Viagem Literária: O café da praia

DIAMOND, Lucy. O café da praia. São Paulo: Editora Arqueiro, 2019. 336p. (O café da praia, v.1). Título original: The beach café.

“Porque, adivinhe só? Foi basicamente assim que fiquei conhecida, nos meus já maduros 32 anos, sem imóvel, sem emprego em horário integral, marido nem filho para exibir - a quintessência da ovelha negra da família... Eu era a esquisitona, o fracasso, aquela de quem todo mundo falava pelas costas, tentando não parecer alegres demais quando discutiam minhas falhas. Ai, minha nossa, o que vai ser da nossa Evie? Eu me preocupo com ela, vocês sabem. ” p.8

Hoje tem mais um livro da coleção Romances de hoje por aqui, e eu estou adorando acompanhar esses livros leves e gostosinhos. Dessa mesma autora já saiu na coleção A casa dos novos começos. Hoje vou contar o que achei de O café da praia da Lucy Diamond.

Evie Flynn, 32 anos, é a mais nova de três irmãs, e sempre foi considerada a ovelha negra da família. Suas duas irmãs mais velhas, as gêmeas Louise e Ruth, foram estudiosas, bem-comportadas e, atualmente, eram bem-sucedidas no emprego, no casamento e no papel de mãe. Seus pais tinham orgulho das irmãs e se preocupavam com as decisões de Evie. Ela já tentou ser atriz, fotógrafa e até cantora, mas nada deu certo.

Atualmente ela mora com o namorado, Matthew. Eles estão juntos há 5 anos, e ele é o oposto dela. Organizado, certinho, muito controlado financeiramente. Por sugestão dele, Evie fizera um curso de secretariado e hoje trabalha como secretária substituta, vai para onde a agência manda. Ela odeia a carreira, o emprego, e ainda mais seus planos futuros... cursar a faculdade de pedagogia em Oxford e virar professora.

Quando Jo, a tia favorita de Evie, morre em um trágico acidente, ela recebe uma notícia inesperada. Jo deixara para ela seu belo café, em Carrawen Bay, um pequeno vilarejo à beira-mar na Cornualha. Dividida entre vender o local, como todos esperam que ela faça, ou realizar a vontade da tia, Evie viaja para a cidade e começa a administrar o café por alguns dias, enquanto decide seu futuro.

Porém, tudo é uma confusão sem fim. Ela não sabe cozinhar, os funcionários são péssimos e ela não sabe o que fazer. Tudo é bem diferente do café tranquilo com comida gostada que a tia tanto amava. Apesar de tudo isso, ela está determinada a ter sucesso e dar um novo rumo em sua vida.

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Eu fiquei dividida em como avaliar esse livro, porque a protagonista me impediu de amar de paixão rs. No início eu achei Evie um porre!! Ela é insegura demais, indecisa, meio sonsa e muito imatura. Fica boa parte do livro sendo salva pela sorte ou por ajuda externa. E ela tem 32 anos! Eu não conseguia engolir algumas atitudes. Por outro lado, de cara eu já adorei o enredo, os outros personagens e o cenário idílico do café na beira da praia. E o último 1/3 do livro é muito fofo! Adorei o final e tudo que aconteceu depois. E umas 200 páginas depois, acabei gostando da protagonista rs. Então meu veredicto é o seguinte: Adorei o livro, apesar da Evie hehe.

Bom, já deu para conhecer um pouco a Evie, certo? Ela não tem uma carreira que goste, passou a vida tentando encontrar o seu lugar. E o café parece ser a sua chance. Só que ela mora em Oxford com o namorado, e é inviável ficar administrando um negócio a distância. Cheia de suas inseguranças, indecisões e inexperiência em administrar um negócio, tudo começa a dar errado. Por um lado, eu entendi a insegurança da moça, afinal ela tinha duas irmãs mais velhas que se achavam perfeitas, em suas vidas de sucesso tanto no campo pessoal, quanto no profissional, enquanto sua vida era uma bagunça. E seus pais e suas irmãs eram muito condescendentes com ela, não pararam de apontar todos os seus problemas e defeitos. Ela demorou a amadurecer e a realmente tomar alguma decisão, li querendo estapear a Evie para ela acordar.

Por outro lado, Evie é uma pessoa linda! Ela é apaixonada com o filho de 7 anos do namorado, e embora o relacionamento não esteja lá grande coisas, ela é mais apegada ao filho fofo dele do que a Matthew. Ela faz de tudo para ajudar todos do café, eu ficava irritada de como ela engolia tudo dos funcionários, eu teria demitido todos os 3 em uma semana rs. E ela tenta ajudar todo mundo, como Phoebe, a menina que mora na rua e as vezes dorme na porta do café. E Florence, uma senhora que perdeu o marido recentemente e está solitária na ilha. A interação de todos os personagens é o ponto alto do livro. Eu amei todos eles, torci e me emocionei no final. E claro, temos Ed. O moço misterioso que é cozinheiro e está na praia de passagem.

A parte de realmente se administrar um restaurante, é inexistente no livro. Achei tudo muito raso e pouco explorado. Parece fácil demais, não é? Evie sem experiência nenhuma com negócios, assume o café, começa a vender e é isso. Cliente não falta em uma cidade litorânea nas férias, então o café vive cheio. Não se fala em contas, em impostos, nada, é só fazer comida, vender e receber. Isso somado a tudo que a Evie não fazia, e dá certo porque ela é sortuda demais, me irritou um pouco rs.

Como os outros livros dessa coleção, a história é focada em Evie, e não em um romance. O romance acontece no decorrer do livro, mas é leve e só ganha destaque mesmo no final. Eu gostei do casal, mas esperava mais deles. Como o livro é o primeiro de uma série de 4 livros, espero ainda ver muita confusão com esses dois e os outros personagens. Adorei saber que tem continuação, quero muito saber mais sobre a vida de todos e o café.

O final vale por cada vez que a Evie me irritou! Final fofo, emocionante, leve e divertido. A cidade toda se unindo, a vida de todos eles mudando para melhor, ah uma fofura só.

Eu adorei e indico para todos os fãs de romances leves e chick-lit. Não foi meu preferido da coleção, mas eu curti muito a leitura e já quero a continuação na estante. Leiam!

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Série O café da praia: