Amêndoas - Won-Pyung Sohn

>>  quarta-feira, 5 de julho de 2023

 


SOHN, Won-Pyung. Amêndoas.  Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2023. Título original: Almond.


Alguns dias atrás vi uma booktuber que curto bastante dizer que tinha lido Amêndoas e de encantado pela história de Seon Yunjae. Na hora, minha curiosidade foi despertada,  ainda mais por se tratar de Literatura coreana, que tenho muito pouco conhecimento e uma grande curiosidade a respeito. Assim, adquiri O e-book e corri para conhecer a história de Seon . Vamos saber o que achei de Amêndoas?



Seon Yunjae sofre de alexitimia, uma doença que faz com que a pessoa não tem sentimentos, por assim dizer. Não há medo, amor, empatia, tristeza,  nada. Apenas capacidade de sentir dor, afinal,  é ligada à parte física do ser humano do que às sensações e sentimentos. 

Desde pequeno, tanto a mãe quanto a avó de Seon Yunjae cuidam para que ele saiba como agir na frente de outras pessoas e, assim, consiga disfarçar sua condição,  sobretudo para não serr taxado de esquisito e sofrer bullying de outras crianças.  Não que ele se importe com isso, mas toda mãe só quer que seu filho seja e tenha uma vida normal. 

Acontece que nas vésperas do aniversário de 15 anos de Seon Yunjae um trágico evento acontece, deixando o garoto sozinho na vida, sem amparo da mãe e da avó e ele passará a ter que aprender, por conta própria,  sobre o que as pessoas querem lhe dizer e quais sentimentos estão demonstrando.  O que parece impossível no início acabará sendo possível, à medida que outras pessoas vão chegando na vida de Seon. Nem todas elas tranquilas e amigáveis, como Gon, mas que vão despertar em Seon Yunjae os sentimentos que ele achava que jamais sentiria.



Devorei esse livro praticamente em uma sentada. E, nas raras vezes que precisei deixá-lo de lado, não conseguia parar de pensar nele. 

A história me provocou uma mistura de sentimentos e pensamentos que há muito um livro não me provocava. Senti empatia pelo protagonista, raiva e também empatia por Gon, por ele apesar de ser tão absurdamente maldoso e sem educação, não ser nada além de uma vítima das circunstâncias em que foi colocado ao ser separado dos pais tão pequeno. Senti medo e desespero com o evento que tirou a avó e a mãe de Seon da vida dele. Mas o mais interessante pensamento que senti, ou um conflito de pensamentos, foi o de me pegar imaginando como seria a minha vida se eu não sentisse nada. Medo, raiva, alegria, empatia. E ao mesmo tempo imaginando que seria impossível viver sem sentir isso.

Claro que sei (ao contrário de Gon, que parecia não entender), que Seon Yunjae não era assim porque era bom em esconder seus sentimentos. Mas porque uma condição em suas amídalas o deixou assim. Mas é inevitável não se colocar no lugar de outros personagens e pensar se Seon não estaria fingindo não sentir nada. Nesses momentos,  confesso que me senti uma humana muito ruim. 

Essa é uma leitura importante para aprendermos sobre empatia, sobre como nos adaptar à vida com as condições e limitações que temos. Mas é também sobre não acreditar no primeiro diagnóstico que recebemos e devemos pesquisar melhor a respeito antes de aceitar algo que pode nos definir pra sempre.

O final da história me deixou em prantos. Foram uns bons minutos de choradeira que fizeram eu gostar um pouquinho mais do livro.

E é por isso que digo: leiam Amêndoas. Vocês não vão se arrepender. 


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Avaliação (1 a 5):






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