Birman Flint: A maldição do czar - Sérgio P. Rossoni

>>  quarta-feira, 23 de dezembro de 2020


ROSSONI, Sérgio P. Birman Flint: A maldição do Czar. Porto Alegre: Editora Avec, 2020. 367 p. 

Todo mundo já está acostumado a me ver falar que adoro literatura nacional. Logo, toda vez que tenho a oportunidade de ler autores brasileiros, eu abraço a chance. A convite do autor Sérgio P. Rossoni, recebi um exemplar de Birman Flint - A maldição do Czar, um livro de ficção brasileira, uma fantasia que, à primeira vista, me causou muita curiosidade! Agora que já conheci a história toda, venho dividir com vocês minhas impressões!


Um camundongo, agente imperial da Rudânia, é brutal e misteriosamente assassinado. Birman Flint, o gato repórter do Diário Felino, é convidado pelo investigador que está cuidando do caso, Gallileu Ponterroaux, um galo, a auxiliá-lo nas investigações. Ao analisar os objetos que estavam com o agente assassinado, sobretudo uma espécie de diário que menciona um antigo artefato conhecido como Ra’s ah Amnui, Flint percebe que o caso pode ser muito mais misterioso e profundo do que estavam suspeitando. 

Ao se dedicar a descobrir o mistério que envolve o caso, juntando cada pecinha que encontrava no caminho, Flint não esperava que ele mesmo se tornaria uma peça de um jogo diabólico orquestrado por seguidores de uma seita arcana que queriam assumir o poder e derrubar o czar Gatus Ronromanovich.


Primeiro, vamos falar sobre a edição. É muito bem feita, bem diagramada, e as ilustrações, feitas por Karl Fellippe, são ricas e tornam os personagens quase reais! Fiquei encantada com as ilustrações e tentada a tirá-las do livro e pendurá-las pelas paredes da minha biblioteca pessoal! (Não fiz isso, claro, mas gostaria, rs!)

A premissa do livro é muito bacana! Quanta criatividade nesta história! O autor cria um mundo fictício em que os personagens são animais "antropomórficos", como são descritos no press realease que recebi do livro. Eles são inspirados em algumas personalidades que existiram realmente, como a Dinastia Romanov e Grigori Rasputin, com lugares que, pelo nome, nos remetem facilmente a países como Rudânia = Rússia, Moscóvia = Moscou, Sibéria (Siberium). Logo após uma nota do autor, que explica muito bem essas referências, há um mapa que demonstra todo o mundo fictício narrado. Como adoro mapas, passei um bom tempo admirando a imagem. Deixo uma foto aqui embaixo para que vocês possam ter uma noção do que contei aqui.


Nas primeiras páginas, fui sendo absorvida pela história e, a cada página, torcia para que Flint resolvesse o mistério e se desse conta do que estava acontecendo sem que ele soubesse, e que, no fim das contas, ficasse tudo bem com ele e seu fiel amigo Bazzou. Afinal, quem não torceria por um gato que tem como auxiliar e amigo um camundongo?! Achei o máximo!

Fiquei me sentindo como se estivesse lendo Dostoiévski, guardadas as devidas proporções, ou algum outro autor russo, pois são tantos nomes complexos e elaborados, que comecei a ter que anotar, rs. Apesar de parecer que isso foi ruim, a verdade é que não me incomodou,  sobretudo porque achei os nomes muito criativos, como Gatus Ronromanovich, Kalius Maquiavel Ratatusk, Karpof Mundongovich, Rudovich Esquilovisky, Rufus Paparov, e assim por diante. Enfim, um sem-número de nomes muito bem criados e um estilo narrativo que ajudam a criar o universo da história!

Por outro lado, o que me incomodou, apesar de toda essa criatividade, foi o fato de que, em determinado momento, senti que estava recebendo uma enxurrada de informações que, sem dúvida, serviriam para explicar o passado, o presente e o que poderia acontecer com os personagens, mas que não colaborou nem um pouco para minha concentração e para me manter presa ao livro. Comecei a sentir que as páginas iam passando, mas minha leitura não se desenvolvia. Concluí que o excesso de informações foi o que fez com que eu parasse de absorver parte do que estava lendo

Por sua vez, o final foi bem legal e fui surpreendida por algumas revelações que me deixaram estarrecida. Achei o desfecho bem amarrado, mas com um pequeno "gancho" para continuação, inteligentemente. Quem sabe?! 

Assim, indico para quem gosta de ficção, fantasia, histórias sobre seitas e deuses antigos (ainda que fictícios) e para quem gosta de descobrir novos universos. 


Avaliação (1 a 5): 



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