Daqui a cinco anos - Rebecca Serle

>>  quarta-feira, 1 de julho de 2020

SERLE, Rebecca. Daqui a cinco anos. São Paulo: Editora Paralela, 2020. 291 p. Título original: In Five years.

Eu já sou naturalmente afobada para ler as novidades que as editoras mandam. Se pudesse, solicitaria todos os lançamentos, mas como o tempo urge e a Sapucaí é grande, como diz a minha amada mãe, tenho que me contentar em pedir apenas alguns. Quando a Editora nos informa que saiu uma prova de um livro que sequer foi lançado ainda e nos dá a oportunidade de ler antes de todo mundo, então! É impossível recusar. Foi o que aconteceu com Daqui a cinco anos! E a curiosidade foi tanta que em dois dias eu já tinha devorado o livro! Agora, divido com vocês minhas impressões de Daqui a cinco anos.

Dannie Kohan é uma jovem advogada que não só sabia, desde a infância, que queria se tornar advogada quando crescesse, como desde essa época já sabia exatamente em que escritório ia trabalhar quando se formasse. A partir de então, tudo o que fez, desde a faculdade até os estágios e empregos, foi exatamente para chegar a essa empresa. E é no dia da grande entrevista para uma vaga de advogada que se inicia a história de Dannie.

No dia da entrevista, ela acorda com duas certezas: que vai conseguir a vaga, já que treina há tanto tempo, que sabe até onde se localiza cada espaço do escritório; e que, naquela noite, será pedida em casamento por David, seu namorado.

Durante a entrevista, o dono do escritório a questiona, como é comum nas entrevistas de emprego, onde e o que Dannie estará fazendo daqui a cinco anos. E ela sabe exatamente onde vai estar (naquele escritório mesmo) e com quem (David, claro).

Ao final do dia, depois de ter ido superbem na entrevista (embora não saiba ainda se foi contratada) e de ter sido realmente pedida em casamento pelo homem que ela julga ser o amor de sua vida, Dannie chega em casa e, por ter bebido algumas doses a mais de champanhe para comemorar o noivado, acaba apagando no sofá.  

Ao acordar, contudo, ela não só está em outro apartamento, em outro lugar, como está com outro cara – que não é David – e com outra aliança de noivado no dedo. Desesperada e sem acreditar que aquilo foi um sonho de tão real, Dannie decide que não vai contar a ninguém. Apesar de nunca ter esquecido a cena, quatro anos e meio se passam, sem que nada aconteça. E então, inesperadamente, ela se depara com o cara do suposto sonho que teve. Ele está ali, em carne, osso e músculos e se tornando, irrevogavelmente, realidade em sua vida
                                               
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O livro é narrado em primeira pessoa pela Dannie.

Desta vez, diferentemente das outras, vou alterar um pouco a ordem das minhas impressões para facilitar para você, caro leitor, entender a razão de eu ter tido determinados sentimentos em relação a cada personagem.

A mensagem do livro é clara. Não adianta planejar, não adianta se programar para daqui a muito tempo. Você não manda no destino e não pode conduzir o que quer que aconteça, quem faz isso é a vida, não você. Você também pode interpretar de outra forma: como eu conduzo minhas decisões e minha vida, a partir de algo que eu espero e acho que vai acontecer. Para exemplificar: tudo que aconteceu com Dannie aconteceu porque era o destino, e pronto? Ou aconteceu porque ela teve o sonho e, quando conheceu Aaron, teve certeza de que tudo ia se realizar?

A verdade parece óbvia no presente caso e, por causa disso, clichê. Mas... cuidado! Não se deixe enganar pelas minhas palavras. A obviedade aqui passa longe.
Agora sim, falando dos personagens.

Dannie é muito focada no trabalho e acho que nunca conheci, nem na vida real, uma advogada que ame tanto a profissão! E olha que eu sou advogada e vivo rodeada deles (exceto agora, durante a pandemia, claro!). E apesar de eu gostar de anotar meus planos e ter alguns planejamentos a médio prazo, fiquei impressionada com a certeza que ela tem do que quer e com a obstinação de que será aquilo e pronto.

David, apesar de ser o noivo e estar na história desde o início, não ganhou nenhum destaque, nem positivo nem negativo, para mim.  

Aaron, o cara do sonho, foi decepcionante, na minha opinião. Quando Dannie teve o sonho, comecei a imaginar todo um futuro de romance hot e cheio de acontecimentos de aquecer o coração entre os dois. Lembra o que eu disse sobre óbvio? Pois é!

Já a melhor amiga da Dannie, Bella, se tornou minha personagem favorita, embora seja muito espevitada e desapegada demais do mundo e das coisas, na minha opinião. Ela é um daqueles personagens que não são nem secundários, mas também não são exatamente o protagonista. Mesmo assim, acabam sendo a peça-chave para a coisa toda, sabe? Torci muito por ela!

Na história há referências a muitos locais em Nova York que existem de verdade. Inclusive, tanto Dannie quanto David trabalham em empresas que existem mesmo fora da ficção, o que achei legal, porque à medida que fui pesquisando para saber do que se tratava e onde se localizava, isso acabou compondo a cena junto com o que eu já estava imaginando. Adoro quando isso acontece!

Em relação à história em si e às impressões que me causou, preciso confessar que não foi nada do que eu esperava. Não digo que foi decepcionante, já que, como eu disse, se a autora queria nos enganar com a premissa, fazendo parecer que tudo seria o óbvio e já conhecido por leitores experientes, ela conseguiu.

Contudo, ao longo do texto, a falta de expressividade de alguns personagens e algumas situações que pra mim ficaram meio soltas ou mal resolvidas me deixaram com uma sensação de incompletude no final da leitura. Aquela vontade de se sentir satisfeita e plena com a história, mas alguma coisa impede e você precisa ficar ruminando aquilo para descobrir.

Uma coisa é fato, eu passei uns dias pensando sem parar na história, tanto pelo que acontece – que, de certa forma, serve como um tapa na cara – quanto pelo fato de ter ficado aquela sementinha da dúvida que eu expliquei ali em cima.

Mas é uma leitura muito válida e passa muito rápido, principalmente porque eu queria de qualquer jeito saber como ia terminar aquele furdunço todo. Então, leiam! Depois me contem quais impressões e experiências tiraram da leitura, valendo lembrar que o livro foi lançado dia 29.06 e, por enquanto, está sendo vendido apenas na versão e-book. 

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Avaliação (1 a 5): 3.5







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