O que aconteceu com o adeus - Sarah Dessen

>>  terça-feira, 12 de novembro de 2013

DESSEN, Sarah. O que aconteceu com o adeus. São Paulo: Editora iD, 2012. 424p. Título original: What happened to goodbye.

“Tanta coisa tinha acontecido naquela manhã. No entanto, foi essa imagem, esse momento que se repetia em minha mente, horas depois, após termos chegado a salvo no corredor e nos separado até as salas de aula. Foi a sensação de que se o mundo tivesse se mexido embaixo de mim, uma mão agarraria a minha, sabendo que se eu caísse, pelo menos, não o faria sozinha.” p.255

O que eu achava da autora depois de ler A caminho do verão, se concretizou com a leitura deste livro. Os romances da Sarah Dessen – pelo que vi até agora - são deliciosamente simples, não tem grandes dramas, grandes amores... tem algum drama, algum romance e a historia de uma garota que poderia ser a de qualquer garota.  A leitura de hoje é O que aconteceu com o adeus.

McLean Sweet cresceu como uma menina feliz e amada pelos pais, ela adorava ouvir a historia de como eles se conheceram e  se apaixonaram, adorava a forma como as coisas eram feitas na sua casa, as raras refeições bem preparadas do pai, as comidas simples da mãe. A família era doente pelo time de basquete da Universidade Defriese e eram donos de um restaurante, até o nome de McLean era em homenagem ao antigo técnico do time. O novo técnico, Peter Hamilton, era uma ótima escolha para o cargo. Até que a mãe de McLean se apaixona por ele e deixa seu pai, o que não foi nada ótimo.

Depois do divórcio, McLean preferiu morar com o pai, que agora trabalhava como consultor de restaurantes. Os dois viviam se mudando, foram quatro cidades em dois anos. Tantas escolas novas seria complicado para uma adolescente, mas para McLean era a possibilidade de se reinventar. Cada cidade significava um novo nome, uma nova vida e uma nova personalidade. Ela não cria raízes, evita se apegar, e vai embora sem ao menos um adeus.

Agora eles haviam se mudado novamente, mas antes que ela pudesse escolher quem queria ser, ela conhece seu vizinho, Dave, e estranhamente, se apresenta com seu nome verdadeiro. Ali, naquela pequena cidade, ela conhece novas pessoas e, pela primeira vez, ela quer descobrir quem ela é de verdade. McLean não acredita mais em relacionamentos, e apesar de querer dar uma chance para esta nova vida, sabe que não irá demorar até seu pai resolver ir embora novamente.

“- Gosto do sentimento. Mas é mais fácil dizer que fazer, sabe?
- O quê?
- Aceitar todas as coisas boas e más de alguma coisa. É um objetivo grande para querer alcançar. A parte difícil, na verdade, é fazê-lo.” p.252

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Tãooo fofo! Como eu disse no início a Sarah faz mágica com historias relativamente comuns, eu fiquei fã da autora depois desse segundo livro e adoro a forma como ela vai construindo aos poucos a trama e os personagens. Não é um livro cheio de grandes emoções, que acontece um romance lindooo ou uma drama terrível. É uma historia simples, de amizade, descobertas, dramas familiares e o início de um romance. Eu gosto, mas não leia esperando um “Drama Queen”, ou você pode iniciar o livro com a expectativa errada.

Digo isso porque se você sabe o que esperar, acho impossível não gostar deste livro; vi algumas (poucas) críticas negativas no Skoob e fiquei arrasada hehe. McLean vai nos mostrando aos poucos as consequências da separação dos pais, no começo suas opiniões são bem radicais, o meu pai é o máximo e eu abomino o que minha mãe fez com ele. Depois as coisas vão se aprofundando e ela começa a perceber que é muito mais complicado do que isso.

Os dramas do livro não envolvem só a protagonista, a autora trabalha muito a construção dos personagens secundários. Temos Dave, o garoto prodígio, que só quer viver como um adolescente normal, mas tem pais muito controladores. Riley com sua família meio maluquete e Deb, que é considerada a esquisita da escola, mas que só precisa de uma chance para fazer amigos. Eu entendo o porquê de McLean tentar se reinventar sempre, deixar para trás as coisas ruins e olhar apenas à frente, nova cidade, novos amigos, novo “eu”.
“- Que tipo de infância vocês dois tiveram? - Do tipo ruim – Deb respondeu, simples e objetiva. – Estávamos sempre sem grana, mamãe e papai não se davam bem. Meu mundo estava caindo aos pedaços.
Então, eu gostava de criar outros.” p. 257
Esta frase acima mexeu tanto comigo, acho que é porque eu sempre vi os livros assim, uma forma de fugir de tudo de ruim que acontecia e mergulhar em um mundo novo. J

Como em A caminho do verão, eu também senti pena da protagonista. Pela forma como ela não se apegava a nada nem a ninguém, como ela tinha medo de se envolver - já que relacionamentos não eram seguros, depois do que a mãe fez ao pai. Ela sentia que não tinha lugar para ela na nova vida da mãe, com uma casa enorme, um marido rico, e ela era apenas o que restava da vida antiga, destoada no meio de tudo aquilo. E ainda tinha o pai que era mais ausente do que tudo, ela cuidava mais dele do que o contrário.

Quando terminou eu queria mais, pelo menos um epílogo. Vou sentir falta dos personagens. ^^ Eu não vejo a hora de ter outro livro da autora nas mãos, espero que vocês também deem uma chance a narrativa se ainda não conhecem. Leiam!!

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