Mas tem que ser mesmo para sempre? - Sophie Kinsella

>>  segunda-feira, 27 de agosto de 2018


KINSELLA, Sophie. Mas tem que ser mesmo para sempre?. Rio de Janeiro: Editora Record, 2018. 378p. Título original: Surprise me.

“- Há quanto tempo vocês disseram que são casados? – perguntou o Dr. Bamford. – Sete anos?
- Isso mesmo. – Sorrio para ele. – Juntos há dez.
- Bem, pensem só como é boa essa notícia. – O Dr. Bamford vibra, deliciado. – Vocês devem ter ainda mais sessenta e oito maravilhosos anos de vida conjugal!
O q...
O quê?
Meu sorriso meio que congela. O ar parece ter ficado turvo. Não tenho certeza se consigo respirar direito.
Sessenta e oito?
Ele acabou de dizer...
Mais 68 anos de vida conjugal? Com Dan?
Quer dizer, eu amo Dan e tudo, mas...
Mais 68 anos?” p.19-20

Sou fã da Sophie Kinsella, já resenhei aqui todos os seus livros lançados no Brasil e sempre fico ansiosa com os lançamentos da autora. A série Becky Bloom será sempre minha favorita, mas no geral eu curto muito a autora. O seu “estilo literário” parece estar mudando um pouco nos últimos anos, e esse livro é uma prova disso. Confira o que achei de Mas tem que ser mesmo para sempre?

Sylvie e Dan são casados há sete anos, pais das gêmeas de cinco anos, Anna e Tessa. Os dois são felizes, se completam. Um praticamente sabe o que o outro está pensando só de olhar. O relacionamento deles funciona perfeitamente bem, são apaixonados, têm duas filhas lindas e bons empregos. Dan tem sua própria empresa e Sylvie trabalha há anos em um museu. Tudo muda em uma tarde, no dia do aniversário de casamento, quando eles vão juntos ao médico.

O problema é que o médico diz que eles estão perfeitamente bem! Tão bem e com uma genética tão boa, que provavelmente, terão mais 68 anos juntos!! É aí que o pânico se instala, e eles começam a rever todo o relacionamento. O “até que a morte nos separe” nunca fez tanto sentido. São 67 anos de convivência, 67!! Quem imaginaria?

Desesperados, eles começam a pensar em soluções para vencer o tédio (futuro) e pensam em fazer surpresas um para o outro. Porém as surpresas todas dão errado, e começam a revelar segredos que podem abalar a relação.  Os dois, que sempre imaginaram que eram perfeitos juntos, começam a se perguntar se realmente conhecem o parceiro. E será que tem que ser mesmo para sempre?

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Já percebi que prefiro o humor bestalhão da Kinsella, do que esses novos romances mais sérios da autora. Não são ruins, são só muito diferentes do estilo dela que eu gosto, e acabo gostando menos deles. Minha vida não tão perfeita (publicado em 2017 nos EUA) e esse, publicado em 2018, acabaram sendo os que menos gostei dela. Sinto falta das risadas dos livros anteriores e das personagens maluquinhas.

Sylvie é ok, no início você acha que ela é a perfeita senhora casada, mas depois vai desvendando melhor a personagem. Ela foi a queridinha do papai, filha única de pais ricos, criada sob proteção em excesso e muito mimada. É legal ver como a protagonista vai se descobrindo e vendo a vida sobre uma nova perspectiva. O ruim é que isso demora tanto para acontecer, e com tudo tão na cara do leitor, que vai irritando. Dan é um fofo, bom moço, leal, apaixonado. O único problema é que a relação entre eles era meio sem sal, o que só melhora lá no finalzinho. Os outros personagens aparecem pouco, não achei que teve problema nisso, a história é realmente focada na vida do casal. Mas mesmo assim temos coadjuvantes ótimos! Adorei Tilda, a vizinha e amiga de Sylvie, a chefe dela no museu, as crianças são fofas. Já a mãe dela é um porre, preguiça enorme dela.

Para mim esse livro foi pouco memorável na verdade, o enredo é bem sem graça, a única premissa realmente legal é essa do casamento, da forma como eles resolvem esmiuçar a relação e repensar sobre todos os anos juntos que ainda têm pela frente. Eu achei bem interessante essa premissa, acho que poucos casais pensam na longetividade do casamento, de quanto tempo eles realmente passarão juntos durante toda a vida (partindo do pressuposto que tudo irá dar certo). O tanto que eles assustam com isso no início é muito engraçado. 

O resto do enredo é bem sacal, o drama do casal, o grande “segredo” que Dan escondia dela, estava bem na cara do leitor. Para mim não teve surpresas nem revelações no final. Mesmo assim eu gostei da forma como terminou, de como os personagens evoluíram durante a história.

Quem leu me conte o que achou. Para quem não conhece tanto a autora, eu incido os livros mais antigos, a enorme e queridinha Becky Bloom, ou os livros individuais mesmo. Leiam!

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Avaliação (1 a 5):


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