Clara dos Anjos - Lima Barreto

>>  quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

 


BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Belo Horizonte: Editora Autêntica,  2017. 176 p.


Há um tempo Clara dos Anjos está na minha fila de leitura e fiquei mais curiosa para conhecer a história depois da leitura coletiva que fizemos de O triste fim de Policarpo Quaresma.  Agora conto para vocês o que achei de Clara dos Anjos. 



Joaquim dos Anjos vive em um subúrbio do Rio de Janeiro com sua esposa, Engrácia, e sua filha, Clara. Ele, um homem muito bom, acredita sempre no melhor das pessoas. Dona Engracia, sem muita providência na vida, tem verdadeiro pavor de qualquer conflito ou de resolver qualquer imbróglio. Sempre criaram Clara na rédea curta e sob muita proteção. Afinal de contas, ela já sofria só por ser mulher, muito mais ainda sendo preta e pobre. 

No subúrbio havia um sujeito, filhinho de mamãe e bom de lábia que era muito conhecido por deflorar as mocinhas e se engraçar com mulheres casadas, desgraçando  a vida de todas elas. Atendia pelo nome de Cassi Jones. 

O pior é que ele sempre conseguia escapar de ser preso ou de se casar com  a vítima. E essa acabava sendo sempre considerada culpada de todo o ocorrido. 

Mesmo com essa fama péssima, Cassi sempre conseguia tudo o que queria. Mas, apesar de Joaquim acreditar na bondade de todos, sabia que Cassi não era boa gente e que dona Engrácia tinha ódio do rapaz, querendo que ficasse muito longe de sua filha, Clara. 

Mas será que todo esse ódio e precaução seriam capazes de manter Clara incólume às investidas e à fama do rapaz? Descubra lendo Clara dos Anjos!



Uma coisa eu tinha certeza quando comecei essa leitura: eu ia passar muita raiva. E não me enganei.  

Primeiro, foi com a forma como Lima Barreto nos conta a história. Ele passa tanto tempo interrompendo a história para descrever um personagem, uma casa, um lugar, que a história principal foi sendo deixada para escanteio. 

Segundo, foi ao parar para pensar como as pessoas são capazes de fazer as piores coisas e de irem além do limite do razoável para conseguirem o que quer. Tenho certeza que existem vários "Cassis" por aí prontos para passar por cima de tudo e todos para alcançar os objetivos. 

Terceiro, a triste previsibilidade do que ia acontecer. É aquele tipo de livro que você começa lendo cantando aquela musiquinha na mente: " vai dar merda,  vai dar merdaaaaaa. Vai dar merda, vai!" 

E por fim e não menos importante, a raiva que passei ao perceber que Lima Barreto, depois de tanta digressão e descrição,  decidiu que ia encerrar a história, contando ao leitor no último capítulo o que tinha acontecido com os personagens, dando lhes um desfecho e  ainda assim, deixando ainda uma parte em aberto. 

Embora eu tenha entendido qual mensagem o autor quis passar (não acho bom mencionar,  pois seria um imenso spoiler), ainda assim fez de uma forma que não convenceu, nem agradou. Não a mim, pelo menos. 

Talvez por isso tenha gostado imensamente mais de O triste fim de Policarpo Quaresma e, depois de toda essa raiva que passei, sou obrigada a concluir que o livro deveria chamar O triste livro de Clara dos Anjos, rs. 

Mesmo assim, quero ler outras obras do autor, porque não dá pra decidir se gosto ou não tendo lido apenas dois livros. Melhor tirar a prova, né? 


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Avaliação (1 a 5): 









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