Os cinco porquinhos - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. Os cinco porquinhos. Rio de Janeiro: Editora Editora Globo, 2014. 296p. Título original: Five Little Pigs.

"Não chego ao ponto de tolerar o assassinato, mas ainda assim, monsiour Poirot, se algum dia houve uma mulher que foi levada a esse ponto de ruptura, essa mulher foi Caroline Crale. Eu lhe digo francamente, houve momentos em que eu mesma teria gostado de matar aqueles dois." 

Chegamos ao 44º livro do Projeto Agatha Christie e as resenhas dos livros anteriores, você encontra AQUI. Este mês voltamos com Hercule Poirot, mas pela primeira vez nosso amado detetive investiga um crime que aconteceu há muitos anos. Confiram o que achei de Os cinco porquinhos.

A jovem Carla Lemarchant procura Poirot e tem um pedido que muitos julgariam impossível, mas para o detetive mais famoso da Inglaterra é apenas intrigante. Seus pais morreram quando ela ainda era muito nova para se lembrar dos detalhes, mas agora ela está noiva e antes de começar sua nova vida, ela precisa saber a verdade: Sua mãe, Caroline Crale, foi quem realmente envenenou seu pai? Ela morreu na prisão apenas 1 ano após ser condenada à prisão perpétua, pela morte do marido, Amyas Crale, mas deixou para a filha uma carta onde afirmava ser inocente. Isso aconteceu há 16 anos atrás...

Além do casal e sua filha, estavam presentes o melhor amigo de Amyas e seu irmão, Philip Blake e Meredith Blake, e, sua amante Elsa Greer, exatamente, Amyas já tinha tido muitos  casos, mas desta vez ele levou a jovem para se hospedar em sua casa enquanto concluía um quadro com a moça posando como modelo. Na casa também viviam empregados antigos e de confiança e a governanta, Cecilia Williams; que era tutora da irmã mais nova de Carla, Angela Warren, que tinha 13 anos na época em que o crime aconteceu.

A estratégia de Poirot é conversar com cada uma dessas cinco pessoas, falando a verdade ou usando de algum subterfúgio, e descobrir a versão de cada um sobre o que realmente aconteceu. Depois reconstruir como o crime realmente aconteceu, e tentar descobrir se Caroline realmente envenenou o marido... a verdade é que motivos não lhe faltavam. 

Muitos sentimentos se revelam, e Poirot descobre que outros personagens também poderiam ter motivos para assassinar Amyas, mas qual deles realmente cometeu o crime?

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O enredo surpreende, é o primeiro crime que acontece no passado, e o fato do assassinato ter acontecido há tantos anos, muda completamente a linha investigativa de Poirot. O enredo é bem construído, os personagens são bem explorados e o final surpreende em partes. Porém, a estratégia utilizada por Poirot para descobrir a verdade, tornou o livro muito maçante para mim.

Caroline foi presa e condenada por envenenar o marido. Apesar de ter um advogado muito bom, nunca realmente tentou se defender. Ela acaba sendo condenada à prisão perpétua e morre na prisão apenas um ano depois do marido. Ela poderia realmente ser inocente?

Ela tinha motivo, tinha meios, e com certeza roubou o veneno que o matou. Tudo o que ela disse é que o marido só poderia ter se matado, porque ela pegou o frasco com veneno pois pretendia se suicidar. Carla era ainda muito nova e lembra pouco sobre os pais. Angela era apenas uma criança, mas muito inteligente e ardilosa, também acreditava que a irmã era inocente. A governanta sempre achou que Caroline era culpada, e entendia seus motivos. Elsa, a ex-amante, odiava Caroline pelo que ela perdeu, ela pretendia se casar com Amyas depois que ele se separasse da esposa. Philip dizia odiar Caroline, Meredith parecia ter sido apaixonado por ela... e por aí vai. 

A estratégia de Poirot é conversar com cada uma dessas pessoas e pedir para que elas contem tudo aquilo na versão delas. Depois pede que cada um deles escreva um relato sobre como tudo aconteceu. E disso, ele tira a solução do mistério. 

A solução foi excelente e as narrativas deixam pistas para chegarmos ao culpado juntos com Poirot. Porém, o fato de cada uma das 5 pessoas contar tudo de novo, pela versão delas, foi extremamente chato e cansativo. O livro não anda, era ler tudo de novo e de novo com sutis diferenças. 

O final foi bem elaborado e eu curti a solução, mas foi dos livros que menos gostei do detetive, embora bem escrito. [ALERTA DE SPOILER] Eu desconfiei desde o começo que Caroline não se defendeu porque achava que a irmã era culpada, que ela tentou pregar uma peça em Amyas para se vingar dele e acabou matando-o. Ela viu Angela pegar uma cerveja e parecia estar mexendo nela pouco antes do acontecido. Mas Angela iria usar outra coisa para realmente pregar uma peça em Amyas e não chegou a servir a cerveja para ele. Caroline suspeitar da irmã, me fez suspeitar dela também até o final. Eu suspeitei de Elsa a amante (principalmente porque ela sobe para pegar um casaco em um dia quente), mas descartei por falta de motivos. Afinal, Amyas iria deixar a esposa e casar com ela. Mas no final, pelas conversas atravessadas, Poirot descobre que ele não iria fazer isso, que ele disse para a esposa que iria se livrar dela logo depois que concluísse o quadro, só precisava terminar o trabalho. Elsa ouviu tudo e conseguiu dois feitos, matar o amante que iria deixá-la e descumprir sua promessa, e ainda se vingar da esposa, aos olhos dela, culpada de tudo. [FIM DOS SPOILERS]

Agatha Christie com todas as suas inúmeras vertentes sempre é uma surpresa, mas esse achei lento demais para eu amar. Quem leu me conta se curtiu!

