A lista de convidados - Rebecca Serle

>>  quarta-feira, 30 de novembro de 2022

 

SERLE, Rebecca. A lista de convidados. São Paulo: Editora Paralela, 2022. 288 p. Título original: The dinner list. 


Meu primeiro contato com os livros de Rebecca Serle foi lendo Daqui a cinco anos. A premissa era muito boa e a execução não foi tão boa assim, na minha opinião. Assim, quando recebi A lista de convidados para ler e li a sinopse, já fiquei com o pé atrás. Ou eu e a autora faríamos as pazes ou seria mais um livro nota baixa. Vamos descobrir qual das opções aconteceu? Vem comigo!



Sabrina é uma jovem mulher que está em seu aniversário de 30 anos com sua melhor amiga: Jessica, e outros quatro convidados que, aparentemente,  ela não havia convidado: seu pai, seu ex, um antigo professor da faculdade e, ninguém menos que Audrey Hepburn, a estrela de cinema. 

Sabrina sabe que, há alguns anos, declarou que gostaria de convidar essas pessoas para um jantar. Mas ela não compreende porque justamente neste jantar elas resolveram aparecer.

E eles terão até o fim da noite para descobrir porque estão ali juntos. O que esse jantar tem a ensinar a eles?



Assim como em Daqui a cinco anos, essa é uma premissa inusitada e, como tal, deve ser "comprada" pelo leitor para poder funcionar. Lendo a sinopse, fiquei imaginando como funcionaria e o que, afinal de contas, aconteceu para reunir essas pessoas no jantar, já que envolve pelo menos uma pessoa que não existe mais (Audrey Hepburn).

O livro pretende nos passar uma mensagem sobre como lidar com abandono, luto, amor, memórias, amadurecimento, arrependimentos , ressentimentos. Todos esses sentimentos estão ali na história, visíveis. 

Mas a verdade é que tinha tudo para ser tocante, emocionante e para mim foi sem graça e maçante. Tudo isso pelo que eu chamo de "falta de convencimento".

Primeiro, o casal que não convence. Sabrina e Tobias podiam ser um casal perfeito, apaixonados, com um início de história legal e a gente lá, torcendo por eles. Mas eles são tão reais e imperfeitos que ficou difícil torcer por eles, rs. Mas mais do que isso, eles não são cativantes juntos, achei que tinham zero química. Sabrina, presa em uma nuvem de amor, não percebe (por mais que as pessoas lhe digam), que Tobias na verdade é folgado, mimado, infantil, mimizento, parasita e egoísta. Sim, achei isso tudo dele.

Um relacionamento pautado só em amor não pode se sustentar para sempre, não na vida real. Quem ler, vai entender o que quero dizer. Por isso fiquei do lado de Jéssica, a melhor amiga, quando por tantas vezes ela tentou fazer Sabrina enxergar isso.

Segundo, porque o jantar de aniversário dá muitas e muitas voltas em volta do próprio rabo até que, nas páginas finais, tudo se encaixa. Digo isso porque ultimamente tem me incomodado o recurso forçado das/dos autores para estender os conflitos que se resolveriam de forma mais simples e rápida, mas que não deixariam o livro aprazível nem renderia muitas páginas. Acho apenas que podiam movimentar os conflitos de outra forma, para que não ficasse tão óbvia a tentativa de rende-los. 

Não convenceu a forma e o momento que o plot twist veio à tona e o tempo que levou até tudo ser explicado e esclarecido ao leitor de como aconteceu. Achei que, apesar de ter desconfiado do acontecido, podia ter ficado no suspense por mais tempo até confirmar meu pensamento e, então, poder saber o que houve com detalhes.

Por fim, mas não menos importante, não me convenceu uma lista de convidados com pessoas vivas e mortas como se isso acontecesse todo dia na vida de nós, os meros mortais, sem uma explicação mínima pra isso. Eu sei que muita gente vai dizer que realismo mágico não precisa de explicação,  mas para mim precisava, sim. Já passei por situações parecidas em outros livros e a explicação veio em determinado momento, ainda que nem sempre convincente.  Nesse livro, a única menção próxima a respeito é uma cena em que Jessica diz a Sabrina que a professora de espiritualidade dela pediu que os alunos fizessem uma lista de um jantar em que a pessoa deveria colocar 5 pessoas que ela convidaria, vivas ou mortas. Isso não explica nada, certo? Então,  não me convenceu, rs. 

Mais uma vez (assim como em Daqui a cinco anos) a melhor amiga me cativou mais  que a protagonista, de modo que torci muito mais por Jessica que por Sabrina. Muito possivelmente pelo jeito semelhante que temos de ver a vida e as relações, ou por estarmos em um momento parecido na vida, mas fato é que queria ter gostado mais de Sabrina, mas não foi dessa vez.

Se você já leu Daqui a cinco anos e curtiu e tem vontade de ler mais livros da autora, vá em frente! A receita que a autora segue nos dois livros é muito parecida, de modo que, se você curtiu aquele, provavelmente vai curtir esse livro.

Se você não leu nada da autora, indico ler para formar sua própria opinião. Afinal, quem sou eu para dizer para alguém não ler um livro? Rs Leiam!

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Avaliação (1 a 5): 







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