Delilah Green não está nem aí - Ashley Herring Blake

>>  quarta-feira, 19 de outubro de 2022

 


BLAKE, Ashley Herring. Delilah Green não está nem aí.  São Paulo: Editora Arqueiro,  2022. 336 p. Título original: Delilah Green doesn't care.


Uma capa fofa e um título interessante foram o bastante para atrair minha atenção para esse livro. Sabia que podia esperar um romance lgbtqia+, que a capa entregava, mas, além disso, nada mais eu sabia sobre a história.  Agora conto para vocês o que achei do grande sucessso do TikTok: Delilah Green não está nem aí. 



Delilah Green se mudou com o pai para Brigth Falls aos oito anos de idade, quando ele foi se casar com Isabel, sua madrasta. Delilah imaginou que seriam uma família feliz e que teria momentos incríveis com sua irmã postiça,  Astrid, mas tudo foi para o espaço quando o pai de Delilah faleceu repentinamente quando ela tinha 10 anos. Isabel se fechou em seu luto e Astrid e Delilah acabaram tendo que lidar com a vida por um tempo praticamente sozinhas. Mas isso ao invés de uni-las mais acabou distanciando e trazendo muito rancor e ressentimento. 

Agora, anos depois de deixar a cidade,  Delilah vive em Nova York, é uma fotógrafa, uma artista. Prefere não ficar lembrando de seu passado e nem de seu último relacionamento que terminou de forma catastrófica.  Ela não está nem aí para nada. Ela quer apenas ganhar dinheiro para se sustentar e curtir cada noite com uma mulher diferente,  nada de envolvimento. 

Mas, tudo isso pode mudar ao Delilah receber uma ligação de sua irmã  postiça lembrando-a de que foi contratada para fotografar o seu casamento além, claro, de todos os zilhões de eventos pré-casamento inventados por Isabel e Astrid.

Delilah não quer voltar para Bright Falls, conviver com pessoas e lugares que só lhe causam recordações ruins,  mas o dinheiro é muito bom e, então, ela pega a câmera, a mala e parte para a cidade. 

Ela só não contava com o fato de que duas semanas fossem mudar, total e completamente sua vida e a visão que ela tinha de seu passado. Será mesmo que Delilah Green não está  nem aí para nada?



Essa é uma verdadeira comédia romântica! Legal, engraçada, fofa, instigante, sensível! Não conseguia parar de ler e me diverti muito acompanhando Delilah, Astrid e seu clã e, ainda a Ruby, a pré adolescente mais fofa do mundo da literatura. 


É legal, porque você não consegue odiar nenhuma das personagens do sexo feminino que deveriam ser odiadas,  exceto a Isabel,  mãe da Astrid e madrasta da Delilah. Que ser humano desprezível! Mas é graças a ela que entendemos que Astrid não é um ser humano tão terrível quanto parece. 

É fofo porque tem um romance muito apaixonante que nos faz shippar o casal e torcer para que tudo dê certo e o final seja feliz. Nada melhor que terminar um romance com o coração quentinho, né?

É instigante porque acompanhamos 3 amigas, a noiva e as duas madrinhas, uma tentando se casar e as outras que odeiam o noivo e acham que a amiga está caindo em uma cilada fazendo o que podem para que o casamento não aconteça. A noiva, que não percebe o relacionamento potencialmente abusivo em que está entrando com um babaca engomadinho. E as amigas farão de tudo para que a amiga perceba isso antes que seja tarde demais. 

Queria muito ter amigas como Iris e Claire.  Acho que toda mulher merece amigas como elas. Sinceras, preocupadas, pessoas que fariam qualquer coisa por uma amiga. Não é todo mundo que tem esse privilégio!

E, por fim, é uma história sensível porque trata de temas sensíveis e importantes como a forma como os pais, por vezes, colocam suas expectativas de forma equivocada sobre seus filhos, transferindo para eles os seus sonhos e vontades, não os deixando viver a própria vida da forma como bem entender. Ou, ainda, o tema da sexualidade, que ainda é um tabu em muitos lugares, mas nesse livro é tratado com naturalidade e leveza. 

Não menos importante é a forma como a autora aborda a forma como enxergamos as situações e lidamos com elas. Será que o modo como enxergamos quem somos e como são as pessoas e as situações à nossa volta é a visão correta? Como seria enxergar as coisas sob outra perspectiva,  outro ponto de vista? Tirar a "nuvem" de ressentimentos e mágoas e ver as coisas com mais clareza? 

Gostei de ver a evolução não só de Delilah, a que não estava nem aí para nada, mas também das demais personagens. Foi muito gostoso acompanhar o que os acontecimentos de apenas duas semanas provocaram nos meros mortais habitantes e visitantes de Brigth Falls. 

Enfim, eu amei a história e indico para todo mundo! A única coisa que me incomodou foi a falta de confronto entre Delilah e a madastra. Acho que depois de tudo, esse confronto seria necessário para fechar um ciclo, sabe? E a falta dele me deixou com sensação de que faltou alguma coisa. 

Mas mesmo assim, leiam Delilah Green não está nem aí! Tenho certeza que vocês vão amar e se apaixonar e se divertir e se emocionar. Ah, leiam logo!


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Avaliação  (1 a 5): 4.5








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