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Avaliação (1 a 5):

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Um corpo na biblioteca – Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. Um corpo na biblioteca. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins Brasil, 2020. 192p. Título original: The body in the library.

"Como lhes falei, tenho uma mente muito desconfiada. Meu sobrinho Raymond diz (de brincadeira, claro, e de modo muito afetuoso) que minha mente é como uma bacia. Ele diz que a maioria dos vitorianos é assim. Tudo o que posso dizer é que os vitorianos sabem um bocado sobre a natureza humana." p. 182

Chegamos ao 43º livro do Projeto Agatha Christie e as resenhas dos livros anteriores, você encontra AQUI. Este mês temos mais um livro protagonizado pela Miss Marple, confiram o que achei de Um corpo na biblioteca!

Mrs. Bantry dormia tranquilamente quando foi acordada pela criada com uma informação inquietante, para dizer o mínimo. Um corpo tinha sido encontrado na biblioteca da casa! O Coronel Bantry mal pode acreditar, mas ao chegarem ao local se deparam com o corpo de uma moça jovem, desconhecida para eles, assassinada em sua biblioteca. A moça jovem foi estrangulada e a polícia logo é chamada.  

Sem confiar na polícia e preocupada com o que os vizinhos certamente irão falar... Mrs. Bantry chama sua amiga e vizinha, Miss Marple, já que Jane tem uma certa "curiosidade" por assassinatos, e já teve mais sucesso do que a polícia no passado.

O corpo da moça é identificado como sendo de Ruby Keene, uma dançarina do Hotel Majestic. Sua prima, Josephine Turner, identificou a jovem, que havia desaparecido do hotel na noite anterior, antes do seu último número de dança. Ninguém sabe o que aconteceu com ela, ela não conhecia os Bantry e, aparentemente, não existia motivo para a sua morte.  

Quando um segundo corpo é encontrado e a polícia não consegue fazer nenhuma conexão entre os crimes, cabe a  Miss Marple descobrir o culpado, antes que algum inocente pague pelo crime. 

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Eu adoro tanto a Miss Marple! É a minha personagem queridinha da Agatha, e esta é ainda sua terceira aparição no projeto. Ela aparece rapidamente em um livro que não é narrado por ela, e depois em um livro de contos. Ainda acho que aqui ela teve pouco destaque, não sei se isso muda nos próximos, espero que sim. 

Miss Marple rouba todas as cenas e as parte em que ela participa são muito divertidas. Ela sempre consegue encaixar qualquer acontecimento, por mais bizarro que seja, em um caso de algum vizinho ou conhecido. Ela sempre consegue achar uma ligação ou imaginar algo que vai acontecer porque assim são os seres humanos. Amo os exemplos todos que ela cita e em como ela deixa a polícia no chinelo sempre hehe. 

Os personagens secundários são interessantes e fiquei bem curiosa em descobrir quem assassinou Ruby e porquê. O motivo fica bem claro logo no início, só que os suspeitos todos possuem álibi e a história só se complica quando uma adolescente é encontrada morta, sem nenhuma ligação com Ruby.  

Eu achei o final corrido, mas adorei os desdobramentos. Eu matei parte da charada, mas errei o assassino. [ALERTA DE SPOILERS] Eu desconfiei que o tal Basil havia movido o corpo para a biblioteca do Coronel, só para sacanear, e por isso desconfiei dele. Por outro lado, estava claro que o motivo era dinheiro, e os únicos beneficiados com a morte de Ruby eram os dois herdeiros do Mrs. Jefferson. Mas os dois tinham álibi. Cheguei a achar também que era por causa da nora dele, aí seriam ou seu pretendente e amigo, ou o dançarino/treinador de tênis. Desconfiei de Josie no começo, mas deixei de lado por ela não ter motivo. No final era realmente Josie, juntamente com o ex-genro dele, porque eles tinham se casado e  perderiam a herança. O tal do Basil tinha realmente movido o corpo (que os assassinos colocaram na casa dele para acusá-lo), mas não tinha matado ninguém. [FIM DOS SPOILERS] Achei genial a forma como Miss Marple descobriu tudo, principalmente, sobre a ligação entre as duas moças. 

Eu amo a autora e estou adorando o projeto. Indico Agatha sempre, tanto para novos leitores do gênero, quanto para quem ama ficção policial, leiam!

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Série Miss Marple

0.5 Os treze problemas

1) Assassinato na Casa do Pastor (Murderat the Vicarage), 1930

1.5 The Regatta Mystery and Other Stories, 1939

2) Um Corpo na Biblioteca (The Body in the Library), 1942

3) A Mão Misteriosa (The Moving Finger), 1942

4) Convite para um Homicídio (A Murder Is Announced), 1950

4.5 Os Três Ratos Cegos e Outras Histórias (Three Blind Mice and Other Stories), 1950

5) Um Passe de Mágica (They Do It with Mirrors), 1952

6) Uma Porção de Centeio (A Pocket Full of Rye), 1953

7) A Testemunha Ocular do Crime (4.50 from Paddington), 1957

8) A Maldição do Espelho (The Mirror Crack'd from Side to Side), 1962

9) Mistério no Caribe (A Caribbean Mystery), 1964

10) O caso do Hotel Bertram (At Bertram's Hotel), 1965

11) Nêmesis (Nemesis), 1971

12) Um Crime Adormecido (Sleeping Murder), 1976

Avaliação (1 a 5): 

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M ou N? - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. M ou N?. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins Brasil, 2021. 224p. Título original: N or M?.

