Lições do desejo - Madeline Hunter

>>  sexta-feira, 29 de agosto de 2014

HUNTER, Madeline. Lições do desejo. São Paulo: Editora Arqueiro, 2013. 272p. (Os Rothwells, v.2). Título original: Lessons of desire.

“- Solte o cabelo. Você não atendeu ao pedido do rapaz, mas o fará por mim.
Ela levantou os braços e puxou os grampos. Era uma pequena vitória que lhe concedia. Um gesto simbólico de submissão para afagar o orgulho dele.
O toque másculo fez todo o corpo dela formigar, numa promessa de êxtase que a atraía para o abandono que conhecia tão bem. Ela abriu mão do controle, como sempre fazia agora. Deixou que ele a posicionasse no colo, de forma que suas pernas o circundassem e pendessem na parte de trás do banco.
Ele arqueou suas costas e começou a beijar seu corpo enquanto se moviam no ritmo das estocadas. Ela se agarrou aonde pôde à sombra salpicada da árvore, recebendo e dando tudo o que ainda compartilhavam.” p.181

Depois de viciar em Os Hathaways e Os Bridgertons fiquei curiosa para conhecer Os Rothwells, porém achei o estilo bem diferente, mais maduro e condizente com o comportamento da sociedade da época. E hoje conto para vocês o que achei sobre o segundo volume com Lições do desejo da Madeline Hunter.

A série é relativamente independente e a resenha não contém spoilers sobre o volume anterior, caso queira, confira a resenha de As regras da sedução.

Eliot Rothwell é o irmão caçula, cresceu mais perto da mãe e em meio aos muitos livros de sua biblioteca. Já adulto é um historiador dedicado, mas como os irmãos, um homem fechado e muito misterioso. Ele está acostumado a fazer sucesso entre as mulheres, um nobre bonito e solteiro sempre chama a atenção, mas aparenta  ser sempre muito frio e intocável.

A pedido de seu irmão mais velho, o marquês de Easterbrook, ele precisa impedir que parte do livro de memórias de um membro do Parlamento seja publicado, o livro em questão pode revelar um grande escândalo e manchar a memória de seu pai. Acreditando que esta parte das memórias não eram confiáveis, Eliot precisa encontrar a responsável pela edição.

Phaedra Blair é uma mulher brilhante e exótica. Inteligente e corajosa, busca seguir os passos da mãe, rejeita as convenções sociais e vive sua vida de forma livre e honesta. Ela só se veste de preto, usa os cabelos ruivos soltos e sem chapéu, não usa espartilho, vive sozinha e sem criados, além de ter alguns “amigos íntimos” de sua escolha, homens com quem ela estabelece uma relação física saudável e amigável.

Para os menos toleráveis ela pode ser considerada uma meretriz, outros a acusam de bruxaria, Phaedra não se importa nem um pouco. Eliot já conhecia a amiga de sua cunhada, e não é sem prazer que parte para Nápoles a sua procura, espera convencê-la a aceitar uma grande quantia para suprimir parte do livro.

Ao chegar a Itália, ele descobre que Paedra está presa, uma soma de suas atitudes inconsequente ao preconceito vigente na cidade. Para ajudar a libertá-la, ele promete se responsabilizar por seu comportamento até o final da viagem. E assim os dois começam juntos uma viagem por lugarejos pequenos e românticos, tornando impossível ignorar uma mútua e crescente atração.

Phaedra é uma mulher livre, ela aceita um homem na sua cama, mas não aceita um homem em sua vida. Ela não será governada por ninguém. Eliot está prestes a confrontar a mulher mais teimosa que já conheceu, e ele sabe que pode perder essa luta.

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No segundo livro fica mais clara a proposta da autora, realmente é um estilo muito diferente das minhas séries queridinhas. Enquanto Os Hathaways e Os Bridgertons são leituras leves, engraçadas e com personagens incomuns... Os Rothwells descreve à sociedade Londrina, o papel da mulher neste período e as regras as quais todos estavam sujeitos. Como resultado temos um livro mais duro, sério e mais pesado, é uma leitura mais inteligente e bem escrita, para mim não é tão atrativa quanto os romances mais leves.

Mas depende muito do que o leitor procura, a autora escreve uma aventura romântica e aborda o papel da mulher na sociedade. Phaedra quebra tabus, vive sua vida de forma honesta; porém é julgada e condenada por todos à sua volta. Tem que ter coragem para se colocar sempre de frente aos holofotes, sem temer críticas e falsos julgamentos. A protagonista carrega essa força com muito orgulho, é inteligente, bela, mas extremamente teimosa e cabeça dura. Ao seu lado temos Eliot, um estudioso, um homem mais esclarecido, que parece compreender o que Phaedra busca e é capaz de tolerar e até aceitar seu comportamento incomum. Ele é sério, sedutor, e paciente o suficiente para ir atrás do que quer.

O interessante é que a história sai da mesmice da sociedade Londrina e passeia por lugares mais exóticos, como Nápoles e Pompéia. Phaedra não é apenas feminista, estamos acostumadas com mulheres fortes e decididas nesses livros. Ela vai além, quebra paradigmas, busca seu prazer e quebra aquele clichê da protagonista virgem e inocente. Por outro lado, a personagem não me conquistou, não consegui me apegar a ela. Parecia apenas que ela foi criada assim pela mãe e seguia tudo como um autômato. Ela prega o feminismo, mas em todas as enrascadas do livro precisou ser salva aff.

Eu sinto falta do humor, acho a leitura um pouco lenta e não consegui sentir o romance entre o casal. A atração é forte, as cenas sensuais são ricas e de muito bom gosto, mas falta alguma coisa para me encantar. Eu quero continuar a série, mas apesar da autora escrever muito bem e prender a atenção do leitor, não são livros que eu fico aguardando ansiosamente para ler o próximo. Quem leu me conte o que achou. ^^

Série Os Rothwell’s da Madeline Hunter:
  1. As regras da sedução (The rules of seduction) – Alexia e Lorde Hayden
  2. Lições do desejo (Lessons of desire) - Elliot e Phaedra
  3. Jogos do prazer (Secrets of surrender) - Roselyn
  4. Segredos de um pecador (The sins of Lord Easterbrook)

Avaliação (1 a 5):

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