Replay - Marc Levy

>>  quarta-feira, 13 de novembro de 2013

LEVY, Marc. Replay. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2013. 240p. Título original: Si c’était à refaire.

“Era quase impossível para ele respirar. Suas forças se esvaíam e ele percebeu que o fim estava chegando.
Esperava ver a vida passar diante de seus olhos, ver uma luz sublime no fim de um túnel, ouvir uma voz divina que o guiaria para um outro mundo.
Nada disso aconteceu. Os últimos instantes conscientes de Andrew Stilman foram nada mais que um lento e doloroso mergulho no vazio.
Às 7h15, em uma manhã de uma segunda-feira de julho, a luz se apagou, e Andrew Stilmann percebeu que estava morrendo.” p. 55

O francês Marc Levy se destaca com duas grandes habilidades: criar uma historia completamente maluca e mesmo assim ótima, e sempre colocar um toque de fantasia que pode ou não ser verdade. Quando comecei o livro de hoje eu já esperava por isso, confira o que eu achei de Replay.

Andrew Stilman é um jornalista experiente e solitário, que vive para a sua carreira. Ele começou por baixo no New York Times, escrevendo obituários, e foi crescendo com o passar dos anos. Depois que sua reportagem sobre tráfico de crianças chinesas estourou, ele passou a receber grande atenção editora chefe do jornal, mas também algumas ameaças de morte.

Andrew não tinha muitas pessoas importantes em sua vida, apenas seu melhor amigo Simon, até que ele reencontra um amor da adolescência, Valérie Ramsay. Antes disso sua vida vazia era repleta de mulheres passageiras. Ao mesmo tempo que tenta reconquistar Valérie, ele dedica-se totalmente a sua nova investigação, desta vez uma reportagem sobre a ditadura Argentina.

Na manhã do dia 9 de julho, Andrew fazia sua caminhada matinal e pensava em como tinha estragado tudo em tão pouco tempo, e em uma maneira de consertar as coisas. Mas ele é atacado violentamente, e sem conseguir ver seu atacante, sabe apenas que está morrendo. Após sua morte, algo inesperado acontece.

Andrew não alcança a vida eterna, ao invés de seguir adiante, ele acorda dois meses antes de seu assassinato. Agora precisará reviver os próximos meses, descobrir que poderia ser seu assassino e impedir que isso venha a acontecer. Ele precisa corrigir os erros que cometeu e correr contra o tempo, antes que seus pulmões se afoguem em sangue.

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Leitura deliciosa. Eu tive duas experiências com o autor antes de Replay, um eu amei, o outro eu achei chato de morrer, Tudo aquilo que nunca foi dito e O primeiro dia. Ambos têm um toque de fantástico, mas na verdade não da para saber se estamos realmente falando de fantasia - no caso aqui viagem no tempo-, ou se é uma pegadinha do autor. Você fica na dúvida até o final, eu acho muito inovador a forma como o autor trabalha suas tramas. Outra autora que faz algo assim é a Cecelia Ahern, que eu também gosto bastante. Quem leu A garota de papel (coincidentemente de outro autor francês) também encontrou um estilo parecido. 

Eu adorei os personagens, mesmo Andrew sendo um boçal. A trama é muito bem construída e eu devorei o livro para descobrir o que tinha acontecido, errei o assassino, o que me deixou ainda mais feliz rs. Andrew é um personagem interessante, tão cheio de defeitos que o leitor fica puto da vida com ele por causa de Valerie, mas ao mesmo tempo, ele é um homem que luta para crescer, e luta por sua vida. Você pode gostar de um personagem egoísta, infantil, que tem atitudes ridículas e magoa a mulher que ama? Para mim a resposta é sim, depende do que o autor faz com tal construção da personalidade e os desdobramentos de tudo isso. A relação dele com seu melhor amigo Simon é bem cômica, os dois se alfinetam o livro todo e eu achei a relação bem divertida. Valerie é uma fofa, eu queria estrangular o Andrew por ele ser tão idiota em alguns momentos.

O final é abrupto, mas ao contrário do que vocês estão imaginando, isso não me irritou \o – o que quase sempre acontece. Foi um final digno do Levy, as suas histórias não são de finais felizes, são histórias de vida. E fica muito claro que é uma vida em construção, que o que vem a seguir depende dos personagens, se é que da para entender a minha linha de raciocínio aqui rs. Eu fiquei com um gostinho de quero mais, mas não de uma forma negativa.

Eu matei a charada. A coisa toda dele voltar por dois meses no tempo estava muito claro para mim desde o início, talvez por eu ter lido um livro nacional que termina de forma parecida, acho que nem vou citá-lo para evitar spoilers, mas eu já imaginava como tudo tinha acontecido. Mesmo assim eu gostei tanto, a parte psicológica dos personagens é tão bem trabalhada que achei fantástico o que eu autor fez. Vocês entenderam esta capa? Quem entendeu me conte, que fiquei totalmente perdida com a capa em relação a historia. O.O

Mais que aprovado, acho que ele só não foi um cinco porque o protagonista me dava vontade de jogar o livro na parece em alguns momentos, mas a leitura foi deliciosa e eu indico muito para quem quer conhecer melhor o autor. Leiam!!


Avaliação (1 a 5):
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