"- Olha aqueles dois... de mãos dadas! São adoráveis, não acha? Temos que fazer de tudo para compensar esse marasmo que eles viveram durante a guerra..." p. 214

Chegamos ao 42º livro do Projeto Agatha Christie e as resenhas dos livros anteriores, você encontra AQUI. Em M ou N? temos mais um livro protagonizado pelo casal Tommy e Tuppence, uma linha mais de espionagem do que policial da autora. Confiram!

O casal Tommy Beresford e Prudence "Tuppence" Cowley estão desempregados e entediados. O momento também não é o melhor, a Segunda Guerra Mundial está em seu auge e a Inglaterra passando por um momento difícil. Os dois filhos do casal estão trabalhando servindo o país, e Tuppence não aguenta mais ficar em casa preocupada e sem ter o que fazer.

Até que Tommy recebe uma visita muito interessante e uma missão, eles têm apenas um problema... a sua esposa não faz parte da investigação. 

Tommy é informado que oficiais nazista estão se passando por cidadãos comuns e estão infiltrados no país. Antes de morrer assassinado, um agente da inteligência britânica passa uma mensagem:  “M ou N. Sans Souci”. As letras se referem a espiões alemães infiltrados e o termo, a um hotel na cidade de Leahampton.

Por estarem na meia-idade e acima de qualquer suspeita, o ex-agente Tommy se infiltra em meio aos hóspedes do hotel para investigar quem poderiam ser M ou N, e o que de tão importante estão fazendo na pequena cidade marítima. O que ele não esperava, é que sua esposa logo chegue em seu encalço, também disfarçada, e disposta ela mesma a descobrir toda a verdade. Claro que juntos, eles irão se meter em muitas confusões e correr um perigo real.

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Esse é o terceiro livro protagonizado pelo casal que lemos no Projeto, mas eles não são meus personagens favoritos no universo da Agatha. Prefiro a linha "quem matou" protagonizada por Poirot ou Miss Marple. Apesar disso, este foi o mais divertido deles, os dois mais velhos estão muito engraçados. Novos ainda e já considerados na "meia-idade", que tristeza kkk. 

O começo é bem lento, com eles chegando separados no hotel, vivendo sob uma personalidade falsa e tentando descobrir quem no meio daquela gente, aparentemente, pacata eram os espiões. Tommy tropeça na verdade, Tuppence desconfia de quase todo mundo, e os dois passam por vários apertos para manter o disfarce. A história é meio mirabolante e meio sem pé nem cabeça, mas tem seus momentos engraçados.

O final foi bem divertido e empolgante, embora eu tenha matado a charada de quem seria a pessoa culpada que estava hospedada na pensão. Já do outro agente, eu não desconfiei, também achei que seria o jovem químico alemão, exilado na Inglaterra. [ALERTA DE SPOILERS] Tommy é sequestrado e desaparace, Tuppence aparenta ter caído em um golpe de um agente alemão, mas na verdade, estava trabalhando com os ingleses para prendê-los e localizar Tommy. No final a agente era Mrs. Sprout, uma mãe que vivia lá com a filha. A menina deu todos os indícios de que algo estava errado. E quando Mrs. Sprout mata com um tiro perfeito uma mulher desconhecida, aparentemente louca, que sequestrou a criança, eu saquei que era ela a agente e a criança apenas uma fachada. No final, ela tinha matado a verdadeira mãe da menina, e a coitada da Betty fica órfã. O livro termina com Tommy e Tuppence falando em adotá-la! Amei isso e fiquei curiosa para ler o próximo com o casal. [FIM DOS SPOILERS]

Quem leu conte se curtiu, Agatha Christie nunca enjoa, que autora fenomenal! 

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Série Tommy & Tuppence

1. O Inimigo Secreto (The Secret Adversary), 1922
2. Sócios no Crime (Partners in Crime), 1929
3. M ou N? (N or M?), 1941
   
4. Um Pressentimento Funesto (By the Pricking of My Thumbs), 1968
5. Portal do Destino (Postern of Fate), 1973

Avaliação (1 a 5):

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Morte na praia - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. Morte na praia. Rio de Janeiro: Editora Editora L&PM Pocket, 2015. 272p. Título original: Evil Under the Sun.

Chegamos ao 41º livro do Projeto Agatha Christie e as resenhas dos livros anteriores, você encontra AQUI. Em Morte na praia temos mais um livro protagonizado por Hercule Poirot, confiram o que achei!

O famoso detetive Hercule Poirot só queria passar tranquilamente um verão na praia, e se hospedou no famoso Jolly Roger, um hotel de veraneio em uma ilha. Ele logo fez amizade com vários outros hóspedes e observa com olhos treinados a bela Arlena Stuart. Ela atraía a admiração de todos os homens por onde passava, e despertava o ódio de todas as mulheres. Poirot logo chegou à conclusão de que suas férias não seriam tão tranquilas quanto gostaria.

Temos uma bela mulher, uma esposa traída, um marido apaixonado (por outra mulher) e um marido que não demonstra o que sente. Uma enteada ressentida, uma amiga de infância apaixonada por um homem casado, tráfico de drogas encontradas na ilha e outros detalhes interessantes...

