O aprendiz de assassino - Robin Hobb
>> sexta-feira, 1 de novembro de 2019
HOBB,
Robin. O aprendiz de assassino. Rio
de Janeiro: Editora Suma das Letras, 2019. 376p. (A saga do assassino, v.1). Título
original: Assassin’s Apprentice.
“- Porque
você é um bastardo real, e refém da sua própria linhagem. Por enquanto, como
digo, você não é uma ameaça para Shrewd. Você é muito novo e, além disso, está exatamente
onde ele pode te vigiar. Mas Shrewd pensa no futuro, e você devia fazer o
mesmo.” p.98
Literatura
fantástica já foi um dos meus gêneros favoritos no passado. Mas acabam lançando
tanta coisa e tantas séries enormes que enjoei bastante do gênero, tirando algumas raras exceções, começou a
parecer tudo igual. Das fantasias minhas favoritas são os romances
épicos, histórias mais maduras; narrativa mais densa e elaborada. Essa é
uma trilogia antiga, que tinha saído no Brasil pela Editora Leya, e agora volta com essa nova edição da Suma das Letras. Eu finalmente decidir
conferir, e hoje conto o que achei do primeiro volume da trilogia com O aprendiz de assassino da Robin Hobb.
Fitz tinha apenas 6 anos de
idade quando seu avô lhe largou num prédio da guarda real, anunciando que já
era hora do pai do menino cuidar de seu bastardo. E vai embora sem olhar para trás...
Fitz se lembra de uma mulher chorando, mas não se lembra da mãe. E o pai do
menino é o príncipe herdeiro dos Seis Ducados, Chivalry Farseer.
Ele
é humilhado por muitos, tolerado por alguns. Uma criança que já carrega um
grande peso nas costas. O Rei o quer por perto, afinal ele pode vir a se tornar
perigoso. Mesmo com dois irmãos mais novos na frente da linha de sucessão de
Chivalry, ele seria o próximo, pois a esposa do pai é infértil e não lhe deu
outros filhos. Quando fica sabendo da existência do menino, Chivalry abdica do
seu direito ao trono, e vai embora do reino com a esposa.
Ele
é levado para a corte e cresce lá, a sombra de todos, protegido por Burrich, o mestre dos estábulos. Em
meio a criados e plebeus da Cidade de Torre do Cervo, Fitz sabe muito pouco do
mundo, mas tenta se virar sozinho. Dos seus dois tios, Verity é simpático quando o vê, mas depois de se tornar o novo
herdeiro, vive ocupado. E Regal o
odeia, e quer o bastardo longe da corte.
O
Rei Shrewd convoca Fitz quando ele
fica um pouco maior, e faz com que ele jure obediência e fidelidade ao rei.
Carregando no sangue a magia ancestral do Talento, Fitz consegue se comunicar com
os animais e pode desenvolver esse poder. Ele começa a ser treinado para se
tornar um assassino a serviço do rei por Chade,
o assassino real.
Anos depois, quando
selvagens começam a atacar o reino, um plano maior parece se revelar. O
aprendiz recebe uma nova missão, e apesar de parecer descartável para quase
todos, irá provar que pode salvar o reino do caos.
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Adorei!!
Enredo muito bem construído, ótimos personagens e uma narrativa que vai
evoluindo aos poucos e culmina em um final interessante. Só achei lento demais!
Como todo épico, é bastante descritivo, mas eu devo estar desacostumada com esse
estilo, morri de sono em várias partes rs.
A
magia é bem sutil até agora, o Talento é meio que entrar na mente de outra
pessoa, ler pensamentos, se comunicar através deles independente da distância,
sugar poder de outra pessoa e até influenciá-la. Até agora é a única manifestação de magia que
existe, e parece que vai continuar assim. Curti bastante essa proposta.
Como
todo reino, os Seis Ducados também estão cheios de intrigas e oposições.
Batalhas dentro do reino, ataques, cidades insatisfeitas. E o povo, claro,
pobre ao redor dos ricos governantes. A parte do complô que culminou no final
achei bem previsível. Desde o começo imaginei quem era o culpado pela traição.
E achei Verity inocente demais. Quando a gente lê cinco livros de Game of thrones o resto é fichinha rs.
Fitz
é um personagem fofo! Ele narra como se tivesse escrevendo suas memórias, em
primeira pessoa, e o conhecemos com 6 anos. Então é impossível não se apegar
ao garotinho, sozinho no mundo e tão bonzinho. Logo no início fica claro seu
dom de interação com os animais. Morri
de pena dos cachorros do livro, já li imaginando as tragédias pela frente rs.
Quando fica mais velho, tudo só vai piorando. Ele sempre foi humilhado e
chamado de bastardo, mas quando começa a ser treinado como um membro da família
real, é espancado, abusado, humilhado de todas as formas.
Os
outros personagens também são bem interessantes, os mais legais como Molly
Burrich, Chade... e os do “mal” também. Todos bem construídos e intrigantes.
O
livro teve um final bem redondo para o que estava acontecendo, então estou
curiosa para saber o que acontece no segundo volume, espero que lancem logo
nessa nova edição. Eu não conhecia ainda a autora, mas toda hora fico olhando se escrevi errado, porque eu fui pesquisar sobre ela e só escrevia "Robin Hood" kkkk.
Eu
indico para os fãs de fantasias mais adultos, os fãs de As
crônicas de gelo e fogo e As
crônicas do matador do rei, com certeza irão curtir. Leiam!
Adicione
ao seu Skoob!
Trilogia
A saga do assassino (nova edição):
- O aprendiz de assassino (Assassin’s Apprentice)
- Royal Assassin (os demais ainda não lançados no Brasil)
- Assassin Quest.
Avaliação
(1 a 5):