Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe

>>  quarta-feira, 28 de março de 2018


POE, Edgar Allan. Histórias extraordinárias. São Paulo: 2017. Editora Companhia das Letras. 448 p.

Desde que comecei a resenhar para o Viagem Literária, várias vezes comentei sobre a oportunidade que tenho tido de ler livros tanto de autores de que já tinha ouvido falar, mas não tinha podido ler ainda, quanto de autores cujo nome nunca tinha sequer ouvido (ou lido). Edgar Allan Poe era um dos autores de quem eu já tinha ouvido falar, e muito, mas não me havia ocorrido ler nada do autor. Então me chegou às mãos a linda edição publicada pela Cia. Das Letras e, enfim, pude conhecer esse aclamado escritor. Antes de revelar o que achei, deixo para vocês a lista dos contos e um apanhado geral daqueles que mais me agradaram.

Os dezoito contos escolhidos para compor o livro foram:

Ligeia (1938); Pequena palestra com uma múmia (1845); A carta roubada (1844); O gato preto (1843); O sistema do doutor Alcatrão e do professor Pena (1845); O barril de  amontillado (1846); O  poço e o pêndulo (1842); A máscara da morte rubra (1842); Berenice (1835); Sombra – Uma parábola (1835); O diabo no campanário (1839); A queda da casa de Usher (1839); O caixão quadrangular (1844); O escaravelho de ouro (1843); O coração delator (1843); William Wilson (1834); O retrato ovalado (1842); e O homem da multidão (1840).

Dos dezoito, os que merecem destaque e um mini resumo são:

Pequena palestra com uma múmia: Um grupo de homens busca autorização para retirar uma famosa múmia de seu sarcófago para estudá-la. Ao conseguirem, têm uma surpresa quando abrem o sarcófago: a múmia acorda e inicia-se uma longa e, claro, inútil discussão sobre qual povo é mais evoluído. Não o considerei, em momento algum, um conto de terror, pelo contrário! É um conto divertido, talvez por isso eu tenha curtido.

O gato preto: Um homem, inicialmente se mostrando apaixonado pelos animais, adota um gato preto. Contudo, vai adquirindo uma atitude cruel para com as pessoas e os animais, e começa a maltratar o gato. Eu poderia facilmente ter odiado o conto, já que sou uma amante assumida dos gatos. Mas, por ter sido o primeiro conto que me fez sentir algo com intensidade durante a leitura do livro, ele mereceu o meu destaque.

A queda da casa de Usher: Um homem que está doente recebe o pedido de visita de um amigo que se diz também doente. A doença, na verdade, não é do amigo, mas de sua irmã, que acaba supostamente falecendo e sendo enterrada pelos dois homens. Contudo, eles percebem que podem ter cometido um grave erro ao enterrá-la.
  
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A primeira coisa que preciso dizer é que, com exceção do conto A máscara da morte rubra, todos os demais não têm um narrador identificável, embora as narrativas sejam em primeira pessoa. O nome o nome dos protagonistas jamais é revelado.

Seguindo, o livro é uma seleção, apresentação e tradução feita por José Paulo Paes, um poeta, escritor e crítico literário que viveu entre 1926 e 1998.

Além disso, no início do livro há uma apresentação a respeito tanto do autor quanto dos contos. Nessa apresentação, Edgar Allan Poe é descrito como um poeta puro e que não se deixava influenciar pelo moralismo de seus contemporâneos.  A apresentação foi escrita pelo próprio José Paulo Paes e não posso dizer, pela interpretação que fiz da apresentação, que ele fale exatamente bem de todos os contos.

No final há uma parte especial com três textos de Charles BaudelaireJorge Luis Borges e Julio Cortázar, que comentam os aspectos da escrita de Poe, conhecido como o mestre dos contos de suspense e mistério.

Esse não é o primeiro livro de contos do autor resenhado aqui no blog. Com quase exatamente os mesmos contos, Os crimes da Rua Morgue foi resenhado pela Nanda, e você pode conferir clicando aqui.

Achei alguns contos muito curtos. A sensação que me transmitiu foi a mesma de quando alguém começa a me contar um assunto e passa para outro sem concluir o anterior. Alguns são tão pequenos que não deu tempo nem de a história ficar legal para eu lamentar seu término.

Apesar de saber que o autor é conhecido por escrever contos cheios de suspense e terror, a verdade é que não me assustei nem um pouco com os contos. Cheguei a achar alguns engraçados e outros estapafúrdios. Sei que a loucura de alguns personagens agrada a outros leitores mais receptivos a esse tipo de literatura, mas pra mim não rolou, o que foi uma pena.

Mas, por outro lado, a Companhia das Letras arrasou na edição! Ficou sensacional! Capa roxa linda, com um papel todo cheio de caveiras por dentro e uma ilustração temática para cada conto. Fiquei encantada com a edição. Pena que o mesmo não aconteceu com o conteúdo.

Talvez eu seja a única pessoa que não curtiu, ainda que minimamente, a escrita do autor. Fiquei me sentindo “a diferente” (rs). Em seguida me lembrei de que não sou adepta de contos de nenhuma natureza. Acho que em toda a minha vida, apenas um conjunto muito pequeno de contos me agradou realmente. Então me conformei.

Se você nunca leu nada do autor, acho interessante lê-lo para formar uma opinião. Não posso, de forma alguma, dizer que alguém não deva ler determinado livro ou autor. Se você leu, me conte sua opinião! Vamos conversar sobre!

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