Uma mulher na escuridão - Charlie Donlea

>>  segunda-feira, 17 de agosto de 2020

DONLEA, Charlie. Uma mulher na escuridão. São Paulo: Editora Faro Editorial, 2019. 304p. (Rory Moore, V.1). Título original: Some choose darkness.

“Naquele verão, Angela se deixou absorver pelo caso. Propôs uma teoria de quem as tinha capturado e de como ele as matou. Mas eram ideias extravagantes, talvez consideradas por alguns como uma teoria conspiratória de uma série de mulheres desaparecidas ao longo de uma década que sucumbiram ao mesmo homem. Angela pesquisou tudo. Tinha quilos de materiais e gráficos, além de um modelo detalhado de como tudo acontecera. Mulheres semelhantes mortas de maneira semelhante, todas em perímetro restrito, na cidade e em seus arredores. ” p.159

Já li A garota do lago do americano Charlie Donlea, e mesmo ele não sendo dos meus suspenses favoritos, eu gostei muito da escrita do autor. Comprei outro livro dele por curiosidade, confiram o que achei de Uma mulher na escuridão.

Chicago, 1979
Angela Mitchell é uma mulher que sofre por ser incompreendida pela sociedade (ela é autista, algo que ainda não foi diagnosticado em sua época). Na adolescência, ela foi internada para tratar suas obsessões e seu transtorno obsessivo-compulsivo, mas os remédios só a deixavam pior. Hoje ela é casada e tem uma vida razoavelmente estável, sempre lutando contra o que ela chama de suas “compulsões”. 

Tudo muda naquele verão, quando cinco mulheres desaparecem sem deixar rastro, nenhum corpo é encontrado. A polícia procura pelo assassino que ficou apelidado de “o ladrão”. Angela fica obcecada pelos crimes, começa a pesquisar tudo e a montar um dossiê que liga inúmeras outras vítimas ao misterioso assassino. Ela começa a ter todos os sintomas contra os quais lutou tanto, e teme ser vista como louca pela polícia.

Chicago, 2019
Rory Moore trabalha reconstituindo cenas de crimes para a polícia, ela é excelente em seu trabalho. Mas sua conexão com os mortos cobra um preço alto, então ela só pega casos quando tem interesse, no resto do tempo trabalha com restauração de bonecas antigas e ajuda seu namorado de longa data, Lane Phillips com seu programa que detecta assassinos em série.

Rory é uma mulher fechada e pouco sociável, usa sempre roupas fechadas, e se esconde atrás de seu gorro e seus óculos fundo de garrafa, mesmo preferindo as lentes de contato. Rory fica abalada quando é informada que seu pai faleceu, vítima de um ataque cardíaco. Rory é advogada como o pai, e enquanto organiza os casos dele para fechar o escritório, é obrigada a assumir um caso antigo, já que o juiz se recusa a prorrogar mais a questão ou transferir o caso.  Trata-se da liberação condicional do homem que ficou conhecido como “O ladrão”, pois “roubava” mulheres e as matava, os corpos nunca foram encontrados. E ele só foi preso, por causa de Angela Mitchell.

Rory precisa defender esse homem, que continua afirmando ser inocente. Ela fica obcecada pela história de Angela, e quer descobrir o que aconteceu. Ela reluta em representar um possível assassino, mas não consegue deixar de investigar.

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O enredo e a narrativa do autor me pegam de jeito nas primeiras páginas, a escrita do Charlie Donlea é viciante, daquelas que têm cenas de arrepiar, outras de quase tirar o fôlego. Adoro trillers assim! Foi assim com a A garota do lago e com este livro também. Porém os desdobramentos sempre me decepcionam no final, então tenho uma relação dúbia com o autor... quero ler todos os livros dele, mas ainda não AMEI mesmo nenhum rs.

A primeira dica aqui é, mais uma vez... NÃO LEIAM A SINOPSE! Conta demais, e fala até coisa errada rs. Diz que aparece outro assassino, replicando o mesmo do outro, tem nada disso no livro kk.

Esse começa muito bem, o enredo me deixou arrepiada (literalmente) em alguns momentos. Eu amei a Angela e torci muito por ela, imaginando que ia dar merda, mas morrendo de pena dela. A personagem é muito inteligente, mas sem nenhuma habilidade social, então eu ficava desesperada para ela inventar uma desculpa, ficar na sua, mas ela seguia atrás da verdade.  Rory também é interessante, mas achei que a construção da personagem deixou um pouco a desejar, eu queria saber mais sobre ela e não foi contado.

Eu matei algumas charadas, mas não todas elas. Uma delas me deixou atônita! Muita coisa está bem na cara, mas Rory não saca nada! Me deixava agoniada. Até porque eles descrevem a personagem como alguém muito inteligente, que conseguia descobrir coisas sobre os crimes que ninguém mais conseguia. Esse foi outro ponto estranho. A narrativa gasta bastante tempo contando sobre um caso de uma moça que foi assassinada em um parque, e que o pai dela queria muito que Rory fizesse a reconstituição, para ajudar a polícia na busca do assassino. Ela aceita o caso, reforma uma boneca da moça, mas o livro termina sem que nada tenha sido dito. Achei muito sem noção, para mim ficou como um furo grande, porque se não era nem para dar atenção a isso, não devia ter se perdido tanto tempo falando sobre a moça.

Então concluindo, o autor me frustra um pouco rs. Por um lado eu curti as personagens e amei o enredo, realmente um thriller psicológico bem interessante. Por outro, ele deixa algumas pontas soltas que me incomodam. O final foi um pouco raso e bem corrido, eu queria mais dos desdobramentos.

Então não esperem um thriller impecável, as falhas sempre me desapontam. Mas por outro lado é um livro viciante, que prende até o final, e por isso, claro que eu indico! Leiam!!

Adicione ao seu Skoob!

Série Rory Moore/Lane Phillips
  1. Uma mulher na escuridão (Some choose darkness)
  2. Nunca saia sozinho (The suicide house)

Avaliação (1 a 5):

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