Morte No Internato - Lucinda Riley

>>  segunda-feira, 27 de junho de 2022


RILEY, Lucinda. Morte no internato. São Paulo: Editora Arqueiro, 2022. 384p. Título original: The murders at fleat house.

"Como você sabe, tenho a teoria de que todo assassinato é cometido por um dos quatro motivos: amor, dinheiro, vingança ou medo. Os grandes detetives sempre tiveram uma compreensão superior da natureza humana." p.120

Este livro foi escrito pela Lucinda Riley em 2006 e não tinha sido publicado ainda. Depois da triste perda da autora, em 2021, seu filho, Harry Whittaker, resolveu publicar este trabalho que ficou tantos anos guardado. E foi assim que este romance policial foi enfim lançado, confiram o que achei de Morte no internato

A escola St. Stephen é um internado que fica em uma região remota da Inglaterra, em Norfolk. Não é das escolas de maior prestígio, mas a tradição inglesa faz com que os pais continuem mandando seus filhos homens para internatos tradicionais. O diretor da escola, Robert Jones, pretende encarar como um triste acidente a morte infeliz de um aluno na escola. 

Charles Cavendish, 18, era filho único de um casal rico, único herdeiro de seu tio, um lorde. O rapaz tinha poucas preocupações na vida, e mimado, não era bem quisto na escola. Tinha fama de fazer bullying com alunos mais novos e, aparentemente, o diretor não fez muito para resolver o problema. Até que em uma noite, o rapaz que tinha alergia mortal à aspirina, tomou 2 comprimidos do medicamento, teve uma convulsão horrível e morreu. Seu corpo só é encontrado no quarto na manhã seguinte. Um acidente, ele tomou o medicamento por engano?

Jazmine Hunter, mais conhecida como Jazz, era uma ótima detetive-inspetora. Até que ela larga tudo, pede demissão e foge para a Itália. Agora de volta a Londres, ela aluga um pequeno chalé em Norfolk e resolve investir no seu talento de pintura. Ela deixou para trás um marido traidor, um policial que sempre queria superá-la na carreira, e a traiu no trabalho, para todos os colegas ficarem sabendo. Humilhada, ela foge. Jazz é procurada por seu chefe, Norton, que pede que ela investigue se a morte de Charles foi realmente um acidente. E que se recusa a dar sua demissão. 

Ela logo considera a morte suspeita. Charles tomava 2 comprimidos brancos idênticos todos os dias antes de dormir, já que era epiléptico. Ele tomou 2 comprimidos muito parecidos e morreu. Jazz acredita que alguém trocou a medicação propositalmente, um assassinato. Para complicar, um respeitado professor da escola, morre, e embora tudo indique que tenha sido um suicídio, os dois casos podem ter alguma ligação. Rory Millar tem 14 anos e era o principal alvo das maldades de Charles. E o garoto, que aparentava estar perturbado e pede ajuda ao pai, some misteriosamente. Seu pai, David Millar, vivia sempre bêbado depois de ser largado de forma desonesta pela esposa e perder o emprego. Mas ele fará de tudo para proteger seu único filho. 

Lidando com os crimes atuais e fantasmas do passado, Jazz se depara com um dos casos mais difíceis que já investigou. Resta saber se ela conseguirá desvendar os segredos sombrios do internato, antes que outra morte aconteça. 

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Que livro ótimo!! Eu adorei a narrativa, o enredo e o mistério em si. Lucinda Riley arrasou como autora de ficção policial! Fico arrasada ao pensar no quanto esse livro demorou a sair, porque ele tinha tudo para ser o início de uma ótima série policial. Engraçado que a maioria dos leitores da autora amam a série As sete irmãs, já eu, gostei bem mais de como a narrativa da autora fluiu bem neste livro. 

O enredo é apresentado com maestria pela autora. Temos o cenário sombrio de um internato no meio do nada, a pequena cidade inglesa, seus personagens com muitos segredos do passado. A construção é excelente, aos poucos vamos nos familiarizando com todos, e eu ia ficando cada vez mais nervosa com a escola funcionando normal, como se nada tivesse acontecendo. 

Eu adorei a protagonista! Jazz é uma mulher com uma grande bagagem do passado, tentando se reinventar. Ela teve seu coração partido e simplesmente fugiu, do atual ex-marido, do emprego (já que os dois eram policiais e trabalhavam juntos), do seu antigo apartamento, de tudo. O escroto do Patrick, o ex, aparece em determinado momento e foi a parte que mais me irritou no livro! Porque ele faz o que bem quer, ela aceita quase tudo e é isso. Eu queria ver ele se ferrar demais e tudo fica muito em aberto (mais um motivo para eu acreditar que seria o primeiro livro de uma série policial protagonizada por Jazz). Temos também os pais dela, personagens coadjuvantes impecáveis, amei os dois! E temos todo o núcleo das testemunhas/suspeitos que vamos conhecendo aos poucos.

O filho da autora, que resolveu lançar o livro, falou que não quis mexer no enredo e lançou a versão antiga, escrita por Lucinda. Ele diz também que a intenção da mãe era revisar a história antes do lançamento. E temos sim algumas falhas e continuidade, algumas cenas soltas e personagens mal explorados, mas no geral eu achei a história excelente e muito bem amarrada.

É aquele tipo de policial onde Jazz vai descobrindo pistas e ligando os pontos, e o leitor tenta também matar a charada. A narrativa em terceira pessoa se alterna entre vários personagens e vamos formando um quadro mais completo.  Eu curti o desenvolvimento e consegui desvendar o mistério. Matei logo um dos segredos e acertei o "quem matou" no meu segundo palpite.  

Lucinda tem uma escrita muito humanizada e é impossível não se apegar aos personagens e torcer por eles. Eu li agoniada até o final e adorei os desdobramentos. Final muito bem construído.

Conhecendo ou não a autora, esse é um livro que indico muito! E acredito que esse ar mais romantizado vai tornar a leitura ideal para quem não está acostumado a ler muitos policiais. Leiam!

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Avaliação (1 a 5):

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