Réquiem - Lauren Oliver

>>  quinta-feira, 11 de setembro de 2014

OLIVER, Lauren. Réquiem. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2014. 304p. (Delírio, v.3). Título original: Requiem.

“Derrubem os muros.
Afinal essa é a questão. Não sabemos o que vai acontecer se derrubarmos os muros; não dá para ver o outro lado, não dá para saber se teremos liberdade ou ruína, resolução ou caos. Pode ser o paraíso ou a destruição.
Derrubem os muros.” p.303

E mais uma trilogia chega ao fim, várias séries estão sendo finalizadas este ano, um alívio. O romance “distópico” que começou com Delírio conta a história de uma sociedade que acreditava que o amor era a causa de todos os problemas, eles desenvolveram a cura para o amor, agora considerado uma doença. Os adolescentes eram submetidos a um procedimento de cura, depois eram pareados (lembram de Destino?), ficando para sempre livre dos problemas causados pelo amor. E hoje vou falar do final dessa história com Réquiem da Lauren Oliver.

A partir daqui contém spoilers se você não leu Delírio e Pandemônio.

O governo não pode mais ignorar a resistência, a revolução tomou conta do país. Os inválidos crescem a cada dia, a selva é tomada por ataques dos reguladores e os rebeldes se sentem cada vez mais intimidados. Mas eles querem lutar, eles farão de tudo para garantir o direito de escolha, para poder decidir a diferença entre certo e errado.

Lena Haloway está de volta a selva com seus amigos, eles se reuniram e estudam qual será o próximo passo. Ao seu lado está Julian Fineman – filho de um importante militante da ASD, organização que defende a cura -. Ele abandonou tudo para ficar com Lena, seu pai foi assassinado, agora ele também quer lutar. O que Lena não esperava era descobrir que Alex não estava morto, o reencontro parte seu coração. Ele a odeia. Não quer saber de explicações, só quer esquecer e seguir em frente. Porém, eles têm coisas mais importantes com que se preocupar, Lena segue ao lado de Julian.

Na cidade Hana foi curada e pareada com o filho do prefeito, e seu casamento se aproxima. Fred Hargrove pertence a elite, com a morte do pai será o novo prefeito da cidade. Hana está confusa, ela ainda tem sensações que deveriam ter ficado no passado, ainda sonha, mas se sente bem melhor depois da cura. Ela não sente mais insegurança, nem dor, nem nenhuma das emoções que dificultam a vida.

Enquanto Lena se prepara para a guerra, Hana se prepara para seu casamento. As duas carregam incertezas no coração, as duas terão que tomar decisões difíceis e torcer por um futuro melhor.

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Eu não esperava alegria, não esperava um final fofo e romântico, afinal o título do livro é Réquiem! Vocês sabem o que significa? Para quem não sabe, Réquiem é o nome que se dá as músicas cantadas durante o velório ou simplesmente para homenagear os mortos. Então senta, que lá vem tragédia rs. Mas como eu estava dizendo, eu esperava um final, um final de verdade, de preferência com um epílogo... terminei o livro pensando que minha edição veio faltando páginas, só pode. #sesentindoenganada

Ok, vamos começar do início... Narrado em primeira pessoa os capítulos são alternados entre Lena e Hana. Lena na selva, lutando para sobreviver. Hana na cidade, fina, rica e noiva do futuro prefeito. A narrativa de Hana serve mais para contar tudo o que acontece na cidade – problemas das narrativas em primeira pessoa -, já que não acontece nada na vida da garota. Eu estava ansiosa pelo final e inicialmente gostei da narrativa, a autora escreve bem, não enrola, gosto do estilo dela.

Os dois mocinhos são aceitáveis. Pessoalmente gostei mais de Julian, ele é doce, firme, sabe o que quer. Mas Alex tem seu apelo com seu jeito durão e decidido. Lena quer Alex, sempre quis, mas como ele está puto da vida com ela, ela fica com Julian. Foi mais ou menos isso o começo rs. O triângulo fica meio em suspenso com tanta coisa acontecendo.

A guerra em si, a parte distópica da trama não foi bem mostrada. Muitas coisas terminam sem explicação, a autora parece não ter interesse de abordar o assunto de forma mais abrangente.

Posso voltar a reclamar do final? Gente, não tem final. Juro! Para quem gosta daqueles finais do tipo: "ei, agora adivinhe, agora tudo pode acontecer, como será que ficou?"... vai curtir o suspense, para quem gosta de saber até o “anos depois” da vida dos protagonistas, foi uma tristeza sem fim. Você não sabe o que acontece com a guerra, quem fica com quem, quem morre ou não... nada. Termina.Fim. Tchau "procês". Ódio define.

Mas... sempre tem um mas rs, a autora escreveu vários contos entre os livros (Annabel, Hana, Raven) que eu não li, mas vi que tem um conto que vem depois desse livro! \o \o O conto se chama Alex e deve contar um pouco o depois da história. Aposto que os fãs estavam ameaçando matar a autora e ela resolveu contar um pouquinho mais :P. Enfim, quero ler o conto, que só tem em inglês pelo que eu soube, e depois conto para vocês se minha opinião sobre o final muda.

Eu não amei, não odiei, mas me irritei muito com o final. Só não dei um 2 porque até chegar ao final curti a leitura, mesmo com Hana sendo dispensável na narrativa e com Lena chorando as pitangas - pelo menos não tem aquela coisa inacreditável da protagonista virar o Rambo e resolver tudo do nada rs. Quem leu não deixem de contar aqui o que acharam. ^^
Eu indico para o público jovem que gosta de romances a la A seleção ou Estilhaça-me, como distopia deixa a desejar.

Trilogia Delirio de Lauren Oliver
  1. Delírio (Delirium)
  2. Pandemônio (Pandemonium)
  3. Réquiem (Requiem).
Avaliação (1 a 5):

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