E, claro, o esperado acontece. Alguém é assassinado. A ilha isolada limita os suspeitos. Cabe a Poirot desvendar mais este mistério. 

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O enredo é muito gostoso de acompanhar, os personagens secundários são interessantes e você logo está mergulhada em mais um mistério da Rainha do Crime! Sempre me impressiona tanto a versatilidade da autora, mas também como ela consegue fazer "mais do mesmo" com tanta maestria. As histórias prendem, o leitor fica até o final tentando acertar o "quem matou" e Poirot é um protagonista peculiar. 

41 livros depois... lidos na ordem de publicação, e eu estou tão encantada quanto nas primeiras leituras. Agatha é uma autora completa, inesquecível. Adoro vários estilos da autora, mas Poirot tem um lugar especial no meu coração.

O livro em si não entrou na lista dos meus favoritos, apenas pelo final. Eu adoro essa caça de pistas e os quebra-cabeças que Poirot disseca tão bem e explica tudo no final. Mas eu gosto de tentar matar a charada e ter as mesmas pistas que ele. Aqui a autora meio que "inventa" uma saída para que a trama fique mais complexa e não é um artifício que eu goste muito. 

[ALERTA DE SPOILERS] No final, o assassino de Arlena era o seu amante. O problema é que foi impossível desconfiar do personagem. Ele passou a manhã toda na praia com todo mundo, depois ele sai de barco junto com outra pessoa e encontram o corpo. Eu não gosto desses finais mirabolantes onde mudam um acontecimento para surpreender. E o que aconteceu era que o "corpo" que acharam era a esposa do cara, que coloca um chapéu igual ao da Arlena e fica lá fingindo ser ela. Só ele chega perto (a mulher que estava com ele fica no barco), ele avisa que ela está morta e pede para ela ir buscar a polícia que ele ficaria esperando. Feito isso, a esposa dele sai de lá correndo pela escada e a verdadeira Arlena está esperando por ele dentro da caverna. Ele entra, a mata, e coloca lá igual a outra mulher estava deitada. Achei bem forçado. [FIM DOS SPOILERS).

O livro é divertido, prende, os personagens são ótimos, só não gostei realmente do final. Mas continuo amando a saga de ler todos os livros da Agatha! Leiam!!

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Série Hercule Poirot

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Uma dose mortal - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. Uma dose mortal. Rio de Janeiro: Editora Editora L&PM Pocket, 2011. 224p. Título original: One, Two, Buckle My Shoe.

Chegamos ao 40º livro do Projeto Agatha Christie e as resenhas dos livros anteriores, você encontra AQUI. Em Uma dose mortal temos mais um livro protagonizado por Hercule Poirot, confiram o que achei.

Assim como nós reles mortais... Hercule Poirot também tem medo da cadeira do dentista. Mas vai até lá bravamente para cumprir seu dever. Depois do tratamento, deixou o consultório do Dr. Monley e foi para casa. Logo depois, para sua surpresa, recebe uma ligação do inspetor Japp, informando que o dentista foi encontrado morto em seu consultório, um aparente suicídio. 

Poirot não acredita nesta versão, o dentista parecia bem e normal como sempre na consulta, eles começam a entrevistar todos que tiveram no consultório no dia. Uma das pacientes, a Srta. Sainsbury Seale, desaparece misteriosamente no mesmo dia em que falam com ela. A polícia encerra oficalmente o caso como suicídio depois do inquereto.

Mas Poirot não acredita nessa teoria e segue investigando sozinho. Ele se depara com um homem rico e influente no governo inglês, o Sr. Alastair Blunt. A morte dele era desejada por muitos e ele esteve no dentista no mesmo dia. Qual seria a ligação? 

Uma intrigante rede de espionagem, segredos e manipulação começa a se desenrolar e Poirot se vê com um  caso complicado em mãos.

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Esse foi um dos poucos livros em que achei que a autora falhou um pouco. A trama é muito complexa para tão poucas páginas, fica tudo muito corrido e meio mal explicado. Não gostei também de nenhum dos novos personagens, então não me apeguei muito a história.

Poirot está afiado como sempre, com sua sutileza soltando indiretas para todo lado e conseguindo as respostas que precisa. Mas a trama envolve coisa demais, gente demais. Espionagem, um homem importante no mercado financeiro da Inglaterra, agentes secretos etc. E depois tudo se resolve rapidamente no final e o assassino, claro, confessa. Esperava bem mais. 

A parte boa é que é praticamente impossível acertar o "quem matou" e a motivação. Eu só acertei um pouco do que tinha acontecido, mas passei longe de matar a charada. [ALERTA DE SPOILERS] No final o culpado era o Alastair e a trama era bem complexa realmente para poucas páginas. Ele era viúvo e ficou rico com o que herdou da esposa. Mas na verdade ele era casado antes, bem novo em um vilarejo do interior e cometeu bigamia. Até hoje ele tinha uma relação com a essa primeira esposa que virou uma espécie de "amante" dele e não se importava. A Srta. Seale que desapareceu, havia encontrado com ele na rua e o reconhecido como marido dessa amiga, do primeiro casamento. Então ele mata a mulher, simula a morte como sendo de outra mulher (sua primeira esposa com outro nome) e mata o dentista para trocar os documentos que identificariam o corpo. Eu desconfiei que a morta era outra pessoa, mas só isso. [FIM DOS SPOILERS].

Bom, todos já sabem que sou super fã da Agatha Christie, mas este não entrou na lista dos que mais gostei. Quem leu me conte se curtiu!

