Jogador número um - Ernest Cline

>>  quarta-feira, 26 de maio de 2021


CLINE, Ernest. Jogador número um. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2021. 432 p. Título original: Ready player one.

Lá pelos anos de 2014, 15, 16 
 já não me lembro bem  uma amiga me falou muito bem de Jogador Número Um. Eu não tinha sequer ouvido falar na história até então e confesso que não dei muita atenção quando ela falou.

Em 2018 me deu um rompante, aquelas vontades inesperadas de ler determinado livro que não sai da cabeça da gente até ler, sabe?! Foi então que finalmente li, e descobri do que se tratava Jogador Número Um. Muito possivelmente, esse rompante me atacou porque, mais ou menos na mesma época, seria lançada a adaptação para o cinema, e eu, claro, fã de adaptações que sou, fiquei curiosa imediatamente.

Agora, em 2021, a Editora Intrínseca adquiriu os direitos da história e lançou, juntamente com a continuação, denominada Jogador Número Dois, uma nova edição bem chamativa, linda e bem feita de Jogador Número Um. Relida a história e devidamente relembrado todo o contexto 
– e até mesmo meus sentimentos sobre a leitura – eu divido agora com vocês minhas impressões. Antes, quero dizer a todos que se preparem para uma grande viagem ao mundo dos jogos de videogames e dos filmes, séries e programas de TV dos anos 80!

Wade Watts é um garoto pobre, órfão de pai e mãe, que vive com a tia (não porque eles se gostem, mas porque foi a única parente que lhe restou) em uma pilha de trailers que pode ser considerada a modalidade de periferia que se teria em um mundo do futuro, já que a história se passa em 2040. O mundo já não é mais o mesmo: a fome e as guerras tornaram os seres humanos apáticos, sem vontade de lutar por um futuro melhor ou para sair dessa situação. Mas não Wade. Seu grande prazer é passar o dia todo no Oasis, um programa de realidade virtual onde se pode ser e fazer de tudo, inclusive ir ao colégio. Os ambientes, planetas e tudo que compõe o Oasis é inspirado em filmes, séries, videogames e cultura pop dos anos 80, a grande paixão de James Halliday, o criador de Oasis.

A vida de Wade e de todos os seres humanos seguia seu curso normal, dentro e fora do Oasis, quando uma notícia abala a todos: James Halliday está morto. E o mais impressionante: ele deixou alguns easter-eggs escondidos dentro do Oasis (easter egg é um elemento que pode ser escondido em qualquer lugar (um filme, uma série, um jogo e que pode servir para deixar uma marca, fazer uma piada, esconder uma mensagem). Aquele usuário do Oasis que encontrá-los e desvendar todos, ganha um prêmio: toda a fortuna acumulada ao longo da vida de James Halliday, estimada em aproximadamente 240 bilhões de dólares.

É então iniciada a caçada aos ovos deixados por Halliday. Wade, por meio de seu avatar Parzival, fará de tudo para conseguir encontrá-los e alcançar esse grande prêmio. Mas a jornada até o fim se mostrará muito mais complexa e perigosa que ele poderia imaginar
.

                                                                  

"Minha geração não conhecia um mundo sem o OASIS. Para nós, era muito mais que um jogo ou uma plataforma de entretenimento. Nós nascemos em um mundo horrível, e o OASIS era nosso único refúgio. Então começou a Caçada pelo easter egg do Halliday. Foi isso que me salvou, acho. De repente encontrei algo que valia a pena fazer. Um sonho que valia perseguir. E o futuro não me pareceu mais tão terrível." Contracapa.



Ler (no meu caso, reler) Jogador Número Um é, antes de qualquer coisa, uma verdadeira aula sobre games e cultura pop dos anos 80. Talvez, esta tenha sido a maior razão para esse livro se tornar um dos meus favoritos. Ao longo do livro eu fui anotando as referências encontradas e contei 23 aproximadamente, isso porque no final eu nem me lembrei mais de anotar, de tanta tensão que estava para saber quem ia encontrar o easter-egg e, com ele, a fortuna de Halliday.

O livro é narrado pelo próprio Wade, em primeira pessoa, trazendo para o leitor a própria versão do personagem sobre o que aconteceu durante a caçada à fortuna de Halliday.

Senti empatia por Wade de cara, e torci para que ele conseguisse sair da pobreza, achasse um caminho melhor para sua vida e, sobretudo, para que vencesse o concurso.

No início desconfiei um pouco do melhor amigo dele, Aech, porque achei que não era sensato Wade confiar tanto em uma pessoa no mundo virtual, sobretudo no meio de uma verdadeira guerra por uma fortuna bilionária. Como confiar nas pessoas? Mas, depois, Aech acabou me conquistando.

Outra personagem maravilhosa da história é Art3mis. Ela é blogueira, escreve muito sobre o Oasis e A Caçada, e Wade tem verdadeira adoração por ela. Acompanha suas postagens, e está sempre a acompanhando. Ela é muito sensata e durona. Gosto de personagens assim.

Há também, claro, os caras maus, os vilões, que a gente tem vontade de bater, de gritar quando se dão bem em alguma cena, e se apavora com medo de o mal vencer no fim das contas. Os seis, grupo formado por uma grande e poderosa empresa IOI, me deixaram muito apavorada, sobretudo por jogarem tão sujo para tentar vencer o concurso.

Mas quem ganha no final, ou se alguém ganha, só tem como você saber lendo!

Cabe um destaque muito importante para a edição da Editora Intrínseca, que, não me canso de dizer, arrasa demais nas edições. Tenho aquela edição azul antiga da Editora Leya, que eu achava bem legalzinha, até a Intrínseca lançar esta nova edição. É um espetáculo à parte e ajuda muito a nos inserir dentro do "jogo". Capa dura, trilateral vermelha, com fitilho amarelo para marcar páginas e divisão das partes do livro como "fases do jogo", assim como encontramos nos jogos de verdade, o que me fez sentir, ao avançar cada parte, como se estivesse vencendo uma fase e passando para outra. É muito legal!

Quem é gamer ou até mesmo tem apenas simpatia por jogos, vai se sentir contextualizado, principalmente porque, diferente da editora Leya, a Intrínseca, ao traduzir o livro, trouxe termos bem específicos do mundo gamer. Alguns termos eu tive que pesquisar, confesso, já que sou apenas uma jogadora de joguinhos de celular, e olhe lá, rs. Mas no fim das contas deu tudo certo.

Já para quem não conhece muito ou não teve muito contato com a cultura pop dos anos 80/90, acredito que vai ser uma ótima oportunidade para conhecer. Eu mesma que conheço diversas referências citadas no livro acabei ficando com vontade de assistir de novo e de ler/assistir/jogar os que conheço de nome!

Antes de ir, gostaria de indicar para vocês também o filme. Para quem não sabe, o livro foi adaptado para o cinema em 2018 e, pelo que me lembro, é bem fiel à história. Uma excelente complementação para a obra literária. Acabei de adquirir o DVD para assistir de novo, e depois de refrescada a memória eu conto para vocês se é tãooo fiel assim mesmo, combinado? De todo modo, deixo aqui o trailer para vocês assistirem e ficarem com ainda mais vontade de entrar no universo de Oasis.



Indico para fãs de games, para os que nunca leram Ernest Cline e têm vontade de conhecer, para os que curtem cultura pop anos 80 e para os que têm vontade de conhecer também. Com certeza vai ser uma grande viagem pelos anos 80!


Série Jogador Número Um, de Ernest Cline
  1. Jogador número um (Ready player one)
  2. Jogador número dois (Ready player two)
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