Fogo & Sangue - George R. R. Martin

>>  sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

MARTIN, George R. R. Fogo & Sangue. Rio de Janeiro: Editora Suma das Letras, 2018. 598p. (Fogo & Sangue, v.1). Título original: Fire and Blood.

“A divergência mais proeminente veio da Boa Rainha Alysanne, que ajudou o marido a governar os Sete Reinos por muitos anos e agora via a filha de seu filho ser ignorada por causa do sexo.
- Um governante precisa ter uma boa cabeça e um coração sincero – dizem que ela afirmou ao Rei. – Um pênis não é essencial. Se Vossa Graça realmente acredita que as mulheres não têm inteligência para governar, está claro que não tem mais necessidade de mim.” p.291

E cadê As crônicas de gelo e fogo, meu Brasil? Só Deus sabe quando vai sair o sexto volume, vida longa a George R. R. Martin! #oremos. Mas, enquanto isso na sala de justiça, não é que ele inventou de publicar outra série?  Pois é, ele resolveu contar a história toda do reinado dos Targaryen e esse é só o primeiro volume... Se foi ruim? Nada, foi ótimo! Mas eu só queria que ele terminasse logo Guerra dos tronos né? Mas enfim, hoje vou falar de Fogo & Sangue!

A história começa séculos atrás, bem antes de se existir um trono de ferro pelo qual lutar. Os Targaryen tinham puro sangue valiriano, eram senhores de dragão de linhagem ancestral. Doze anos antes da destruição de Valíria, Aenar Targaryen vendeu suas propriedades em Valíria e se mudou com toda a família e dragões, para a Pedra do Dragão. E assim começa a historia de Fogo & Sangue.

Aegon I, O Conquistador, foi o primeiro a reivindicar para si os sete reinos, criando o trono de ferro e não aceitando mais nenhum rei. Um a um os inimigos foram caindo, ninguém tinha forças para lutar contra três dragões adultos. Finda a guerra, Aegon dividiu terras e títulos, manteve os senhores em seus domínios e assumiu o reino. Ele casou com suas duas irmãs, Visenya e Rhaenys. Cada uma delas teve um primogênito, e ai deu-se origem ao que seria, no futuro, o primeiro confronto pelo trono. Mas antes disso Aegon governou por longos 37 e felizes anos. Onde o reino prosperou e a paz se estabeleceu.

Depois disso uma sucessão de reis e guerras se iniciou. Alguns Targaryen governaram com sabedoria, outros duraram pouco no trono e foram muito cruéis. A linhagem começou a ser duramente criticada pela fé, afinal, a família tinha desde o início estabelecido o casamento entre irmãos, o que era condenado pelos Sete.

O livro narra como foi a grande queda dos dragões, o evento que ficou conhecido como “Dança dos dragões” e eliminou a maioria dos dragões do reino. Conta também a origem daqueles três ovos, que ficaram tanto tempo esquecidos, até chegarem a Daenerys. Fala também da antiga Valíria, e porque seria tão perigoso tentar voltar ao local.

O livro tem belíssimas ilustrações e uma história densa e forte, repleta de guerras e sofrimento. Esse volume termina com a ascensão de Aegon III, que foi coroado ainda criança, mas teve o reino governado pela Mão e por um pequeno conselho até ser oficialmente adulto. Ele que ficou conhecido como Rei Arrasado, e o Desgraça dos Dragões, então já sabemos que o futuro do jovem de 16 anos  não será próspero.

Nesse volume tivemos os reinados de: Aegon I, O Conquistador; Aenys I; Maegor I, O Cruel; Jaehaerys I; Viserys I; Aegon II, o da Dança dos Dragões; Aegon III, o Desgraça dos dragões. O livro termina em 131 D.A (depois de Aegon),  e somente em 283 D.A ira chegar ao fim o reinado dos Targaryen, ou seja, ainda temos muita história pela frente.

Além das inúmeras guerras, batalhas e cenas sangrentas, a sucessão de tragédias me marcou durante a leitura. Fiquei arrasada com tantas mortes bobas e prematuras, com crianças sendo assassinadas, com as doenças que mataram inúmeras pessoas. Mesmo o leitor sabendo que vai dar merda rs, já que no final eles irão perder o trono, dá muita dó ver como a família foi se destruindo aos poucos. As inúmeras brigas entre irmãos, sobrinhos e tios foi de uma burrice sem fim. As muitas intrigas do reino não ajudavam.

Outro fato interessante é a importância do Norte e da Muralha durante o livro. Os governantes do Norte participaram ativamente em várias batalhas, um chegando a servir como Mão do Rei. A Muralha era a opção escolhida por todo nobre enviado as masmorras, era isso ou a forca... Então muitos homens eram enviados para lá. A força da muralha cresceu muito em alguns momentos.

A mulher coitada, tinha direito a nada e só levava ferro. Casamentos arranjados, estupros, abusos de todas as formas. Eram guerreiras, eram fortes, mas sofriam por precisar sempre ter um homem na frente delas. As mulheres primogênitas na família foram motivos de vários conflitos de sucessão, pois sempre tinha um homem para reivindicar o trono  que seria dela por direito de nascença.

Eu adorei o livro, e apesar de aguardar ansiosamente pelo sexto volume da Guerra dos tronos, foi uma leitura rica e muito interessante.

Para os fãs do autor eu indico sem dúvida, leiam!

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Série Fogo & Sangue:
  1. Fogo & Sangue (Fire and blood)
  2. Fire & Blood , part II (ainda não lançado).

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