Beemote: A revolução - Scott Westerfeld

>>  terça-feira, 5 de agosto de 2014

WESTERFELD, Scott. Beemote: A revolução. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2013. 430p. (Leviatã, v.2). Título original: Behemoth.

“Mas Deryn sabia que não fora nenhum desses motivos que a levaram a tomar esse rumo. Alek estava ali na cidade e precisava de ajuda. Talvez fosse uma atitude tapada arriscar tudo por um príncipe berrante qualquer, um garoto que nem sequer sabia que ela era uma menina. Mas também não era uma atitude tão tapada quanto a de Alek, de atravessar uma geleira para ajudar uma aeronave inimiga ferida, era?” p.270

O segundo volume da trilogia steampunk Leviatã, continua narrando a vida de dois adolescentes em lados opostos da 1ª Guerra Mundial. Com uma narrativa interessante, belas ilustrações e muita aventura conheçam Beemote: A revolução do Scott Westerfeld.

Em Leviatã ficamos conhecendo dois adolescentes que estão envolvidos diretamente com a 1ª Guerra Mundial, de um lado Alek, príncipe do império austro-húngaro, vira o pivô da guerra quando os pais são assassinados. Ele foge utilizando um potente andador, equipamento comum no arsenal dos Mekanistas. Do outro lado da guerra está Deryn, uma menina que sempre sonhou em pilotar como o pai e finge ser um menino para se alistar na Força Aérea Britânica, os Darwinistas. Inesperadamente o caminho dos dois se une, e juntos eles vão viver uma grande aventura.

A partir daqui contém spoilers se você não leu Leviatã.

Alek Ferdinand está a bordo do Leviatã junto com seus aliados, eles ajudaram para que a baleia voltasse a funcionar, mas sabem que são mais prisioneiros do que hóspedes. Isso porque os Darwinistas nem desconfiam que Alek é o herdeiro legítimo do império Austro-Húngaro. Mais cedo ou mais tarde, eles precisarão escapar, principalmente quando o Leviatã resolve mudar de curso e atracar em Constantinopla, ou melhor, Istambul.

Deryn Sharp continua ajudando Alek e mantendo seu disfarce, ninguém sabe que ela é uma menina, uma moça que a cada dia se sente mais atraída pelo príncipe, embora ela se negue a pensar nisso. Ela não quer trair os Darwinistas, e eles acabam se separando de forma abrupta.

Os Darwinistas querem impedir que os alemães conquistem o apoio de Istambul, e pretendem presentear o sultão e conquistar sua lealdade. Claro que muita coisa dá errado, e para impedir os alemães de conquistar o país, eles tentarão usar a baleia zepelim Leviatã contra os encouraçados alemães. Eles têm ainda uma arma secreta, Beemote, a criatura mais perigosa da Marinha Real. Com ela, eles pretendem conter o avanço Mekanista, impedindo que os alemães fechem o acesso à Rússia, por onde são enviados os alimentos necessários para alimentar ursos do exército Darwinista.

Entre batalhas, bichos estranhos, máquinas perigosas e muita aventura, Alek e Deryn precisam descobrir que caminho tomar nessa guerra.

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Há anos luz da maioria dos YAs do estilo. Afinal, tem que ter uma imaginação muito louca para criar uma trama como o Scott Westerfeld fez; são máquinas surreais, animais geneticamente modificados que fazem praticamente tudo e, no meio de toda a ficção, ele alinha com fatos reais que aconteceram no período da 1ª Guerra Mundial. A leitura tem partes lentas e mais descritivas, não é um livro que eu amo de paixão, mas é impossível não reconhecer o talento do autor e a ótima construção da trama.

A narrativa em terceira pessoa se alterna entre Alek e Deryn, personagens fantásticos. Ele carregando o peso da perda dos pais e do título que lhe foi concedido pelo próprio Papa, um título que pode garantir o fim do conflito. Ele é maduro, corajoso e muito inteligente. Sabe que precisa impedir a união de Istambul ao conflito, o avanço dos alemães pode ser perigoso. Deryn é uma menina se passando por menino e lutando. Ao mesmo tempo que precisa obedecer ao capitão, ela também fará de tudo para ajudar Alek. Ela é muito perspicaz e cria planos e artimanhas para passar por qualquer situação. Além disso o Conde Volger, que irritou demais no primeiro livro, ganha destaque e uma nova personagem chega para bagunçar o relacionamento entre os protagonistas, Lilit.  A filha de um rebelde de Istambul, treinada para lutar como uma menina, o que claro, mexeu muito com Deryn.

E o melhor, o livro tem muito conteúdo, não cai na maldição do segundo livro e continua tão bom quanto o primeiro. Além disso, o cenário é incrível, boa parte do livro se passa em Istambul e o autor conseguiu repassar bem demais o clima do país, as roupas, as ruas lotadas, as especiarias, era possível visualizar perfeitamente o cenário.

A história é inteligente e diferente, ideal para quem gosta do estilo steampunk e de aventuras juvenis mais refinadas e com uma base histórica. Só espero que não demore muito para sair o final da trilogia. Leiam!!

Trilogia Leviatã do Scott Westerfeld
  1. Leviatã: A missão secreta (Leviathan)
  2. Beemote: A revolução (Behemoth)
  3. Golias: A revelação (Goliath) .
Avaliação (1 a 5):

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