Ligações - Rainbow Rowell

>>  sexta-feira, 22 de outubro de 2021

ROWELL, Rainbow. Ligações. São Paulo: Editora Novo Século, 2015. 304p. Título original: Landline.

"E se não for suficiente?, Georgie perguntara na noite anterior.
Vamos fazer de nós dois o suficiente, ele prometera para ela em 1998. Quer se casar comigo?" p.217

Já li alguns livros da Rainbow Rowell, mas já adianto para vocês que não sou grande fã da autora. Gosto do seu humor ácido e saiu da fila um que estava há anos na estante. Confiram o que achei de Ligações.

Georgie McCool, 37, é uma roteirista com uma carreira sólida, casada com Neal, mãe de duas filhas, Alice e Noomi. Desde o início do relacionamento, Neal ainda não sabia o que queria fazer da vida, com o que queria trabalhar, e quando as filhas nasceram, fazia sentido ele ficar em casa com elas, enquanto Georgie trabalhava. Mas agora, anos depois, o relacionamento entre eles parece estagnado, tudo gira em torno das meninas e ela não sabe mais como consertar isso. Ele está sempre bravo com ela... por chegar tarde, por trabalhar demais, por tantas coisas...

Ela e o parceiro de trabalho e melhor amigo, Seth, amam escrever comédias e estão prestes a realizar um grande sonho, vender a série de TV que eles sempre sonharam. Porém, o contratante exige que o projeto fique pronto em uma semana. Seth promete cumprir o prazo, mas é exatamente na semana de Natal.

Quando Georgie fala com o marido que não poderá ir para Omaha visitar a sogra, porque precisa trabalhar, sabe que ele vai ficar chateado. O que ela não imaginou, foi que ele iria sozinho com as filhas passar o Natal longe dela. E ele está tão chateado, que ela não sabe se o casamento também terminou.

Desnorteada, entre dias poucos produtivos no trabalho e noites no seu velho quarto de infância na casa da mãe... Georgie descobre algo incrível! Quando liga para a casa dos pais de Neal do seu velho telefone fixo, de alguma maneira, a ligação não cai no presente... mas sim, na casa do seu namorado Neal, que depois de um término abrupto, aparece na porta da casa de sua mãe e a pede em casamento. Em 1998, quinze anos atrás! 

Ela começa a conversar com o Neal do passado, e entre se imaginar louca e questionar tudo, não consegue abrir mão daquelas longas conversas. Mas será que ela vai conseguir consertar seu casamento dessa forma? Ou será que precisa convencer Neal de que esse casamento jamais deveria ter acontecido? 

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Enredo diferente e interessante,  o livro traz uma importante reflexão sobre o casamento. Duas pessoas que se unem com a intenção de serem felizes e de construir uma família, mas que com o passar dos anos, vão deixando sonhos e apenas seguindo em frente, apagando pequenos incêndios diários, com o foco nos filhos e sempre esperando que tudo melhore. Foi assim com Georgie e Neal, que se amaram, mas com o passar dos anos, se afastaram aos poucos. Eles ainda se amam, mas isso será o suficiente?

Georgie é uma protagonista, no mínimo, confusa. Ela vive para o trabalho, enquanto o marido cuida da casa e da família. Mas nesse caminho, Neal deixou seus próprios sonhos para trás. E o pouco que ele exige dela, uma viagem em família no final do ano, ela não consegue cumprir. E isso parece ser o limite, ele viaja com as filhas, eles não conversam e ela não sabe em que pé as coisas ficaram. Depois disso, ela entra em parafuso. Vai trabalhar, mas não consegue produzir nada; para desespero de Seth. Não consegue ficar em sua casa vazia, vai dormir na casa da mãe sem levar uma roupa e passa uma semana assim... sem roupa limpa, sem roupas íntimas, com o celular pifado e fazendo essas ligações todas para "o passado", usando seu velho telefone fixo amarelo, do seu quarto de infância. 

Eu torci por Georgie e Neal, adorei as duas crianças fofas, achei Seth um porre com sua amizade que ultrapassa limites, me irritei com Georgie o livro todo! Ela não parece ser uma mulher adulta, sinceramente. Ela vive para o trabalho, mas nem isso consegue fazer bem. E ela não consegue focar!! Comprar um celular novo para não perder as ligações das filhas, tentar falar com o marido, levar uma mala pelo menos para a casa da mãe, nada. Ela vive de comidas estranhas, porque aparentemente só ele sabe cozinhar. Gente, se o marido não está lá, as crianças ficariam com fome? Pelo jeito a base de maçã, queijo e iogurte aff.

Essa loucura dura quase até o final. Georgia é uma bagunça, me irritou o quanto a personagem é desorientada e não dá conta de resolver nada sozinha sem o marido. Neal parece um autômato, nunca vi um homem tão sem objetivo na vida e o fato dele não narrar praticamente nada do livro (tirando duas páginas dele mais novo indo pedi-la em casamento), não ajuda. Ela só fala o que ele não quis fazer da vida, e nem sei se ele queria realmente algo. 

Sei lá, parece uma ideia muito boa, que não foi bem trabalhada. O fato de eu não ser muito fã da autora, também pode influenciar nessa avaliação. Eu curti as partes divertidas, adorei a irmã de Georgie, Heather, a mãe dela com o padrasto novinho, os muitos cachorros da casa e tal. Gostei de Georgie e  Neal do passado e achei o final fofo!! O final em si quase muda a minha nota, que final amorzinho!! 

Então essa é uma questão de gosto! Eu indico por causa das discussões importantes sobre o casamento e a vida em família em geral e para quem gosta do estilo. Leiam! 

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Avaliação (1 a 5):

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