A Livraria dos Achados e Perdidos - Susan Wiggs
>> sexta-feira, 2 de setembro de 2022
"Livros eram poderosos Podiam afastar todas as preocupações incessantes de Natalie por vários minutos de cada vez." p. 193
Eu adoro "livros que falam sobre livros" kk, em inglês já temos até um subgênero para esse estilo, eles chamam de "Books about books". Eu vejo biblioteca ou livraria no título e já logo quero comprar, este foi um daqueles casos. Achei a capa fofa, gostei do título e coloquei nos desejados. Confiram o que achei de A livraria dos achados e perdidos da Susan Wiggs.
Natalie Harper é uma jovem batalhadora, que trabalha em uma vinícola, na área de inventário. Ela não gosta muito do trabalho, não tem amigos, mas o emprego lhe garante um bom salário, e o mais importante, estabilidade. Ela cresceu ao lado dos altos e baixos financeiros da livraria da família, e fica feliz com seu emprego chato, mas bem remunerado, seu plano de aposentadoria... enfim, seu planejamento financeiro.
Ao contrário da filha, Blythe Harper é uma mulher espontânea, despreocupada e apaixonada por livros. Ela assumiu a livraria do pai e ama o prédio antigo, os clientes e todos os livros. A Livraria dos Achados e Perdidos é uma das mais antigas de São Francisco. Mas está sobrevivendo a duras penas, com toda a concorrência das grandes lojas virtuais.
Quando uma tragédia acontece, Natalie é obrigada a voltar para casa, decidir o que fazer da livraria e cuidar do avô, Andrew. Que após uma queda, precisou se mudar para o andar térreo da livraria, e vem sofrendo de lapsos de memória cada vez mais constantes. Depois da recusa do avô em vender o prédio da livraria, Natalie resolve assumir o negócio. Ela pede demissão, e muda para o apartamento de cima e começa a cuidar da loja e do avô.
Ela logo percebe que o problema é muito maior do que imaginava. O prédio está caindo aos pedaços, as dívidas são enormes e começam a se acumular e seu avô vem piorando. Ela precisa de ajuda! E para isso, além dos livros e suas frases inspiradoras, ela conta com dois funcionários antigos e fiéis, uma menininha fofa, Dorothy e seu pai, Peach Gallagher.
Peach é divorciado, vive para cuidar da filha e faz trabalhos como empreiteiro, além de tocar em sua banda. Ele tinha sido contratado pela mãe de Natalie para fazer reparos no prédio, e acaba assumindo o trabalho.
Natalie se vê em um mundo novo, com novas descobertas, novos amigos, novos interesses românticos... e quem sabe um novo amor? No meio de tudo isso ela se vê perdida entre livros e artefatos antigos, tentando encontrar algo que salve a família da falência.
"O que você mudaria em sua vida se pudesse começar tudo de novo, o que faria, quem seria, para onde iria e o que abraçaria?" p.108
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Com um enredo rico e personagens interessantes, A livraria dos Achados e Perdidos me conquistou desde o início. Eu praticamente conseguia visualizar a livraria, olhar as prateleiras e o local atulhado de livros e frases interessantes. Sofri e torci pelos personagens do início até o final.
Começando pela protagonista, Natalie não me conquistou logo de início. A protagonista é um pouco sem sal, apática diante de tudo o que está acontecendo. Ela reclama e reclama, e se martiriza mais um pouco. Entendi parte desse comportamento devido ao luto e ao choque de tudo o que aconteceu. Mas comecei a gostar mais da narrativa quando ela passou para o modo "ação" kk. A livraria é sim linda, mágica, mas é também uma bomba prestes a explodir. A mãe dela deixou inúmeras dívidas, fez empréstimos com juros absurdos e não tinha nenhum plano de negócios. O prédio é velho e cheio de problemas, a livraria tem poucos clientes. Já Andrew, o avô fofo, e os coadjuvantes, salvam a história nesse começo.
Eu adorei Dorothy, a criança fofa e que ama ler! Estou cansada de criança chata e birrenta em livros hahaha, dá até um alívio quando fogem disso. Peach também é um fofo, sempre pronto para ajudar. Ele teve seu coração partido no passado e quer evitar novos relacionamentos, mas é claro que logo rola uma atração entre ele e Natalie. Ela me irritou demais com várias divagações sobre ele, mas dizendo toda hora para si mesma: "pare com isso, ele é casado e blablabla". E isso rende mais da metade do livro! E em hora nenhuma ela perguntou isso para ele, só porque ele tinha uma filha, ela supôs isso, aff #preguiça. Depois surge outro mocinho no páreo, um autor famoso que quer ajudar a livraria e se interessa por ela. Não contarei mais para evitar spoilers.
Sofri muito por Andrew do começo ao final, a demência é uma doença muito triste e que vai roubando a alma da pessoa. E vendo o próprio personagem narrar seus esquecimentos e a mente confusa, é de cortar o coração. Ele foi um pai e avô incrível, e eu me emocionei diversas vezes na sua narrativa. Era palpável o seu amor pela filha, pela neta, e tudo o que ele fazia para a felicidade delas.
Eu amei principalmente TUDO relacionado a livraria! Os livros citados, as frases todas, as indicações de livros, clássicos e autores. Livrarias antigas são encantadoras, é uma pena que o fechamento das pequenas livrarias antigas seja algo tão real. Elas não conseguem concorrer nos preços das grandes lojas online, e acabam fechando as portas.
Agora, eu estava lendo empolgada e adorando tudo... mas o final foi UM BALDE DE ÁGUA FRIA! Gente, juro, parece que mandaram a autora terminar o livro e ela correu e escreveu tudo em poucas páginas. O livro tem 359 páginas (de história, tem uns extras depois). E até a página 344 todos os problemas em aberto continuaram. E de repente, em pouco mais de 10 páginas, tudo se resolve. O futuro, o romance, a vida deles e tudo sobre a livraria! Eu fiquei com muita raiva do final! Foi raso, foi preguiçoso... eu esperava muito mais!
Por causa disso, acabei não curtindo tanto o livro como imaginei inicialmente. Mas mesmo assim é uma história linda, ora triste, ora divertida e cheia de encantamento sobre o mundo dos livros. Leiam!
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