Budapeste - Chico Buarque

>>  quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

 


BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2003. 174 p. 


Não acompanho muito Chico Buarque como cantor, apesar de conhecer algumas músicas e curtir quando tenho a oportunidade de ouvi-las. Mas sempre tive curiosidade em relação aos seus livros. Já tinha lido anteriormente A ópera do malandro, uma peça, e agora me surgiu a oportunidade de ler seu livro premiado Budapeste. Vamos saber o que achei da história? 



José Costa é um escritor anônimo (ghost writer) muito bom naquilo que faz. Tão bom que chega a ser presunçoso as vezes, e um pouco egoísta. 

Um belo dia, quando foi participar do Encontro Anual de Escritores Anônimos,  teve que passar algumas horas em Budapeste, pois seu voo havia sido interrompido por uma ameaça de bomba. Ao ouvir o idioma local, o sotaque, José se apaixonou completamente pela cidade e por uma moça local, provocando uma série de dúvidas no escritor em relação ao seu idioma, ao seu trabalho, seu casamento, seus livros. 



Quando li A ópera do Malandro, ela não serviu muito para me dizer se amei a escrita ou não, embora tenha gostado muito da experiência de conhecer essa famosa peça.

Assim, ao ler Budapeste, não sabia muito o que esperar. Só sabia que Chico havia ganhado o prêmio Jabuti de 2019 por essa obra, logo, alguma peculiaridade ela teria que ter.   

E tem. 

José Costa não é um narrador protagonista que me provocou empatia. Mas assim como outros que não me ganharam o coração pelo que são, mas pela história que contam, José me contou sua história de um jeito que não teve como não me prender, me deixar afoita por saber mais e terminar para saber o desfecho. 

Chico Buarque escreve de uma forma, por vezes poética, que toca o leitor, faz com que nos identifiquemos com aquele acontecido, com que entremos na história e que sejamos surpreendidos de uma forma totalmente inusitada com o final da história. 

Achei magistral a forma com que ele conduz o leitor ao desfecho. Acho que a última vez que vi algo assim foi nos livros do Raphael Montes e ele nem escreve o mesmo estilo, rs. 

Fiquei com vontade de ler as outras obras do cantor/autor, apesar de ter lido algumas críticas a respeito de Budapeste e visto que essa é considerada a obra mais bem escrita dele. Mesmo assim, vai ser bom saber o que os críticos acham que ele pecou nas outras para considerar essa a melhor, né? E o melhor, será que vou concordar com eles? Resenhas futuras responderão a essa pergunta. 


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