É assim que acaba - Colleen Hoover

>>  sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

HOOVER, Colleen. É assim que acaba. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2018. 368p. Título original: It ends with you.

“Ele me carrega e vai me beijando até o quarto. Ainda está me beijando quando me coloca na cama e sussurra:
- Me desculpe, Lily. – Ele aproxima os lábios do local em que meu olho bateu no armário, e me beija ali. – Me desculpe mesmo.
Sua boca está encostada à minha de novo, úmida e quente, e nem sei o que está acontecendo comigo. Estou sofrendo tanto por dentro, mas meu corpo anseia pelo pedido de desculpas com sua boca e suas mãos em mim.” p.188

Colleen Hoover vem sendo lançada muito rápido por aqui, e não é para menos, é a autora queridinha dos fãs de new adult. Esse eu comprei quando lançou, mas acabei não conseguindo ler na época. Hoje conto para vocês o que achei de É assim que acaba da Colleen Hoover.

Lily Bloom, 23 anos, é uma moça forte e independente. Se mudou do Maine, onde cresceu, para Boston. Fez faculdade, arrumou um bom emprego. Morava em um pequeno apartamento que dividia com outra moça, Lucy. Ela sonhava em abrir sua própria floricultura, era apaixonada por plantas, mas faltava coragem e algum incentivo. Mas ela estava bem, tinha deixado para trás um passado difícil e complicado.

Tudo volta a sua mente, com a morte do pai. Lily crescera em um lar abusivo, as brigas diárias do pai com a mãe, as surras, as mentiras da mãe. Ela odiava o pai, odiava o fato da mãe aceitar tudo sem se divorciar dele. Quando ela conheceu Atlas Corrigan, no ônibus da escola, pôde deixar de lado os problemas dos pais.

Atlas era dois anos mais velho do que ela, e era um mendigo. Ou melhor, era um garoto que não tinha onde morar, e ocupou a casa caindo aos pedaços que tinha logo atrás da sua casa. Ela descobriu por acaso, tentou ajudar o garoto, eles viraram amigos. E depois, algo mais. Mas isso era passado, já fazia muitos anos.

Ryle Kincaid é um neurocirurgião que vive para o trabalho. Bonito, rico, interessante. Conhece Lily por acaso, no telhado do prédio onde sua irmã, Allysa, mora com o marido. Ele acha a moça intrigante. Mas ele é um cara que vive para a sua carreira, ela sonha em encontrar o amor da sua vida. Ele só quer sexo, ela quer um relacionamento. Eles não têm nada em comum.

Meses depois, Lily toma coragem e resolve abrir sua sonhada floricultura. Ela contrata Allysa, sua nova melhora amiga, para trabalhar com ela. E acaba reencontrando Ryle,  algo surge entre eles, mas ela tem medo, já que Ryle tem pavor de se envolver. Ao mesmo tempo que engata um namoro com Ryle, Lily pensa em Atlas e em tudo que diz respeito ao seu passado.

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Eu adorei!! Achei um monte de pequenos defeitos, mas no geral, amei o enredo e a leitura voou. Colleen sempre constrói bons personagens, é impossível não gostar deles nas primeiras páginas, e não torcer muito pela sua história. O enredo é forte, o tema abordado não me surpreendeu, já imaginei que caminharia para isso (mesmo sem ler sinopse), mas gostei da forma como a autora abordou o assunto.

Uma coisa que não gostei muito, foi do livro ser narrado apenas por Lily. E pelos diários dela, que em forma de cartas, contavam seu passado na adolescência, quando aos 15 anos, se apaixonou por Atlas. Eu acho que o molde “normal”, seria mais emocionante e mais trágico. Ou seja, começar com ela adolescente, a história dela com Atlas, depois dar um salto temporal, e chegar onde estamos hoje. Eu achei também, que se a narrativa se alternasse entre os outros dois protagonistas, Atlas e Ryle, teria sido bem mais interessante.

Lily é uma ótima protagonista, divertida, forte, interessante. Seu passado tem algum mistério e eu li curiosa, querendo saber o que tinha acontecido com Atlas. Ryle era uma incógnita, bonito demais, rico demais... bom demais para ser verdade. Ele tinha longas horas de trabalho, que fazia com que aparecesse pouco na história. Atlas era um fofo, um rapaz que passou por poucas e boas, e viu em Lily alguém que salvou sua vida. Eu queria muito mais do personagem.

O enredo em si, como deu para sacar, fala de violência doméstica. Lily cresceu vendo o relacionamento abusivo dos pais, jurou para se mesma nunca passar por algo assim, nunca tolerar qualquer tipo de agressão. E qual não é sua surpresa, quando o mesmo acontece com ela. E quando, como vítima, não consegue tomar essa decisão. Se sente dividida, entre o amor, a autor estima, e o medo de tomar a decisão errada. 

Eu gostei da forma como a autora construiu bem o personagem agressivo. Não consegui odiar ele, apenas torcer para que ela, apesar de tudo, o largasse em definitivo. Aquela coisa de achar que a pessoa pode mudar, achar que foi um episódio único.. é muito fácil atirar a primeira pedra e achar que a mulher que está sendo agredida, foi fraca ou burra. Eu gostei de como o livro nos faz pensar melhor no assunto.

Esse livro mostra uma Colleen mais madura, mas achei também que ele deixou a desejar no quesito romance. Não tem aquilo dos outros livros dela, de você suspirar pelo casal, chorar nas partes dramáticas, ficar louca até terminar o livro. Neste quesito, além deste, Confesse e Tarde demais são parecidos, neles eu também não morri de amores pelo casal.

Também não curti muito o final, não pelo que aconteceu, mas da forma como foi. Achei corrido, achei simplista por tudo o que acontece antes. Para mim na vida real aquilo não terminaria fácil assim, seria muito mais complicado até Lily ter seu “Happy end”. Queria bem mais do final, queria no mínimo, um epílogo.

Bom, apesar disso, eu curti muito a leitura e fiquei curiosa até o final. Quem leu me conte o que achou, leiam!

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Avaliação (1 a 5):

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