No limite da ousadia - Katie McGarry

>>  quinta-feira, 16 de outubro de 2014

MCGARRY, Katie. No limite da ousadia. São Paulo: Editora Verus, 2014. 420p. (Pushing the limits, v.2). Título original: Dare you to.

“Parte de mim quer responder a Gwen e voltar à vida que eu costumava ter. Nada era complicado naquela época. Nada doía demais nem parecia confuso. Tudo era planejado. Perfeito.
Por fora, é claro. Como eu não percebia que tudo por dentro estava bagunçado? Meus pais. O Mark. Eu e a Gwen. A Lacy. O Chris é uma bagunça? O Logan? Quantos de nós estão fingindo tudo por fora? Fingindo que são algo que na verdade não são? Melhor ainda, quantos de nós ainda terão coragem de ser quem são, apesar do que os outros pensam?” p.312

Eu amei No limite da atração, um NA com uma carga dramática maior e com protagonistas considerados “jovens problemáticos”. Estava ansiosa para ler o próximo mesmo eles sendo mais independentes, cada livro conta a história de um casal diferente. Eu indico que sejam lidos na ordem da série, porque o casal anterior dá as caras e a protagonista aparece no primeiro volume, mas é uma escolha do leitor. Confira o que achei do segundo volume de Pushing the limits com No limite da ousadia da Katie McGarry.

A resenha NÃO contém spoilers sobre o livro anterior.

Beth Risk, 17 anos, passou a infância com o pai violento e com a mãe bêbada/drogada que ignorava a filha. Atualmente encontrou seu porto seguro, seus melhores amigos são sua família, Noah e Isaiah. Eles vivem com a tia de Beth, que tolera os adolescentes para receber a verba destinada pelo governo. Ela cresceu e se tornou uma adolescente durona e revoltada, presa a mãe problemática com uma sensação de dívida, sem planos para o futuro, usando e abusando de bebidas, cigarros e drogas. Rola um relacionamento colorido com Isaiah, ele é seu melhor amigo, mas quando os dois estão “viajando” acaba acontecendo algo mais. 

E é depois de uma dessas viagens que Beth recebe uma ligação do bar local, a mãe estava mais uma vez caindo de bêbada no bar. Ao chegar lá Beth acaba se metendo em uma confusão com o namorado agressor da mãe e vai presa no lugar dela. Se recusa a falar em sua defesa, a mãe está cumprindo condicional e qualquer delito a enviaria direto para a cadeia. Mas agora com 17 anos o crime terá consequências, porém, um tio rico e importante aparece e assume a sua guarda.

Scott Risk é uma lenda do beisebol, venceu sozinho e hoje é um esportista aposentado. Vive com a esposa  na pequena cidade onde foi criado, e é para lá que Beth é levada. De repente Beth se vê novamente em Groveton, uma cidadezinha careta, prestes a entrar em uma nova escola, com novas roupas e uma tia que não a quer. O lugar também lhe trás de volta o fantasma de sua infância, de quando ela era uma linda garotinha loira. A fuga não é uma opção, ou Beth obedece ou sua mãe vai para a cadeia.

Ryan Stone é o garoto prodígio da cidade. Filho de pais importantes, loiro, bonito e rico. Um badalado jogador de beisebol que vive em função do esporte, e sonha em se formar e jogar profissionalmente. Aparentemente ele tem uma vida perfeita e feliz, mas a realidade é bem diferente.

Ele e seus dois melhores amigos, Logan e Chris, se divertem com pequenos desafios e Ryan não aceita perder. Começou com uma pequena brincadeira, ele só precisava conseguir o telefone de Beth. Mas logo os dois se veem envolvidos por uma enorme atração que tentam inutilmente evitar.

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Me surpreendeu. A Beth era uma mala no primeiro livro e eu não sentia empatia com a personagem e além disso o enredo era aparentemente bem batido. Aquela coisa do garoto popular fazer uma aposta para sair com a menina estranha e os dois acabarem se apaixonando. O enredo é comum em tramas adolescentes, mas o desenvolvimento muda totalmente a abordagem.

A premissa deixa de ser importante, a carga dramática que a autora impõe aos personagens é muito grande. E Beth está longe de ser uma mocinha inocente ou uma rebelde sem causa. Ela já bebeu muito, fuma muito, faz uso de maconha. Já dormiu com caras enquanto estava fazendo uso de entorpecentes, já foi surrada e comeu o pão que o diabo amassou para ajudar a mãe. Como consequência ela liga o foda-se para o mundo, odeia ser questionada, odeia ser pressionada... odeia tudo na verdade rs, menos o Noah e o Isaiah. Quando se vê sozinha e longe dos dois precisa tentar se adaptar. Ryan é o moço perfeito, criado em uma família tradicional e com acesso a tudo do bom e do melhor. Mas aos poucos vamos descobrindo o que tem por trás da fachada de família americana perfeita.

Os personagens são todos muito bem construídos, as passagens são rápidas, os diálogos ferinos. Ryan é muito persistente e aprendeu desde sempre a lutar pelos seus objetivos, ele não desiste, Beth é teimosa como uma mula. O resultado é fogo liquido. Os dois juntos tem muita química, as coisas demoram a acontecer, mas vale a pena esperar.

É um daqueles livros que você devora e fica grudada até o final, a autora arrasa e cria uma trama realista, sem viajar com o final de contos de fadas que costumamos encontrar nos romances. O primeiro ainda é meu favorito, talvez por ter um quê de suspense, enquanto este fala de problemas mais palpáveis.

Eu adorei, a autora é uma das melhores no estilo NA, o próximo conta a história do Isaiah e eu não vejo a hora de ler. Vocês precisam ler este também! ^^

Série Pushing the limits da Karen McGarry
  1. No limite da atração (Pushing the limits) – Echo e Noah
  2. No limite da ousadia (Dare you to) – Beth 
  3. No limite do perigo (Crash into you)  - Isaiah
  4. No limite do desejo (Take me on) - Haley
  5. Chasing impossible (ainda não lançado no Brasil).
Interligado:
1.1    Crossing the line
1.5   Breaking the rules

Avaliação (1 a 5):

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