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Série Hercule Poirot

1. O Misterioso Caso de Styles (The Mysterious Affair at Styles), 1920
2. Assassinato no campo de Golfe (The Murder onthe Links), 1923
3. Poirot Investiga (Poirot Investigates), 1924
4. O Assassinato de Roger Ackroyd (The Murder of Roger Ackroyd), 1926
5. Os Quatro Grandes (The Big Four), 1927
6. O Mistério do Trem Azul (The Mystery of the Blue Train), 1928
7. Café Preto (Black Coffee), 1930
8. A Casa do Penhasco (Peril at End House), 1932
9. Treze à Mesa (Lord Edgware Dies), 1933
10. Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express), 1934
11. Tragédia em Três Atos (Three Act Tragedy), 1935
12. Morte nas Nuvens (Death in the Clouds), 1935
13. Os Crimes ABC (The A.B.C. Murders), 1936
14. Morte na Mesopotâmia (Murder in Mesopotamia), 1936
15. Cartas na Mesa (Cards on the Table), 1936
16. Assassinato no Beco (Murder in the Mews), 1937
17. Poirot Perde uma Cliente (Dumb Witness/Poirot Loses a Client), 1937
18. Morte no Nilo (Death on the Nile), 1937
19. Encontro com a Morte (Appointment with Death), 1938
20. O Natal de Poirot (Hercule Poirot’s Christmas), 1938
21. The Regatta Mystery and Other Stories, 1939 (Não lançado no Brasil)
22. Cipreste Triste (Sad Cypress), 1940
23. Uma Dose Mortal (One, Two, Buckle My Shoe), 1940
24. Morte na Praia (Evil Under the Sun), 1941
25. Os Cinco Porquinhos (Five Little Pigs), 1942
26. A Mansão Hollow (The Hollow), 1946
27. Os Trabalhos de Hércules (The Labours of Hercules), 1947
28. Testemunha de Acusação e Outras Histórias (The Witness for the Prosecution and Other
29. Stories), 1948
30. Seguindo a Correnteza (Taken at the Flood), 1948
31. Os Três Ratos Cegos e Outras Histórias (Three Blind Mice and Other Stories), 1950
32. Poirot Sempre Espera e Outras Histórias (The Under Dog and Other Stories), 1951
33. A Morte da Sra. McGinty (Mrs McGuinty’s Dead), 1952
34. Depois do Funeral (After the Funeral), 1953
35. Morte na Rua Hickory (Hickory Dickory Dock), 1955
36. A Extravagância do Morto (Dead Man’s Folly), 1956
37. Um Gato entre os Pombos (Cat Among the Pigeons), 1959
38. A Aventura do Pudim de Natal (The Adventure of the Christmas Pudding), 1960
39. Double Sin and Other Stories, 1961 (Não lançado no Brasil)
40. Os Relógios (The Clocks), 1963
41. A Terceira Moça (Third Girl), 1966
42. A Noite das Bruxas (Hallowe’en Party), 1969
43. Os elefantes não esquecem (Elephants Can Remember), 1972
44. Os Primeiros Casos de Poirot (Poirot’s Early Cases), 1974
45. Cai o Pano (Curtain), 1975

Avaliação (1 a 5):

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Cipreste triste - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. Cipreste triste. Rio de Janeiro: Editora Editora L&PM Pocket, 2014. 272p. Título original: Sad Cypress.

Chegamos ao 39º livro do Projeto Agatha Christie e a resenha dos livros anteriores, você encontra AQUI. Apesar de ser um livro do querido Hercule Poirot, este tem um estilo diferente dos outros livros protagonizados pelo detetive. E hoje conto para vocês o que achei!

Primeiro ficamos sabendo que aconteceu um crime, uma moça belíssima, de boa índole e querida por todos foi assassinada, Mary Gerrard. Ela era apenas filha de um dos empregados da Sra. Welman. Uma idosa viúva, que após sofrer um AVC ficou acamada e odiava sua invalidez. Seus sobrinhos são possivelmente seus únicos herdeiros, Elinor Carlisle, filha de sua irmã, e Roderick Welman, filho do irmão do falecido marido. 

Mary fora criada bem próxima da Sra. Welman, que gostava muito da moça e pagou pelos seus estudos. Mary era uma criada, mas fora educada como uma lady. Agora, ela cuidava da Sra. Welman e pensava no que iria fazer no futuro.

Quando a Sra. Welman morre, um pouco de repente, apesar do seu estado, ela se encontrava estável, descobrem que ela não havia deixado testamento. Então sua herdeira direta seria Elinor. Que atende ao que pensava ser um dos desejos da tia, e deixa uma boa quantia para Mary. Roderick ficou sem nada, mas ele e Elinor estavam noivos, até que ela percebe que ele se apaixonou por Mary.  

E, claro, quando Mary morre envenenada... somente Elinor tinha o motivo e a oportunidade. Ela é presa e aguarda julgamento. O advogado da família, acreditando na inocência da moça, pede a Hercule Poirot que investigue o caso. 

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Eu adorei a dinâmica desse livro, bem diferente dos anteriores. E mais uma vez, não me canso de falar sobre a versatilidade da Agatha Christie, uma autora de muitas facetas. Fico refletindo sobre o cenário literário atual , enquanto alguns autores de sucesso só escrevem exatamente a mesma coisa sempre, parece que só mudam os personagens (Nora Roberts, Harlan Coben, Dan Brown etc). Neste livro a história já começa com o julgamento de Elinor, presa por assassinato, e depois volta tudo e começa a história do começo.

