O Mistério de Sittaford – Agatha Christie

>>  sexta-feira, 16 de junho de 2023

 

CHRISTIE, Agatha. O Mistério de Sittaford. Porto Alegre: Editora L&PM, 2010. 256 p. Título original: The Sittaford Mystery.
 
O Mistério de Sittaford é o décimo sétimo livro do PROJETO AGATHA CHRISTIE. Foi publicado em 1931, primeiramente nos Estados Unidos com o título “The Murder at Hazelmoor” (O Assassinato em Hazelmoor), e depois, no mesmo ano, no Reino Unido, com o título que conhecemos aqui. O Projeto Agatha Christie é uma iniciativa do Blog Viagem Literária para reunir leitores fãs da autora e que desejam ler ou reler a sua obra, seguindo a ordem cronológica de lançamento dos livros. Lemos juntos um livro por mês e nesse período conversamos sobre nossas impressões e compartilhamos experiências. Ainda dá tempo de entrar, é só acessar as informações do Projeto no post de apresentação, que você encontra AQUI.
 
Depois de um interessante experimento como parte do Detection Club (cuja resenha vocês conferem AQUI), a Dama do Crime está de volta a assinar seus romances policiais. O livro da vez é uma aventura isolada, não trazendo outros personagens recorrentes da autora. Agora com 17 livros lidos, já conseguimos identificar padrões na escrita e na história. O enredo tem o mesmo padrão de todos seus livros: alguém morreu, há uma investigação para determinar o culpado e o motivo, e várias pessoas estão envolvidas. Bom, e essa fórmula que trouxe fama a autora, e é por isso que lemos 17 livros até agora, a maioria composta por leituras agradáveis. Deve ser difícil se reinventar e constantemente ter ideias novas, e hoje considero ser esse o grande desafio de uma autora com uma produção tão grande e constante. Nesse livro, vemos claramente a autora tentar algo novo, com a introdução de um elemento intrigante: o “sobrenatural”.
 
O livro nos trás um grupo de amigos está hospedado em uma casa remota na Inglaterra. Fazendo jus a todo grupo de jovens que se reúnem em busca de alguma diversão aliada com um toque de rebeldia, durante uma forte tempestade de neve eles decidem “brincar” com  um tabuleiro Ouija. Surpreendentemente (ou não, já que sempre aparece algo nessas brincadeiras), eles recebem uma mensagem prevendo a morte de um certo capitão Trevelyan. Inicialmente eles tratam do assunto como uma brincadeira de mau gosto, mas ficam chocados ao descobrir que o capitão Trevelyan foi de fato assassinado na hora exata que o tabuleiro previu.

À medida que as investigações se desenrolam, o testamento do capitão Trevelyan é lido, distribuindo sua propriedade entre seus parentes, cada um dos quais herdará cerca de £ 20.000. Segundo o site do Bank of England, esse valor hoje corresponde a £1.098.926,66, ou R$6.744.484,53 na cotação da data da publicação desta resenha. James Pearson, sobrinho do capitão e beneficiário, é preso devido à sua presença em Exhampton na época do assassinato e sua tentativa fracassada de obter um empréstimo do capitão. Apesar das investigações oficiais lideradas pelo inspetor Narracott, Emily Trefusis, noiva de Pearson, inicia seu próprio inquérito com a ajuda do jornalista Charles Enderby. A dupla permanece em Sittaford, investigando o caso e descobrindo novos detalhes.

Algo muito presente na série de livros protagonizada por Tommy e Tuppence (que vocês conferem AQUI), a autora faz uso novamente da figura da heroína determinada, que conta com muita sorte para desvendar o mistério, em nove tanto do espirito de aventura quanto do amor. E, claro, ao longo do caminho arruma muitos faz e coleciona pedidos de casamentos. Ora, não posso deixar de considerar o ano em que o livro foi escrito – 1931 – uma época com essa visão marcada da mulher. Talvez esses livros sejam até avançados para a época, mas jamais sabere com certeza sem estudar mais sobre o tema. O fato é que me parece ser uma visão mais leve e superficial, mas popular. Filmes e livros até hoje possuem retratos assim, tal qual a Emily Trefusis de Sittaford. Confesso que esse tipo de retrato não é o que mais me agrada e acho um pouco simples demais, mas mesmo assim consigo apreciar alguns pontos da leitura.
 
O uso do elemento sobrenatural é interessante, apesar da literatura ter evoluído bastante nesse sentido.  Consideremos isso quase como um experimento inicial de seu uso no gênero policial, o que tem seu valor. Também ressalto o bom trabalho com o desenvolvimento de personagens. Ao contrário de alguns livros anteriores, eu senti que conhecia os personagens do livro, e isso fez a história fluir melhor e a leitura ser rápida.
 
O tempo dirá qual o impacto do livro em minha memória, mas tenho a impressão de que ele ficará escondido na imensa lista de livros da autora. Não foi uma leitura ruim, mas não está no topo desses 17 até agora.
 
Quem sabe o próximo, com o retorno de Poirot em “A Casa do Penhasco”?
 
Até mais!
 
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Avaliação (1 a 5): 



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