Doce vingança - Nora Roberts

>>  sexta-feira, 16 de março de 2018

ROBERTS, Nora. Doce vingança. 12 ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2017. 420p. Título original: Sweet revenge. 

"Ninguém a conhecia. Nem mesmo Celeste compreendia plenamente os conflitos e dúvidas que a dominavam. Era princesa de uma terra que não era mais a sua. Era visitante num país que continuava a lhe ser estranho. Era uma mulher que tinha medo de ser uma mulher. Uma ladra que queria justiça. 
Naquele momento, com a brisa da tarde soprando em seu rosto, com a fragrância da maresia e das flores que a cercavam, queria alguém para abraçá-la. Adrianne virou-se e tornou a entrar na suíte. Podia não ter alguém, mas tinha alguma coisa. Vingança." 

Já li inúmeros livros da Nora Roberts, não sou fã incondicional, mas adoro alguns romances e suspense românticos da autora. Lançado originalmente em 1997, esse livro já está em sua 12° edição só no brasil! Confiram o que achei de Doce vingança. 

A Princesa Adrianne al Jaquir nasceu e cresceu em Jaquir, e foi criada acreditando nos costumes e crenças do Oriente. A mãe era uma famosa atriz de Hollywood; Phoebe é belíssima e teve inúmeros homens aos seus pés, mas decidiu abandonar a carreira e seu país em nome de um grande amor. Ela se casou com Abdu, soberano de Jaquir, o xeique dos xeiques. Foram felizes no início, ela tinha tudo o que uma rainha teria direito. Aguentava as tardes tediosas no harém, sem nada para fazer a não ser comer e conversar, tudo em nome do amor. Até que sua primeira filha nasceu menina, e uma complicação no parto, a impediu de ter outros filhos. Depois disso sua vida virou um inferno, o marido a humilhava, batia e a usava a seu bel prazer. Tomou uma segunda e uma terceira esposa, que lhe deram filhos homens. Ela e Adrianne eram toleradas no palácio, pois sempre seria a primeira esposa, mas não tinha nem direito a nada, tinha apenas sua filha, e o ódio nos olhos do marido.  

Adrianne cresceu, presenciou tudo o que sua mãe passou ao longo da vida, e jurou se vingar. Aos 25 anos ela levava uma vida que a maioria invejava. Rica, bela, com homens aos seus pés. Ela dedicava seus dias a ajudar instituições de caridade, a noite, organizava bailes de gala para levantar fundos. Vivia em Nova York, mas passava boa parte do ano viajando pela Europa. A imagem da princesa rica e mimada é apenas seu disfarce, para esconder uma vida cheia de aventuras e perigos. Ela tem o plano perfeito para punir seu pai, o homem que lhe tirou tudo. 

Philip Chamberlain começou a roubar aos 13 anos de idade, tudo o que ele queria era dar uma vida melhor para sua mãe, que o criou sozinho e se matava de trabalhar para sustentá-lo. Quando adulto, foi um dos maiores ladrões de seu tempo, até que decidiu se aposentar e resolveu mudar de lado. Hoje trabalhava disfarçado, ajudando a Interpol a prender outros ladrões.  

Quando os dois se encontram a atração é imediata. Philip está encantado, nunca se sentiu assim perto de uma mulher. Adrianne é linda e cheia de mistérios. Ela está assustada, mas sabe que nenhum homem fará parte de sua vida. Ninguém terá poder para destruí-la, como viu acontecer com sua mãe ao longo dos anos. Ela pretende executar sua vingança, e ninguém irá impedir. Philip tem o poder para impedi-la, só não resolveu ainda, se quer fazer isso.  

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Eu gostei muito de algumas partes, desgostei muito de outras. Não foi dos melhores da autora, me pareceu uma ótima ideia, só que mal executava. A coisa toda do casal de ladrões, inimigos que se encontram e se apaixonam, me lembrou muito do meu livro queridinho do Sidney SheldonSe houver amanhã. Eu gostei do casal, dos protagonistas, adorei a parte do livro que se passou em Jaquir durante a infância dela, já outras coisas... 

Esse não é um dos livros de sucesso absoluto da autora, várias leitoras também não gostaram tanto. Eu não achei lento (como vi em alguns comentários) e nem maçante, a história fluiu legal para mim. Eu adorei a narrativa toda que se passa em Jaquir, queria matar o Abdu com minhas próprias mãos. Morri de pena da Phoebe, que deixou uma vida ótima para trás para se sujeitar a tanta humilhação e abusos constantes. Fiquei também agoniada por Adrianne, que ainda via o encanto por trás daquilo tudo. Que já com 5 anos pensava em se enfeitar, em ter um marido e satisfazê-lo na cama. Que entendia que era direito do homem bater na mulher, ter outras esposas se ela não lhe desse o prometido, filhos homens, e bem, fazer o que bem entender. Sinceramente, não entendo o encanto desses romances das arábias, passo longe.  Gostei também de tudo o que aconteceu durante o crescimento da menina, até chegarmos a vida adulta de Adrianne 

A primeira coisa que eu não gostei e não engoli, foi a princesinha virar ladra, do nada. Tudo bem que ela fez isso para ajudar a mãe e não tinha interesses pessoais nos roubos, apenas sua vingança. Ela doava a maioria do dinheiro roubado para instituições, e só roubava gente que merecia. Mas, a forma como ela virou uma ladra super foda de joias do NADA, não me desceu até o final. Ela tinha os meios, conhecia e convivia com pessoas ricas, tinha acesso e tinha dinheiro. Mas diz que ela começou aos 16 anos, mas do nada! Como uma menina mimada, que nunca saiu de perto da mãe, aprendeu a roubar? Aprendeu a arrombar fechaduras, escalar muros, desligar alarmes, cortar vidros... encontrou compradores para as joias sem ser pega, aprendeu disfarces... sério? Sinto muito, a trama principal não me convence. Já com Phillip foi diferente, ele cresceu nas ruas da cidade, aprendeu a ser malandro desde cedo. Só evoluiu de roubos pequenos para grandes joias. 

Já o romance eu amei. O casal teve muita química e os diálogos entre eles foram interessantes e divertidos. Teve pegada, sem ter exagero das cenas entre o casal. E o fato de Adrianne temer os homens, depois de tudo o que viu a mãe passar, fez o relacionamento ficar ainda mais interessante. Phillip foi o protagonista perfeito! Carinhoso, decidido, pronto para mostrar que nem todos os homens eram abusivos. Queria muito mais entre eles. 

Aí veio a parte mais frustrante, o final. Foi um balde de água fria, a história termina do nada, muito brochante se a gente pensar em tudo o que ainda podia ter acontecido. Pareceu que a autora cansou de escrever e achou que já estava bom. Mas eu queria muito mais, dos personagens, do futuro dos dois... a parte do final que diz respeito a Jaquir me deixou com muita raiva. Foi fácil demais, foi sem graça demais.   

Não foi uma leitura ruim, mas não entra para minha lista de romances favoritos da autora. Quem leu me conte o que achou. ^^ 

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Avaliação (1 a 5): 3.5 

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