E tudo aponta para ela! No decorrer da narrativa, você não enxerga outros suspeitos, e principalmente outras oportunidades de terem envenenado a moça. E apesar disso, a narrativa tem um ar meio romanceado, com tantos possíveis romances. Eu tive duas teorias, acertei alguns palpites, mas errei o assassino. Apesar que nesse livro confesso que nem era tão difícil, bobeei mesmo hehe.

Os personagens são bem interessantes. A falecida com uma história misteriosa no passado, Mary que parece ser um anjo... mas que alguém odiava a ponto de matá-la; Elinor uma verdadeira dama, mas com um ódio mortal pela vítima; Roderick, uma alma livre, ou um assassinato por interesse? E claro, temos Poirot, que chega de mansinho e busca por pistas onde ninguém enxergava nada. Adoro a perspicácia do detetive, seus diálogos com as testemunhas são ótimos. 

O final foi um pouco corrido, mas eu gostei muito de acompanhar todo o julgamento e as conclusões finais. [ALERTA DE SPOILERS] Eu desconfiei que Rody havia sim voltado à Inglaterra, mas a hipótese de que ele tinha tentando matar Elinor e matado Mary por engano para herdar o dinheiro dela, não era verdadeira. Eu desconfiei que a enfermeira era a tia de Mary na Austrália, mas não liguei os pontos até falarem no julgamento, de que Mary era a herdeira real da Sra. Welman (filha bastarda dela), então a enfermeira matou as duas para herdar o dinheiro. Essa parte foi onde a história perdeu pontos comigo... porque a enfermeira envenena a idosa para que ela morra sem deixar testamento, e Mary herde tudo. Mas só bem depois da morte da idosa, é que Mary faz o tal testamento deixando tudo para a tia, então perde sentido aqui, porque o herdeiro natural dela seria seu pai. [FIM DOS SPOILERS]. 

Eu me diverti com a leitura e continuo amando ler todos os livros da Agatha Christie, leiam!

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Série Hercule Poirot

1. O Misterioso Caso de Styles (The Mysterious Affair at Styles), 1920
2. Assassinato no campo de Golfe (The Murder onthe Links), 1923
3. Poirot Investiga (Poirot Investigates), 1924
4. O Assassinato de Roger Ackroyd (The Murder of Roger Ackroyd), 1926
5. Os Quatro Grandes (The Big Four), 1927
6. O Mistério do Trem Azul (The Mystery of the Blue Train), 1928
7. Café Preto (Black Coffee), 1930
8. A Casa do Penhasco (Peril at End House), 1932
9. Treze à Mesa (Lord Edgware Dies), 1933
10. Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express), 1934
11. Tragédia em Três Atos (Three Act Tragedy), 1935
12. Morte nas Nuvens (Death in the Clouds), 1935
13. Os Crimes ABC (The A.B.C. Murders), 1936
14. Morte na Mesopotâmia (Murder in Mesopotamia), 1936
15. Cartas na Mesa (Cards on the Table), 1936
16. Assassinato no Beco (Murder in the Mews), 1937
17. Poirot Perde uma Cliente (Dumb Witness/Poirot Loses a Client), 1937
18. Morte no Nilo (Death on the Nile), 1937
19. Encontro com a Morte (Appointment with Death), 1938
20. O Natal de Poirot (Hercule Poirot’s Christmas), 1938
21. The Regatta Mystery and Other Stories, 1939 (Não lançado no Brasil)
22. Cipreste Triste (Sad Cypress), 1940
23. Uma Dose Mortal (One, Two, Buckle My Shoe), 1940
24. Morte na Praia (Evil Under the Sun), 1941
25. Os Cinco Porquinhos (Five Little Pigs), 1942
26. A Mansão Hollow (The Hollow), 1946
27. Os Trabalhos de Hércules (The Labours of Hercules), 1947
28. Testemunha de Acusação e Outras Histórias (The Witness for the Prosecution and Other
29. Stories), 1948
30. Seguindo a Correnteza (Taken at the Flood), 1948
31. Os Três Ratos Cegos e Outras Histórias (Three Blind Mice and Other Stories), 1950
32. Poirot Sempre Espera e Outras Histórias (The Under Dog and Other Stories), 1951
33. A Morte da Sra. McGinty (Mrs McGuinty’s Dead), 1952
34. Depois do Funeral (After the Funeral), 1953
35. Morte na Rua Hickory (Hickory Dickory Dock), 1955
36. A Extravagância do Morto (Dead Man’s Folly), 1956
37. Um Gato entre os Pombos (Cat Among the Pigeons), 1959
38. A Aventura do Pudim de Natal (The Adventure of the Christmas Pudding), 1960
39. Double Sin and Other Stories, 1961 (Não lançado no Brasil)
40. Os Relógios (The Clocks), 1963
41. A Terceira Moça (Third Girl), 1966
42. A Noite das Bruxas (Hallowe’en Party), 1969
43. Os elefantes não esquecem (Elephants Can Remember), 1972
44. Os Primeiros Casos de Poirot (Poirot’s Early Cases), 1974
45. Cai o Pano (Curtain), 1975

Avaliação (1 a 5):  3.5

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E não sobrou nenhum - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. E não sobrou nenhum. Rio de Janeiro: Editora Globo Livros, 2021. 336p. Título original: And Then There Were None.

“Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move; um deles se engasgou, e então sobraram nove.

Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito; um deles dormiu demais, e então sobraram oito.

Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete; um não quis mais voltar, e então sobraram sete.

Sete soldadinhos vão rachar lenha, mais eis que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.

Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco; a abelha picou um, e então sobraram cinco.

Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato; um ficou em apuros, e então sobraram quatro.

Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez, foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três. 

Três soldadinhos passeando pelo Zoo, vendo leões e bois, o urso abraçou um, e então sobraram dois.

Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum; um deles se queimou, e então sobrou só um.

Um soldadinho fica sozinho, só resta um; ele se enforcou, e não sobrou nenhum.”

E não sobrou nenhum é 38º livro do Projeto Agatha Christie e a resenha dos livros anteriores, você encontra AQUI. Este é um dos livros mais famosos da autora, mas o título original "O caso dos dez negrinhos" assim como alguns detalhes do poema acima e da ilha foram alterados pela questão racial que envolvia a obra. Confiram o que achei!

Dez pessoas, desconhecidas entre si,  são convidadas a passar as férias em uma ilha particular onde existe apenas uma grande mansão. Depois que a mansão foi vendida pelo antigo dono, um enorme burburinho aconteceu, especulando quem seria o novo dono. Convidados por Mr. Owen, que ninguém conhece, dez pessoas são convencidas a ir para o local, cada qual por seus motivos. Todos foram ludibriados de alguma maneira para aceitar o convite, até os dois empregados que cuidavam da casa, e uma secretária, foram contratados apenas por uma agência.

Quando chegam à Ilha do Soldado,  percebem que tem algo estranho no ar. Para começar, o anfitrião ainda não chegou, conversando entre si, descobrem que ninguém o conhece pessoalmente e não sabem o porquê de serem levados até o local. Na primeira noite após o jantar, a verdade é revelada: uma gravação sinistra em um disco, narra a história de cada um deles, todos aparentemente culpados, de um crime cometido no passado, do qual escaparam impunes. Mas agora a Justiça finalmente os alcançou. E um a um, eles irão pagar.

Praticamente nenhum deles admite ter cometido o crime ao qual foi acusado. A tensão no ambiente aumenta quando, logo depois, descobrem que um deles está morto. Aparentemente por uma dose mortífera de veneno. Tony Marston, um rapaz rico e inconsequente, sem remorsos, que havia admitido ter matado 2 crianças correndo com seu carro pelas estradas inglesas. 

O Juiz Wargrave logo toma a liderança do grupo, começa a entrevistar todos sobre os crimes que, supostamente, cometeram. Em sua defesa, afirma que não condenou ninguém propositalmente e que a pessoa em julgamento era culpada. Vera Claythorne era uma bela professora, que no passado foi investigada no inquérito onde uma criança de quem ela cuidava na época, morreu afogado. Ela foi contratada para trabalhar na mansão como assistente do Sr. Owen. Philip Lombard estava no local sob nome falso, também contratado por alguém misterioso para investigar algo que ele ainda não sabia bem. No passado, foi acusado de deixar um batalhão de nativos morrer para morrer na selva. Miss Emily Brent era uma idosa solteira, que aproveitou a oportunidade de férias gratuitas. O tal disco misterioso que tocou no gramofone, acusou-a de expulsar de casa uma moça grávida, que acabou se matando. O general Macarthur aceitou com prazer o convite, o passado o acusa de enviar para a morte um de seus soldados, o jovem amante da esposa. O Dr. Armstrong era um médico renomado, mas fora acusado de matar uma senhora durante uma cirurgia simples. Mr. Blore é policial, e foi acusado de prender e dar falso testemunho sobre uma pessoa inocente. O Sr. e a Sra. Rogers são o mordomo e a empregada da mansão, eles foram acusados de matar a senhora de quem cuidaram no passado, e herdar algo substancial em sua herança.

Um barco deixa todos no local, e avisa que caso tenha mal tempo eles precisam esperar até o barco conseguir voltar, até lá, estão ilhados. 

Como um a um eles começam a morrer, descobrem que o assassino já está entre eles...

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Esté é um dos livros mais famosos da Agatha Christie, lançado originalmente em 1939 é um dos livros mais lidos da autora. É também considerado um marco na literatura policial, somos apresentados a um cenário isolado, uma festa de gala e a personagens que são todos suspeitos em potencial. E pelo passado de cada um, pessoas com quem os leitores se importam muito pouco quando começam a morrer.

Algo intrigante e diferente dos demais livros da Agatha, é de não termos um "mocinho" ou um detetive famoso à frente da investigação. Eles estão lá sozinhos, um a um começam a morrer, eles sabem que um deles é o assassino, e não sabem quem é a pessoa. Todos desconfiam de todos, é um caos em construção. 

É um livro que prende da primeira à última página, impossível parar de ler. Eu suspeitei de algumas pessoas, acertei alguns palpites e errei outros, amei demais a leitura. Ao terminar minha nota tinha sido 4.5 (tirei meio ponto por não acreditar em uma das explicações finais). Mas mudei a nota agora ao escrever esta resenha, impossível não amar o brilhantismo da autora na construção desses personagens. E essa trama incrível e muito bem bolada!

Como eu disse antes, nenhum dos personagens é particularmente agradável. Achei alguns mais interessantes, como o misterioso Lombard, e a professora, mas você não liga para quem morre, afinal, claramente todos foram culpados pelos crimes dos quais foram acusados. E o final, mesmo eu tendo matado algumas charadas, me surpreendeu muito, Agatha fechou a trama de forma muito interessante. Este merecia uma nova adaptação no cinema e pelo jeito tem chance, vamos aguardar. 

