A loja dos sonhos - Jojo Moyes

>>  segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

MOYES, Jojo. A loja dos sonhos. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2021. 416p. Título original: The peacock emporium.

"Suzanna deitou a cabeça nos joelhos e respirou fundo, se perguntando a quantas pessoas em sua vida precisava pedir perdão.
Só algumas delas algum dia a ouviriam." p.296

Sou fã da Jojo Moyes desde que ela partiu meu coração em seu primeiro livro lançado no Brasil, isso lá em 2014, Como eu era antes de você. Depois disso eu li todos seus livros lançados por aqui, a maioria eu amei, alguns nem tanto. Hoje conto para você sobre seu novo livro, que ainda era inédito no Brasil, A loja dos sonhos.

Suzanna Peacock, 35, é uma mulher insatisfeita com o rumo que sua vida tomou. Se casou muito cedo e hoje em dia seu casamento com Neil se arrastava. Mais de 10 anos juntos, hoje eles eram dois estranhos que moraram juntos. Ela tinha uma vida feliz e agitada em Londres, com muitas festas, jantares elegantes e viagens de férias. Até que o marido perde o emprego e tudo muda. E, para piorar, Suzanna começa a comprar desesperadamente. Quando o marido descobre tudo o que ela gastou, eles estão falidos. Então eles são obrigados a se mudar, aceitar a ajuda do pai dela, e voltar para a sua cidade natal, Dere Hampton.

Suzanna tem uma relação ruim com a família, que ficou pior depois do pai nomear o irmão mais novo, e único filho homem, como único herdeiro da propriedade. Ela sempre se sentiu preterida pelo pai, que via nela um espelho da mãe. A mãe biológica de Suzanna, Athene, era uma beldade inconsequente, que no final, partiu o coração de seu pai. Ela sentia que seu pai a culpava pela morte da mãe, e mesmo tantos anos depois, a relação entre os dois era ruim. Sua mãe adotiva, Vivi, tentava de tudo para unir a família. Tentava se aproximar de Suzanne, cuidar da sogra, dos outros dois filhos e do marido. 

"Vivi sempre se esforçando, sempre ansiosa para poupar os sentimentos de todo mundo. Como se ela mesma não tivesse nenhum." p.110

Neil quer desesperadamente um filho, afinal, está prestes a fazer 40 anos. Suzanna não quer nem pensar no assunto, diz que não está pronta. Ela tem outro sonho... Quer abrir uma loja, a loja dos seus sonhos, uma loja que sirva café e tenha um pouco de tudo, seja aconchegante e glamorosa. E ela promete engravidar em 1 ano, a loja dando certo, ou não. 

"Não era só a questão do sexo que a incomodava - para engravidar, eles teriam que entrar num período bastante regular de atividade sexual-, era a sensação de que sua promessa a tolhera, de que ela agora estava obrigada a produzir essa coisa, abrigá-la num corpo que sempre fora, de um jeito bastante confortável, inteiramente seu." p. 130

Na loja Suzanna se sente feliz pela primeira vez em  muito tempo. Faz novas amizades, principalmente com Jessie, uma jovem muito simpática que toda a cidade adora, e acaba começando a trabalhar lá e movimentando a loja. E Alejandro, um parteiro argentino que está trabalhando no hospital local. Um rapaz solitário, que também tem seus fantasmas do passado como Suzanna. 

Entre encontros e desencontros, segredos e mentiras, a vida de todos irá mudar drasticamente. 

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Eu já disse que amo a Jojo, certo? Pois é, mas seus livros antigos são todos mais fracos, eu já pego para ler sem grandes expectativas. Apesar desse ter sido lançado só agora no Brasil, este livro foi lançado em 2008 nos EUA, o terceiro livro da autora. E realmente, seus livros antigos são mais problemáticos rs. 

 O enredo começa no passado, com os pais de Suzanna ainda jovens e solteiros, e depois dá um pulo de 40 anos. E temos a narrativa da Suzanna já adulta. Depois, ao longo da história, temos algumas passagens do passado, que explica muito do que acontece na vida de todos atualmente. Eu gostei do enredo e de alguns personagens, mas acabei me decepcionando no final. 

O principal problema foi a protagonista! Suzanna é intragável! Uma mulher adulta que tem atitudes de adolescente o tempo inteiro! Egoísta, imatura, mesquinha. Ela não se importa com ninguém, nem com os pais nem com o marido e é só eu, eu, eu! Eu odiava o jeito que ela tratou Neil o livro todo, porque o pobre coitado era um santo! Meio bobo, sinceramente, para aturar tudo sem botar um fim no casamento ou pelo menos discutir a relação a sério, mas dá muita pena porque ele é uma boa pessoa e fez tudo para ajudar a esposa. Suzanna foi uma escrota boa parte da história! Com Neil, com o pai, com Vivi, a única mãe que ela conheceu. Eu gostei da sua amizade com a Jessie, torci por ela e pela loja, mas ela demora para começar a melhorar kkk. 

O enredo não tem grandes acontecimentos, é todo voltado para o drama familiar e as consequências do que aconteceu no passado. Eu gostei das intrigas, principalmente, porque amei a Vivi. Ela sim é uma ótima personagem, pena que narra muito pouco. Uma mulher apaixonada, resiliente, que fez de tudo para ficar com o homem que amava e manter a família nos eixos. Por outro lado, Vivi era boazinha demais. Cuidava da sogra que a tratava muito mal, do marido que fica mais trabalhando do que em casa e de todos. Tentava manter a família unida e consertar tudo. E ela que amou e cuidou de Suzanna como sua filha desde sempre, era tratada de forma muito fria, a sombra de Athene estava sempre presente. 

Por um lado eu gostei dos desdobramentos finais, gostei de como alguns conflitos se resolveram. Por outro lado achei que alguns personagens mereciam muito mais, fiquei de coração partido com alguns desdobramentos.  Eu sempre gosto muito da escrita da autora, mas é difícil amar um livro, odiando a protagonista... 

Quem leu me conte se curtiu! Eu sempre indico a autora, mas este não ficou na minha lista de favoritos da Jojo.

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