Relato de um náufrago - Gabriel García Marquez

>>  quarta-feira, 19 de maio de 2021

 


MÁRQUEZ, Gabriel García. Relato de um náufrago. Rio de Janeiro, Editora Record, 2014. 143 p. Título original: Relato de un naufrago.

Até hoje, apesar de ser muito aclamado e premiado, eu só tinha lido dois livros de Gabriel Garcia Márquez (ou GABO, se vocês preferir): Cem anos de solidão, que é meu segundo livro favorito da vida, e O amor nos tempos do cólera, que eu não curti nada. Diante dos extremos de uma leitura tão ruim e outra tão maravilhosa, decidi então ler mais algum livro do autor e tirar a prova. Escolhi Relato de um náufrago. Vamos saber se a leitura foi ótima ou nem tanto assim?


Luiz Alexandre Velasco é um dos tripulantes do destróier Caldas da Marinha da Colômbia, quando este passa por uma terrível tempestade e oito tripulantes são jogados ao mar, inclusive Luiz Alexandre.

Ele passa dez dias à deriva, sem água, sem comida, sem ter como se proteger do sol, do frio, dos tubarões.

No décimo dia, ele é resgatado e levado para o hospital do governo e lá é mantido, impossibilitado de dar entrevistas para qualquer jornalista que não seja do governo. Recuperado, ele sai do hospital como um herói, graças à história oficial do que teria acontecido, contada pelos veículos de comunicação estatais.

Contudo, tempos depois, ele vai deixando de ser idolatrado pela população, vai sendo abandonado pelo governo e, caindo no esquecimento, procura um jornal independente para contar sua versão do que teria ocorrido no fatídico acidente com o navio.

A princípio, ninguém quer contar essa suposta verdadeira história. Até que um jovem jornalista, chamado Gabriel García Márquez, decide colher o misterioso relato desse náufrago contendo a verdadeira história da tragédia ocorrida com o destróier Caldas.

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O livro é narrado em primeira pessoa por Luiz Alexandre, o náufrago que sobreviveu ao acidente e que, por isso, foi tido como herói nacional por muito tempo. No início do livro há um texto do jornalista que colhe o relato, no caso, Gabo, dizendo que preferiu escrever o livro pelo ponto de vista do próprio náufrago e não pela visão do jornalista. Assim, tudo seria mais realista.

O livro é bem fininho e a dá pra ler muito rápido. Apesar disso, é bom deixar claro que o relato de Luiz Alexandre é bem cru, realista mesmo (como pretendia o jornalista), de modo que, às vezes, pode ser que você precise parar de ler um pouco para respirar e, principalmente, para beber água, porque com certeza você vai sentir sede, rs.

O evento narrado no livro é verídico e ocorreu em uma época em que a ditadura dominava a Colômbia. Daí a manipulação dos fatos pelo governo. O relato, após publicado, acabou virando uma denúncia política, tendo sido mal recebido, sobretudo pelo governo, o que acarretou o exílio de Gabo em Paris, e Luiz Alexandre perdeu toda a sua glória e reputação após revelar a história.

O resultado, então, depois deste livro, é que tenho duas leituras ótimas do autor versus uma que não curti tanto assim. Logo, sigo indicando para todos, sobretudo para quem quer conhecer outros autores da literatura latino-americana e para quem gosta de histórias de conspiração e escândalo!

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Avaliação (1 a 5): 


 

 

 


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