[ALERTA DE SPOILERS] Quando os personagens começam a morrer eu desconfiei de cara do juiz, por ser alguém rígido e muito cheio de certezas de suas opiniões. Desconfiei também do Lombard, mas logo percebi que ele era mais interesseiro do que cruel. Só que o juiz é o sexto a morrer. Então comecei a suspeitar que um dos primeiros não havia morrido, ou que tinha mais alguém escondido na ilha (eles revistaram tudo e não acharam ninguém). E no final... era o juiz. Ele fingiu sua própria morte (o que nem desconfiei porque ele levou um tiro na cabeça) com a ajuda do Dr. Armstrong, que foi convencido que era esta a melhor forma de encontrar o culpado. Logo depois o médico morre, e os três restantes estão apavorados. Todas as mortes foram bem interessantes, mas o final do juiz foi a parte da história em que não acreditei. Depois de todos mortos, da polícia perdida sem saber como 10 pessoas morreram e não tinha mais ninguém lá, aparece uma carta em uma garrafa na água, onde o juiz conta como planejou e executou tudo. Ele sofria de uma doença terminal, tinha pouco tempo de vida, e para morrer da forma como havia morrido na história (com um tiro na cabeça), ele deita na cama e prende a arma como algo na porta, ai puxa a linha, a arma dispara e ele morre... isso tudo dar certo com 1 tiro foi o que não me convenceu rs. [FIM DOS SPOILERS]

Eu amei a história e indico muito, um dos meus favoritos da autora, leiam!

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Avaliação (1 a 5):

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É fácil matar - Agatha Christie

CHRISTIE, Agatha. É fácil matar. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins Brasil, 2021. 240p. Título original: Murder Is Easy.

"- Bem - disse ele. É que são tantos homicídios! É difícil uma pessoa cometer tantos homicídios e ficar impune, não é?

Miss Pinkerton fez que não. Ela falou de cara séria:

- Não, meu garoto, não. É aí que o senhor se engana. É fácil matar... desde que ninguém suspeite da sua pessoa. E veja que a pessoa em questão é justamente a última de que alguém suspeitaria!" p.18

É fácil matar é o 37º livro do Projeto Agatha Christie. Estamos lendo 1 livro por mês da Rainha do Crime e eu estou adorando essa ideia, os livros anteriores você encontra AQUI. Este é o quarto livro com o Superintendente Battle, confiram o que eu achei!

Luke Fitzwilliam é um soldado que serviu no Oriente Médio. Ao retornar à Grã Bretanha, conhece uma senhora no trem. Miss Pinkerton vive em um pequeno vilarejo inglês e conta para ele que está indo a Scotland Yard denunciar uma série de assassinatos, vistos apenas como terríveis acidentes pela polícia local. Ela afirma ter visto nos olhos da pessoa quem seria sua próxima vítima. Afirma também que o médico da cidade corre perigo e ela quer salvá-lo.

Depois de refletir sobre o assunto e sem saber se a senhorinha estava lúcida, ele descobre que Miss Pinkerton foi atropelada e morreu, antes de chegar ao seu destino. Ele acha a morte suspeita e decide viajar para a cidade e investigar por conta própria.

Um amigo o ajuda, e sob o falso pretexto de escrever um livro sobre superstições em pequenos vilarejos ingleses, ele chega à cidade e se hospeda na casa do Lorde Whitfield. A noiva do tal lorde, Miss Bridget Conway, é prima de um amigo de Luke, e aceita ajudar fingindo que é prima de Luke. 

Ele começa suas falsas entrevistas e suas muitas perguntas. E descobre que a " próxima vítima" de quem Miss Pinkerton falou, já está morta. 

Apesar da pequena vila ter poucos habitantes, ele descobre que nada é o que parece. E precisa correr contra o tempo para encontrar quem matou todas aquelas pessoas, antes que mais alguém morra. 

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Este não entrou na minha lista de queridinhos da autora, embora a premissa de como "É fácil matar" tenha sido uma das frases mais interessantes da autora. Amo a Agatha, mas suas tramas são corridas por muitas vezes e os personagens muito rasos. Os romances então são terríveis, tudo jogado do nada. Prefiro os livros com os personagens recorrentes, como Poirot, porque aí já conhecemos todo mundo e o livro flui melhor. 

Luke não foi um protagonista que me interessou muito. Ele era inexperiente como detetive, claro, e acaba deixando de fazer perguntas importantes e confiando fácil demais em todo mundo. Seu interesse romântico por Bridget também foi completamente jogado do nada. Achei o moço sem sal toda vida. 

As mortes todas "acidentais" são interessantes e o culpado segue uma incógnita até o final, desta parte eu gostei mais. Não desconfiei da pessoa quase até os últimos capítulos, então não posso dizer que matei a charada. Gostei do final e de como tudo se revelou.

Outra coisa estranha é que este livro seria o quarto do Superintendente Battle, mas na verdade ele praticamente não aparece e não é ele que investiga os crimes. Ele aparece no último capítulo, apenas para efetuar a prisão, uma pena, gosto do personagem.

Bom, eu amo Agatha, e mesmo os que não acho ótimos, são leituras que eu gosto de fazer. Leiam!

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Série Superintendente Battle

1. O Segredo de Chimneys (The Secret of Chimneys), 1925
2. O Mistério dos Sete Relógios (The Seven Dials Mystery), 1929
3. Cartas na Mesa (Cards on the Table), 1936
4. É fácil matar (Murder is Easy / Easy to Kill), 1939
5. Hora Zero (Towards Zero), 1944

Avaliação (1 a 5):

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