O temor do sábio - Patrick Rothfuss

>>  terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ROTHFUSS, Patrick. O temor do sábio. Rio de Janeiro: Editora Arqueiro, 2011. 960p. (As crônicas do Matador do Rei, v.2) Título original: The wise man’s fear.

“- Tome cuidado com o que fizer por lá – disse, com expressão ansiosa. – Lembre-se de que há três coisas que todo sábio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil.”

Este foi o lançamento mais esperado por mim e por todos os fãs do autor. Em O nome do vento conhecemos Kvothe e nos apaixonamos pela saga do personagem. Sua história será contada em três dias, este é o segundo volume da trilogia. Item indispensável na estante, hoje conheçam O temor do sábio de Patrick Rothfuss.

É difícil resumir aqui todos os acontecimentos do primeiro livro, então se vocês ainda conhecem, não deixem de ler a resenha de O nome do vento. No primeiro livro da trilogia acompanhamos o início da história de Kvothe, desde a sua infância. O menino super inteligente era um Edena  Ruh – uma trupe teatral – e viveu feliz com os pais até que eles foram assassinados brutalmente e ele ficou sozinho no mundo. É ai que começa sua busca por vingança, tudo o que ele faz é para buscar o conhecimento suficiente para tanto. Assim Kvothe precisa sobreviver nas ruas, com fome e sem abrigo enquanto busca seu objetivo. Ele quer entrar na universidade para aprender magia, ele quer ser um Arcanista e aprender a arte de nomear todas as coisas. Este o segundo dia da história de Kvothe... Kvothe o sem sangue, Kvothe o arcano ou Kvothe o matador do Rei. 

Kvothe apesar de todas as estripulias, das dificuldades e da luta para conseguir se sustentar continua seus estudos na Universidade. Ele toca na Taberna do Anker em troca de um lugar para dormir e um prato de comida, realiza trabalhos na Ficiaria para conseguir algum dinheiro extra e sempre que pode leva seu alaúde até a Eólica, na esperança de conseguir um padrinho para financiar sua carreira como músico. Mas, apesar de seu enorme talento, o esnobe nobre Ambrose arruinou suas chances com todos os nobres da cidade.

Ele fazia o que podia para sobreviver ali, mas sem nenhum parente e sem um patrocinador estava ficando sem sustento e sem nenhum talento no bolso. Ele tinha três mudas de roupa, seu alaúde e sua inteligência. A época da matrícula estava chegando e ele sabia que depois de todas as confusões que arrumara sua taxa seria alta. Ele ainda devia um empréstimo para Devi, ela era dona do seu sangue como garantia e ele precisava se livrar disto.  

E para complicar tudo ele foi acusado de praticar Consórcio e acabou sendo julgado pela Lei Férrea por ter chamado o nome do vento. Todos sabiam que tinha o dedo de Ambrose nesta acusação, mas nada se poderia fazer. Ele fez o que precisou e saiu do julgamento inocentado de todas as acusações. Mas o julgamento em si era uma vergonha para a Universidade, ele estava marcado. Seus amigos Simmon, Manet e Wilem o aconselham a passar um semestre fora da Universidade.

Kvothe não sabia o que era a vida fora da Universidade, todos os seus sonhos e desejos estavam voltados para aquele lugar. Lá ele estava perto de Denna, a mulher misteriosa que ia e vinha, por quem ele sempre teve uma queda. Mas, um golpe de sorte acaba selando seu destino.  Threipe – um nobre freqüentador da Eólica – lhe faz uma proposta, viajar até a cidade de Vintas e oferecer seus serviços ao Maer Alveron. O Maer era conhecido por ser “rico como o rei de Vint”, era um nobre cheio de vontades e muito dinheiro, um patrocinador ideal se Kvothe pudesse impressioná-lo sem ofender ninguém e sem arrumar confusão. O que cá para nós é bem pouco provável.

Assim ele parte e viaja para longe até Vintas, onde rapidamente é envolvido pela política e pelas intrigas da corte. Para todos do reino ele era apenas um nobre desconhecido que caíra nas graças do Maer. Usando de muita astúcia ele salva a vida do Maer. Agora Alveron sabe que pode usar seus serviços, e acaba enviando Kvothe e um grupo de mercenários para a floresta, a fim de combater um bando de ladrões perigosos.

Nesta aventura ele conhece Tempi – um guerreiro ademriano – e começa a aprender sua língua e sua técnica de luta. É nesta jornada encontra com Feluriana – criatura encantava que nenhum homem consegue resistir ou sobreviver. Ele percebe o quanto a vida pode ser difícil e começa a fazer de seu próprio nome uma lenda vida.

Este livro é fantástico! Um calhamaço de 960 páginas e eu terminei querendo mais, impossível encontrar palavras para descrever a história única de Patrick Rothfuss. A sensação é que você está ouvindo uma história antiga sentado a beira da fogueira, a leitura é repleta de aventuras e temos aquela sensação de quando lemos um contos de fadas. Porém a história de Kvothe tem muita magia, mas é repleta de uma realidade dura e complicada.

Eu sofri junto com o personagem em cada capítulo. Morro de dó de vê-lo passando fome e sem um vintém para comprar comida, das suas roupas velhas e de seu orgulho em nunca comentar nada com os amigos. Apesar disso ele sempre ajuda quem precisa, como Auri – a moça meio maluquinha que vive escondida nos subterrâneos da Universidade - e Denna. Ele também se mete em muitas enrascadas na sua eterna disputa com Ambrose.

A magia do livro é sutil e cheia de entraves, ele estuda diversos ramos na Universidade e sua sede por conhecimento é palpável. Durante sua viagem para Vintas ele aprende uma língua nova, uma técnica de luta milenar e muito sobre magia. Mas ele também tem perdas, muito sofrimento e decepções. Eu choro com ele, fico agoniada, comemoro e vibro com cada conquista.

Sem dúvida é dos meus livros favoritos. Indico para todo mundo, é uma obra que você precisa conhecer, é um épico fenomenal e eu adoraria ver a história de Kvothe no cinema, mesmo já imaginando o tanto que eles iriam cortar da história. O livro é uma obra prima, uma ótima história de fantasia medieval. Leiam!! Indico e assino embaixo.

Trilogia As Crônicas do Matador do Rei
  1. O nome do vento (The name of the Wind)
  2. O temor do sábio (Wise Man's Fear)
  3. Doors of Stone
2.5 A música do silêncio (The slow regard of silence things)

Avaliação (1 a 5):

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