Agora ela já desistiu de se casar, mas precisa frequentar os bailes para arrumar um bom partido para a prima, Cecilia. A moça é inconsequente, e nunca se interessa pelos rapazes certos. Dorothy é a responsável pela prima mais nova e pelo andamento da casa. Ela foi criada pelo tio, pai de Cecilia, após a morte de seus pais, e agora com o tio doente, precisa casar a prima. Já seu futuro, ainda é indefinido.

De alguma maneira, no baile pré-temporada, Dorothy acaba em um quarto com ninguém menos do que o Conde Wintry (entre suas pernas). Ela só quer esquecer o que aconteceu, afinal foi tudo culpa do excesso de vinho, mas Tristan tem outras ideias em mente. Ele normalmente se mantém afastado de damas de família, mas Dorothy não é inocente, e é atraente demais para ele resistir. E assim eles fazem um acordo, um acordo que Dorothy se arrepende imediatamente.

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Eu esperava gostar bem mais, principalmente pelo número de elogios e a nota dele no Skoob. O início é lento, a narrativa demorou para me prender. E é mais erótico do que romântico, o que é puramente uma questão de gosto do leitor, mas eu não curto muito. Páginas e páginas do casal transando, geralmente me mata de preguiça rs. Falando no casal, acho que a primeira coisa que não curti foi a forma como eles começam a se relacionar. O livro já começa com eles se pegando em um quarto durante um baile, e depois disso eles já concordam em “ter um caso”. Não tem paquera, não tem romance, não tem aquele flerte gostoso dos romances de época, no inicio é tudo puramente sexual. E não senti química entre Dorothy e Tristan, achei os dois bem sem sal como casal.

O enredo em si, melhora muito depois da página 100 mais ou menos. Não no que se refere ao romance, mas as tramas paralelas e os personagens secundários são muito bons. Gostei de tudo que envolve a vingança de Tristan e sua carreira secreta. E também as confusões em torno de Cecilia e seus pretendentes. Outra coisa interessante, é que a autora aborda de uma forma muito moderna os direitos e desejos das mulheres. Tristan apoia a independência e respeita as escolhas de Dorothy, ele não tenta dominá-la nem exige nada a mais da moça. E no decorrer do livro a personalidade e os defeitos de cada um são respeitados, não tem aquela coisa do mocinho ter que se redimir para terminar com a mocinha. Eles ficam juntos, sem um tentar mudar o outro.

Não curti a ambientação. Romance de época para mim já vem com o cenário pronto na minha cabeça. Lindos bailes, vestidos maravilhosos, passeios no parque e muita corte em torno da mocinha. Aqui não tem nada disso, cenários são jogados para o leitor, a moça está no baile, ele está em casa, os dois estão na carruagem, tudo sem muita descrição. Além disso, não comprei a ideia deles fazerem tantas coisas escondidos sem ninguém perceber nada. Afinal, a aristocracia se alimenta de uma boa fofoca. A forma como eles se comportavam, não só entre eles mais com outras pessoas, era engraçada as vezes, mas pouco verossímil na maioria delas.

O final foi muito emocionante. Eu adorei os desdobramentos e como tudo terminou, mesmo sendo exagerado na parte novelesca e tal. Curti como tudo ocorreu, e o final redondinho. Sem deixar nada em aberto e contando muitos detalhes. Não chegou a me emocionar, mas isso porque não me apaixonei pelo casal, uma pena quando isso não acontece.

Quem leu me conte o que achou. Não foi dos meus favoritos desse gênero, mas o estilo da autora é interessante.

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Avaliação (1 a 5):

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