Trocada - Amanda Hocking

>>  terça-feira, 9 de abril de 2013


HOCKING, Amanda. Trocada. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2013. 326p. (Trylle, v.1). Título original: Switched.

“Aquele dia foi mais marcante que qualquer outro por alguns motivos: era o meu aniversário de seis anos, e a minha mãe estava empunhando uma faca. Não uma pequenina faca de cortar carne, mas uma espécie de faca de açougueiro gigantesca, reluzente, como num filme de terror ruim. Ela definitivamente queria me matar.” p.13

O trecho acima é o início do livro, a narrativa da Amanda Hocking é muito bem estruturada e prende o leitor até o final... Estou me adiantando ^^, hoje tem nova trilogia de fantasia no blog e deixo minhas opiniões sobre Trocada, primeiro volume da trilogia Trylle.

Wendy Everly, 17 anos, é uma adolescente que poderíamos rotular como complicada. Sua família vive mudando de cidade por causa dela, que mais cedo ou mais tarde consegue ser expulsa de todas as escolas. Ela vive com sua tia Maggie e com seu irmão mais velho Matt, que faz de tudo para deixá-la feliz.

Matt se sente culpado e com raiva do rumo que as coisas tomaram, e se sente muito protetor com relação a Wendy, já que ela foi mais dele do que dos pais desde que nasceu. Sua mãe nunca aceitou a menina, e em uma crise de loucura tentou matá-la quando ela tinha 6 anos. A mãe acabou em um hospício por isso, e o pai já faleceu há alguns anos.

Wendy se lembra perfeitamente daquele dia, e até hoje não entende porque a mãe a odiava tanto. Ela era uma criança chata e pirracenta, e ficou na cozinha gritando que não queria bolo de chocolate, e ai lembra da faca, da faca enorme e do grande corte na barriga.

Mas o que ela não pensava é que a mãe talvez estivesse certa. Wendy descobre que ela não é uma garota normal, que não é aquilo que sempre acreditou ser. Havia um mistério em sua vida, que começa a ser desvendado com a chagada de Finn Holmes ao colégio.

Ele é novo aluno misterioso, sempre calado, mas sempre parecendo observá-la. Ela se sente imediatamente atraída por ele, mas seus sonhos não duram muito, Finn está ali para lhe contar toda a verdade.

Ele lhe conta segredos, que mudarão o rumo de sua vida, e que irão levá-la para um lugar novo, desconhecido e que ela nunca imaginou existir.

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Como eu adiantei lá no início, realmente achei que a autora escreve bem, com frases bem escritas e muito “comerciais”, do jeito certo para prender o leitor e conquistar o público alvo adolescente. A narrativa é ágil e o início é perfeito, impossível você não grudar no livro e não ler tudo... mas por outro lado ela atropela a historia e omite informações importantes, que fazem com que o leitor duvide do que está lendo.

Por isso, embora tenha gostado da narrativa da autora no início, fui percebendo problemas no desenvolvimento da historia. E agora acredito que este é um livro voltado para o leitor bem jovem, ou que não tem o costume de ler muitas séries de fantasia/sobrenatural. Porque para quem já leu Twilight, Vampire Academy, dentre outras, aqui é tudo mais do mesmo. A única coisa diferente – e eu gostei muito disso!- foi que a autora fala de um ser fantástico inusitado, que não estamos acostumados a ver como protagonistas; e claro que não vou contar qual é para não estragar a surpresa.

E nem estou aqui para falar que o livro não é “original”, são tantos livros sobre estes temas que nada mais consegue ser inédito, e muitas vezes nem precisa. Mas aqui as semelhanças e clichês são tão fortes que é impossível não reparar. Começamos com a clássica historia da menina solitária, incompreendida, que de repente descobre o que ela é na verdade, descobre ainda que ela é especial nesta nova “tribo”.  E, claro, terão inimigos que querem matá-la, todos os meninos se interessam por ela e blablabla. Depois na segunda parte do livro, tem as divisões de classe, e é tudo tão igual VA com seus dramphir, moroi e strigoi, que eu até dei risada.

Ai começa aquela historia de que a protagonista é importante e especial, mas que ninguém explica nada para ela, e ela fica tão perdida quanto nós, leitores. Depois, é claro, chega o mocinho lindo e tudo de bom, eles têm uma atração instantânea, tem algum motivo para eles não poderem ficar juntos e blablabla. Finn é uma cópia (barata) do Dimitri,  eu achei até engraçado o tanto que os personagens são parecidos.

E o problema maior é que muitas partes não convencem, a autora não consegue explicar fatos que ela já nos apresenta como certos:

- Wendey é  problemática e já foi expulsas de inúmeras escolas, fazendo até com que se mudassem de várias cidades. A menina é na dela, meio solitária e tem algumas manias em relação a alimentação, comportamento, etc. Mas ela não é revoltada, agressiva, e não faz nada que justifique todas estas expulsões, o assunto não é explicado, só é jogado para o leitor logo no início.
- Matt é um ótimo irmão que abriu mão de seus sonhos para cuidar dela, assim como a tia Maggie. É basicamente tudo que ficamos sabendo sobre os personagens.
- O tempo todo ela fala do tanto que é grata ao irmão, mas passa a maior parte do livro longe dele sem nem pensar mais no assunto.

Não da para continuar pois não quero contar spoilers, por falar nisso tomem cuidado com quais resenhas vocês leem sobre este livro... já vi umas por ai que só não contam o final rsrs.

Bom, depois de reclamar bastante, o livro tem pontos positivos. O final é bem legal e inesperado, apesar de deixar tudo muito no ar. Tem um personagem que aparece na segunda parte, Rhys, que é um fofo. E gostei muito também do Tove.

Como eu termino este texto? Eu vou ler o resto da trilogia, quero saber o que vai acontecer. Não leiam com grandes expectativas, o livro é legal, mas você tem que ser bem pouco crítico para engolir tudo sem enxergar os defeitos. É isso, quem quiser conhecer não deixe de me contar o que achou. =]

Trilogia Trylle da Amanda Hocking:
  1. Trocada (Switched)
  2. Dividida (Torn)
  3. Iniciada (Ascend)
Avaliação (1 a 5):

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