Stalker - Tarryn Fisher

>>  segunda-feira, 7 de agosto de 2023


FISHER, Tarryn. Stalker. São Paulo: Editora Faro Editorial, 2018. 256p. Título original: Bad Mommy.

"Até eu começava a me assustar, e olha que convivo de perto com gente desequilibrada. Não, apaga isso, lido com loucos complacentes, loucas entediadas. Fazia muito tempo que eu não via uma perseguidora legítima no meu divã. Essa gente nunca se conscientiza de que precisa de ajuda." p. 144

Adoro thrillers psicológicos e seus enredos perturbadores. Este foi um dos que comprei vendo comentários positivos por aí, mas acabei demorando a ler. Confiram o que achei de Stalker da Tarryn Fisher.

Fig Coxbury acredita que perdeu tudo. Várias tentativas frustradas de engravidar e procedimentos para tal, resultaram em um triste aborto. Mas uma vidente afirmou que ela se reencontraria com a alma de sua filha, e é isso que ela procura... em cada criança que vê na rua e nos parquinhos. Com uma mente perturbada, e se achando muito inteligente, Fig dispensa sua psicóloga quando acredita que achou o que tanto buscava.

Primeiro ela vê a criança, Mercy, aparentemente com 2 anos e pouco, loira, como sua filhinha seria. A mãe, de cabelos pretos e com modos impacientes, não se parece nada com ela. E nem o pai, de cabelos castanhos. Depois de seguir a família por dias, e começar a passar sempre na frente da casa, ela vê que a casa vizinha está à venda. E é assim que Fig se torna a nova vizinha de Jolene e Darius Avery.

Ela logo se torna a amiga solícita, dá conselhos desnecessários para Jolene, tenta se envolver em tudo e ajudar quando pode. Fig começa a copiar tudo da sua "rival", roupas, móveis, fotos no Instagram, hábitos e atividades físicas. Ela vê o marido como um sofredor, e logo se imagina no lugar dela, com Darius e "sua" linda filhinha. 

Fig fala de seu divórcio, fala que tem câncer, e o que mais precisar para gerar empatia. Enquanto isso, ela manipula, persegue e se aproxima cada vez mais. 

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A premissa é muito interessante e tinha tudo para ser um livro intrigante, mas a autora se perde no desenvolvimento. A narrativa fica confusa, termina com muita coisa aberta e outras contraditórias. Uma pena, mas valeu a leitura pela mente caótica da Fig. 

Bom, começando sobre os personagens. A primeira parte, intitulada "A psicopata", é toda narrada por Fig. Ela conta que o marido a deixou, da filha que perdeu, e fica obcecada, aparentemente por Mercy, e depois por Jolene, já que ela acredita que seria uma mãe muito melhor para a criança, e se vê ali, naquela família, no lugar da mãe atual. A narrativa de Fig é maçante, chata, e eu lia pensando em como ninguém desconfiava de nada, já que ela tinha atitudes estranhas (para falar o mínimo), o tempo todo.  

A segunda narrativa, deixa tudo muito mais interessante, e o livro virou outro para mim, me empolguei realmente nesta parte. A segunda parte é nomeada como "O sociopata" e é narrada por Darius, o psicólogo marido da Jolene. E aqui tudo faz sentido. Porque ele percebia sim desde o início tudo o que ela fazia. E, por um lado, tentou alertar a esposa, que achava tudo uma bobagem, achava que Fig era insegura e só precisava de uma amiga. E, por outro lado, ele quer ver onde isso vai dar e dá corda para Fig o tempo todo, inclusive se envolvendo sexualmente com ela.  E Darius é completamente antiético e tem seus próprios problemas para enfrentar, como uma paciente que o acusa de abusar sexualmente dela. A esposa, obviamente, não sabe nada. 

E a terceira parte é narrada por Jolene, denominada "A escritora". E Jô dá muita pouca importância para Fig, mas ao mesmo tempo ela quer realmente ajudá-la. E um lado dela também começa a observar sua vizinha meio estranha, afinal, tudo vira inspiração para os seus personagens. 

A trama é bem intrigante, mas para mim teve falhas de narrativa e termina de forma bem apática. Cada um dos 3 narra uma parte, e fim. Eu queria Fig novamente no final, Darius também some e nada sobre ele é contado. [ALERTA DE SPOILERS] Fig se refere o tempo todo ao ex-marido, fala como se ele tivesse largado dela e saído de casa. Mas na terceira parte, ele simplesmente entra em contato com Jolene e avisa para ela o que está acontecendo. Então ele morava lá o tempo todo? Não faz sentido, e não se explica. Darius também some depois que Jô o expulsa de casa, nada mais é dito sobre ele. Duvido que iria se afastar tão fácil, ele tinha um lado realmente doentio. E não fala muito sobre Fig, apenas que ela não pode se aproximar. E lá no final, a ordem de restrição acaba, e ela compra uma nova casa bem de frente para a nova casa de Jô com a filha, fim. Só isso, nada mais é explicado. Fora que Fig no início era obcecada pela criança, mas isso tudo fica de lado, e só se fala do seu interesse em Jolene.[FIM DO SPOILER]

Eu esperava bem mais. Os únicos outros trabalhos que conheço da autora, foi a trilogia  Nunca Jamais, escrita em parceria com a Colleen Hoover. E esta também achei excelente no começo e o final sem sal. Então agora fiquei com o pé atrás com a autora rs. Se alguém tiver ligo outro dela ótimo, me indiquem que vou tentar mais uma vez. 

Esse não indico, mas varia muito de gosto. Quem leu me conte o que achou!

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Avaliação (1 a 5): 2.5

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