Todas as Coisas Belas – Matthew Quick

>>  sexta-feira, 13 de julho de 2018


QUICK, Matthew. Todas as Coisas Belas. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2018. 269p. Título Original: Every exquisite thing.

Matthew Quick conseguiu novamente. O dom que este autor tem de me envolver em um livro a ponto de devorá-lo em uma sentada, sair acabada emocionalmente, mas mais feliz, mais completa e com um quê de saudosismo.

Eu sou mais uma daquelas que descobriu Quick pelo seu livro mais famoso, “O Lado Bom da Vida”, adaptado para o cinema e responsável a dar o Oscar para a queridinha Jennifer Lawrence. Este livro especificamente não me intrigou, mas fiquei curiosa para saber o que mais o autor conseguia apresentar. Então li “Quase uma Rockstar” (resenhado aqui no site pela Nanda) e caí em lágrimas e descobri a esperança, tive meu coração dilacerado e depois transplantado batendo ainda mais forte, e um pequeno milagre aconteceu: um livro favorito entrou nas gélidas barreiras do meu coração.

Depois disso li “A Sorte do Agora”, livro sensível mas não tão envolvente; e “Garoto 21” que resenhei no site. Ainda tenho que ler “Perdão, Leonard Pecock”, que já está na minha estante, mas o novo lançamento da editora Intrínseca, “Todas as Coisas Belas” passou na frente.

O livro conta a história de Nanette O’Hare, uma típica menina suburbana estadunidense que tem tudo: amigas, é a estrela do time de futebol da escola com bolsas garantidas em diversas Universidades, uma casa grande, e pais que acompanham seu desempenho. Acontece que ela também é amiga do seu professor de literatura, que um dia a apresenta a um livro raro, um clássico cult já fora de catálogo, que por anos despertou e intrigou jovens que o leram: “O Ceifador de Chicletes”.  

Com seu novo livro favorito debaixo do braço, Nanette fica amiga do autor, agora um idoso Sr. Booker, com quem tem diversas conversas sobre o significado das coisas e a própria vida de Nanette. O autor, porém, não gosta de falar do livro, mas serve como um guia espiritual para a adolescente, que, inspirada nos personagens rebeldes e ditos do livro, começa a questionar a vida que leva:

Ela realmente GOSTA dos amigos dela?
Ela realmente QUER jogar futebol?
POR QUE ela tem que ir para a Faculdade?
O QUE É agir normal para uma menina de sua idade?

Essas e outras questões surgem e nossa protagonista vai lidando com elas, com ajuda de dois novos amigos e também fãs do livro: Alex e Oliver. Com eles, ela vai descobrir o que é se rebelar e que se encontrar é muito difícil, que o amor existe e a amizade também, e todas ações têm consequências.

Isso é o máximo que posso falar do enredo sem deixar spoilers, mas deixando vocês intrigados a LER ESTE LIVRO. Uma leitura fluida, rápida, importante e que certamente conversará com várias pessoas. Quem nunca se sentiu (ou se sente) perdida? Quem nunca se rebela todo dia com sua vida, mas faz as coisas por que é o certo a se fazer? Quem nunca teve perdas e teve vitórias?

O que mais me marcou neste livro foram as passagens, de um texto que representa o que sua contra capa diz: VOCÊ É LIVRE PARA SER QUEM QUISER. MESMO QUE ISSO TENHA UM PREÇO.


Eu assumo que este livro conversou muito comigo e com o meu momento de vida, desde questões profissionais, passando por dramas pessoais e até mesmo meus hobbies. Por exemplo, em um momento, Nanette e Booker estão discutindo sobre por que escrever algo que não será publicado. No diálogo, este trecho chamou minha atenção:

Não tenho formação como escritor. Eu só tinha essa história na cabeça e precisava colocá-la no papel. Foi como ser acometido por uma febre insistente, e o remédio era escrever. ” (p. 19)

Eu sinto isso, e por isso durmo com um caderno ao lado da cama. As vezes acordo com um pensamento que precisa ser escrito. E vou assim vivendo, acometida de febres e me curando, como uma boa hipocondríaca.

Alguns outros momentos eram descritivos de coisas do tipo “achei que só eu reparava essas coisas”. Exemplo:

“Um silêncio se instalou entre nós, como naqueles momentos em que de repente notamos as partículas de poeira dançando à nossa volta ao sol da tarde e nos perguntamos como não reparamos naquilo antes” (p. 21)

Eu sou fã deste estilo narrativo, acho que tem muita poesia e beleza na descrição. Mas não precisa ser totalmente descritivo, as vezes o incisivo dá conta do recado:

“Só porque você é boa em determinada coisa não significa que precise fazê-la”. (p.23)

Esta frase foi feita para mim. E tenho certeza que também foi feita a todo e qualquer leitor que pegar este livro.

E neste momento acabei de perceber que “Todas as Coisas Belas” é o meu “Ceifador de Chicletes”, uma clara referência ao grande clássico (e também favorito na minha lista), “O Apanhador nos campos de centeio”, do recluso autor Sallinger.

Temos muitas pílulas de sabedoria e uma história leve, intrigante, envolvente, que chega perto da perfeição. Aos poucos, lançarei frases de efeito do livro no Instagram do Viagem, então se você ainda não segue, corre lá, clicando aqui.

No mais, deixo toda minha recomendação, carinho e profundo respeito ao Matthew Quick, que acertou no olho da Mosca (ou bem pertinho disso).

E ai? Resta alguma dúvida da qualidade deste material? Corre para ler!

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