O exorcista - William Peter Blatty

>>  quarta-feira, 26 de outubro de 2022

BLATTY, William Peter. O exorcista. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins, 2020.336 p. Título original: The exorcist.


Sempre gostei de literatura temática,  digamos assim. Ler sobre férias nas férias, sobre o Natal no Natal e sobre terror no mês do halloween. Assim, para este ano e este mês de outubro, escolhi um livro que tinha vontade de ler desde a adolescência, quando assisti ao filme que me deixou com tanto medo que tive pesadelos  com ele por meses e, até hoje me arrepia ao lembrar: O exorcista. Minha expectativa era que o livro me desse medo mesmo, já que não consegui sentir nada parecido com medo com nenhum livro que li. Aflição, agonia, sim, medo, não. Será que finalmente esse sentimento veio? Vem que conto para vocês!



Chris MacNeil é uma famosa atriz que está viajando para filmar um novo trabalho próximo à Universidade de Georgetown. Ela sempre leva a filha, Regan,  que está prestes a completar 12 anos, além da secretária,  Sharon, seu braço direito e os empregados, um casal polonês, Nellie e Karl,muito fiéis e dedicados ao trabalho.

Contudo, o que parecia ser um mês normal de gravações, acaba mudando a vida de todos, quando a pequena Regan começa a apresentar alterações de comportamento sérias e  inexplicáveis.  Chris a leva a diversos médicos e hospitais. Regan passa meses internada, mas parece que nada funciona. Chris, por ser ateia,  nunca ensinou nada sobre religião para a menina, e, talvez por não acreditar em nada é que talvez Chris não tenha se atentado para a possível causa das alterações sofridas pela filha: uma possessão por um demônio. Mas será que Regan estaria mesmo possuída? E se sim, seria Chris capaz de encontrar alguém capaz de tirar o demônio da menina?

Será que o Padre Karras, que além de tudo é psiquiatra, teria as respostas para essas perguntas? Seria ele, um homem sofrido e descrente,  a resposta? Descubra lendo O exorcista!



Sim. Esse livro me causou muito, muito medo. A ponto de eu precisar ler com calma, embora a escrita do autor seja tão boa que era praticamente impossível largar depois que começava a ler. 

A ponto de ficar arrepiada por minutos sem fim após interromper a leitura. 

A ponto de voltar a ter pesadelos com a história.

A ponto de quase não terminar de ler, de tanto medo. Mas o livro estava bom demais para largar. Precisei continuar. 

Tive muita dó de Chris, mas nada comparado ao que senti por Regan. Ver a menina sofrendo passando por situações as quais não tinha o menor controle,  vendo o corpo dela passando por coisas terríveis, tão novinha, nossa! Doeu no meu coração. 

Padre Karras conquistou minha empatia e para mim é o melhor personagem dessa história. Mais um que vai entrar pra minha lista de Camaradagem Literária de 2022 se eu fizer uma. 

O investigador Kiderman é meio bobalhão, mas traz uma leveza para uma história tão macabra, ajudando o leitor a respirar em alguns momentos estressantes. 

Mas, infelizmente,  apesar de tanto medo, a história tem algumas falhas decepcionantes. Algumas coisas não ficaram bem explicadas na minha opinião, e algumas situações e pessoas apareceram e desapareceram repentinamente, como se o autor não tivesse mais o que fazer com elas. 

E o pior foi o final. Entendi o que aconteceu e, apesar de ter ficado triste, entendi a necessidade. Mas o que me deixou p da vida, decepcionada e com vontade de jogar o livro na parede foi a forma como é contada a parte que mais esperei para que acontecesse. Ao invés de uma cena detalhada, minuciosa,  o autor me coloca as pessoas da casa escutando barulhos, sons, batidas e pft, acabou-se. Sério? Fiquei sem reação na hora, de tanta raiva, rs.

Apesar disso, é um clássico que precisa ser lido. As dúvidas e questionamentos sobre o caso, se o que Regan teve foi um problema puramente explicado pela ciência,  ou pela religião, é  um questionamento antigo e que persiste na atualidade, e acho interessantíssimo. Eu fico com a explicação religiosa, e vocês?

Leiam O exorcista!


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