A Última Livraria de Londres - Madeline Martin

>>  segunda-feira, 5 de setembro de 2022


MARTIN, Madeline. A última livraria de Londres. São Paulo: Editora Arqueiro, 2022. 272p. Título original:The Last Bookshop in London: A Novel of World War II.

"Ler é... - É ir a algum lugar sem precisar pegar um trem ou navio, desvendar mundos novos e incríveis. É viver uma vida que você não nasceu para viver e uma chance de ver algo colorido pela perspectiva de outra pessoa. É aprender sem ter que enfrentar as consequências dos fracassos, é aprender como ter sucesso da melhor maneira. Ele hesitou. 
- Acredito que dentro de todos nós há um vazio, uma lacuna esperando para ser preenchida por algo. Para mim, esse algo são os livros e todas as experiências que eles oferecem." p.61

Eu amo romances de guerra, são histórias sempre comoventes e muito ricas, que envolvem luta, superação e um grande crescimento pessoal. Mas antes de tudo isso, foram frases lindas como essa acima que me deixaram encantada por este livro. Confiram o que achei de A última livraria de Londres da Madeline Martin.

Londres, 1939
Grace Bennett perdeu a mãe muito jovem e seu tio herdou a casa da família. Depois de ser explorada por algum tempo cuidando da loja da família, ela é praticamente mandada embora  de casa. Ela então resolve ser corajosa e aceitando a sugestão de sua melhor amiga, Viv, as duas se mudam para Londres. Elas sonhavam com a cidade grande, festas, lindos rapazes e muita dança. Mas encontram uma cidade tomada pelo medo da guerra que está por vir. 

Elas querem um emprego, querem recomeçar. E recebem a ajuda da melhor amiga de sua mãe, a Sra. Weatherford, uma viúva que mora com o único filho, Colin.  Viv consegue um emprego na Harrolds, mas Grace que não tem nenhuma carta de referência, acaba conseguindo emprego em uma pequena livraria do bairro. 

A Primrose Hill é uma livraria antiga, atulhada de pilhas de livros desorganizados por todo lado e tem um dono ranzinza. A princípio Grace odeia o trabalho. Mas logo está cheia de ideias para organizar os livros e deixar o local mais atraente. Ela consegue mais clientes, mas conhece pouco sobre o que vende, afinal, com todas as tarefas, não sobra tempo para ler os livros. 

Ao mesmo tempo, Londres está cada vez mais sombria e assustadora. As crianças começam a ser evacuadas para o interior, os homens começam a ser convocados e partem para a guerra. As mulheres ficam para trás e começam a ajudar como podem nos grupos de apoio. Abrigos contra bombas são construídos, todos temem a invasão de Hitler. Quando Paris cai, eles sabem que serão os próximos. 

Na livraria ela conhece George Anderson, um engenheiro que se alistou como piloto da RAF. Ele fala com Grace sobre seu amor pelos livros, sobre o poder da leitura em tempos difíceis. E antes de partir, deixa com ela um exemplar de um de seus livros favoritos, O conde de Monte Cristo. Grace reluta, mas em momentos de desespero e solidão, acaba descobrindo o amor pela leitura. 

E assim começa sua jornada, em meio a blecautes e bombardeios, Grace começa a contar histórias, a ler nos abrigos, a atrair cada vez mais pessoas para se perder nas páginas de um bom livro. 

"- Confesso que me senti meio tola lendo em voz alta daquele jeito.
- De jeito nenhum Srta. Bennett. Você ainda vai mudar essa guerra . Ele bateu os dedos na capa de Middlemarch. - Um livro de cada vez." p. 160

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Mais do que um romance sobre a guerra ou um livro romântico, essa é uma história de amor pelos livros! E como eu amei essa aventura! Ler para mim sempre foi viajar sem sair do lugar, me perder em alguma história sem ver o tempo passar e esse livro, traduz muito bem o sentimento. Eu amei mergulhar nas páginas de A última livraria de Londres!

O enredo é pesado, claro. Apesar dos ingleses estarem em uma posição talvez privilegiada em relação a outros países da Europa, como a França e a Polônia que foram invadidas muito rápido pela Alemanha, eles também sofreram com as invasões, os bombardeios constantes e a perda de muitos soldados nas batalhas. No início do livro eu estranhava o tempo todo o movimento da livraria, que continua constante mesmo com o avanço da guerra. Ficava imaginando onde o povo arrumava tanto dinheiro para livros rs. Afinal, na maioria dos livros do gênero que li, as pessoas mal tinham dinheiro para se vestir e comer. Aqui não sei se teve um exagero romântico por parte da autora, ou se realmente as coisas foram melhor nesse sentido para os ingleses.  Deixando isso de lado, eu amei todos os livros citados (li a maioria deles) e a importância dos livros na vida dos personagens. 

E eu amei muito os personagens. Grace, Viv, Colin e a fofa da Sra. Weatherford e o Sr. Evans, o dono da livraria. Sofri com eles, chorei por eles, afinal, era uma guerra. Meu coração quase se partiu em uma das cenas, me apeguei muito a todos os personagens. E esse livro só não foi um nota 5 e favorito, por causa do desenvolvimento dos personagens. Eu queria mais destaque para Viv, ela poderia ter narrado parte da história. E achei que Grace foi construída de forma muito perfeitinha, uma moça incrível e sem defeitos, que conseguia as coisas muito fáceis em alguns momentos.  Claro que eu sofri e torci por ela o livro todo, mas achei muito estereotipado o lado heroína dela na história. 

O romance em si tem pouquíssimo destaque, queria bem mais dessa parte. Grace se encanta com George e eles trocam muitas cartas no decorrer do livro, mas eu queria essas cartas na íntegra, queria um maior desenvolvimento deles como casal. Do jeito que foi, Grace se encanta por ele do nada e é isso. 

É um livro bem agridoce, em um momento você está chorando com as cenas tristes, nos outros está sorrindo encantada com as cenas fofas relacionadas aos livros. Eu adorei a leitura e indico para quem curte romances de guerra e um bom drama. Leiam!!

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Avaliação (1 a 5): 4.5

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