Viagem Literária: A assombração da casa da colina

JACKSON, Shirley. A assombração da casa da colina. Rio de Janeiro: Editora Suma das Letras, 2018. 237 p. Título original: The hauting of Hill house.

Você já ouviu falar em A maldição da residência Hill? É uma série de suspense/terror original da Netflix que tem deixado muita gente sem dormir, de tanto medo. Ela foi inspirada em A assombração da casa da colina, o que me fez querer ler imediatamente. Confesso que livros e séries/filmes de terror/suspense não são meus favoritos. Acho que raras foram as vezes em que realmente fiquei morrendo de medo quando li/vi algo do estilo. De qualquer modo, para matar minha curiosidade em relação à série, precisava passar pelo livro, então li!

Dr. John Montague é um homem da ciência e, depois de muito custo, conseguiu alugar a Casa da Colina, local que acredita ser perfeito para finalmente concluir sua obra sobre causas e consequências de transtornos psíquicos. Com a casa alugada, convidou três pessoas conhecidas por sua alta “sensibilidade” para passar uma temporada na Casa da Colina: Eleanor, Theodora e Luke, o sobrinho da dona da casa. Eleanor e Theodora se sentem encantadas com o convite, e para Luke, herdeiro da mansão, é uma chance de voltar à casa da família. Contudo, nenhum deles, apesar dos insistentes avisos do casal que toma conta da casa (jamais durante a noite!), poderia imaginar o que teriam que enfrentar na fantasmagórica casa da colina.

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Um grande clássico de terror dos anos 50, relançado pela Suma das Letras.

O livro é narrado em terceira pessoa por um narrador-observador que acompanha a chegada de cada um dos “hóspedes” à casa e, depois, a convivência entre eles, no período em que passaram pelo “experimento”.

Apesar de todos estarem na casa por causa do estudo do Dr. Montague, a história foca, na verdade, em Eleanor, que nos apresenta seus pensamentos mais profundos e angustiantes, bem como seus medos.

Tive uma relação de amor e ódio com todos os personagens ao longo do texto e não me apeguei a nenhum deles.

Luke se mostrou mais simples do que eu esperava, pela expectativa que é criada sobre ele no começo da história. Dr. Montague é o o mais lúcido e sábio, Eleanor e Theodora, as mais frágeis e suscetíveis às forças da casa. Eleanor, então, nem se fala!

A narrativa para mim se mostrou totalmente diferente do que eu esperava, e confesso que esperava passar noites em claro ou ter pesadelos, o que sempre acontece quando leio livros do estilo. Contudo, achei a história um pouco linear e sem um grande ápice ou clímax. Fiquei apreensiva em algumas partes, mas não cheguei a ficar morta de medo.

A autora, com isso, nos traz um conceito diferente de terror. Não há mocinhos e vilões entre os personagens, não há um ser macabro, um monstro nessa história, apenas a casa.

Acredito que a maioria das pessoas vai amar essa história. Li algumas resenhas e, na maioria delas, observei uma surpresa positiva em relação ao livro. Infelizmente, talvez eu seja a única que não amou de paixão. Apesar disso, ainda pretendo ler Sempre vivemos no castelo, outro livro superconhecido da autora e que sou louca para conhecer. Tenho esperanças de que eu vá gostar dele, vamos ver...

Ainda não assisti a série. São tantas ainda pendentes que não quero começar mais uma enquanto não terminar pelo menos uma. Enquanto isso, vou preparando o espírito.

Por falar em série, antes de ir, devo dizer que adorei as duas capas do filme. Uma delas, a capa e a diagramação são uma obra à parte. A ilustração da capa é assombrosa. Capa dura é sempre algo apaixonante, né? Nossa estante agradece! Agora, se você curte uma capa-filme, no caso capa-série, rs, também vai adorar a edição!