Em outra vida, talvez? - Taylor Jenkins Reid
>> quarta-feira, 2 de novembro de 2022
REID, Taylor Jenkins. Em outra vida, talvez? Rio de Janeiro: Record, 2018. 322 p. Título original: Maybe in another life.
Todo mundo que acompanha este blog sabe que essa resenhista que vos fala é fã de carteirinha da autora Taylor Jenkins Reid. Os livros já lidos dela podem até não levar 5 estrelinhas sempre, mas, em todas as leituras eu saí, no mínimo, reflexiva, e com um pensamento de como essa mulher sabe falar sobre fatos cotidianos da vida de uma forma que eu jamais vi outro autor fazer. Mas será que ela fez isso também em Em outra vida, talvez? Vem que te conto!
Hanna Martin está em uma fase da vida em que não sabe o que quer ser ou fazer, nenhum lugar parece ser o seu lugar. Então, após terminar o último relacionamento, decide voltar para Los Angeles e tentar de novo. Ela sabe que vai reencontrar pessoas queridas, como sua melhor amiga Gabby e seu ex, Ethan.
Para comemorar o retorno de Hanna à cidade, Gabby convida alguns amigos para se encontrarem em um bar da cidade. Ao fim da noite, é dado à Hanna a chance de escolher entre ficar no bar e curtir o resto da noite ao lado de Ethan e ir embora com Gabby e o marido dela.
E o que acontece é que, em realidades paralelas, Hanna vive as duas escolhas e, em cada uma delas sua vida segue rumos completamente diferentes.
"- E se eu comer tanto pãozinho de canela e acabar engordando 180 quilos, e aí?
-Aí, o quê? - pergunta ele. Só está me escutando parcialmente. Esta concentrado em encontrar um lugar para estacionar.
- E então, isso acabaria com tudo? Seria um fator decisivo?
Ele ri de mim.
- Pode tentar o quanto quiser, Hannah, mas não há fatores decisivos entre nós.
Eu me viro e olho pela janela.
- Ah, aí da vou encontrar seu ponto fraco, Sr. Hanover. Mesmo se for a última coisa que eu fizer na vida.
Ele ri quando diminui a velocidade para parar num sinal vermelho e olha para mim.
- Eu sei o que significa sentir saudades de você- diz ele. O sinal fica verde, e ele acelera em direção à avenida. - Então você vai ter que encontrar um problema bem insuperável pra que eu deixe você ir embora de novo. ". P. 66/67.
Quando fiquei sabendo da existência desse livro e que ele tinha sido o único a ser lançado pela editora Record e não pela Pararela como os demais, o primeiro pensamento que tive foi de que esse poderia ter sido o primeiro livro escrito pela autora. Mas não.
Na verdade, esse foi o primeiro livro lançado no Brasil, mas não o primeiro escrito, que foi Para sempre, interrompido.
Ao começar a leitura acabei me dando conta de que, se alguém me perguntasse, pelo contexto da história de cada livro da autora, qual foi o primeiro a ser lançado, seria impossível indicar.
Isso porquê Taylor tem um jeito tão específico para contar cada história e de uma forma incrível em todas elas que fica impossível procurar aquele que teria sido o primeiro, o que indicaria uma menor experiência como autora, por assim dizer.
Em cada livro é fácil observar o tema que ela pretende abordar: viuvez, fama, casamento, culpa, divórcio e no caso específico de Em outra vida, talvez?, escolhas/destino. Acho muito legal essa característica da autora e acho que é isso que me faz gostar tanto de suas histórias.
Falando um pouco dos personagens, assim como em Amor(es) verdadeiro(s), torci mais para que Hanna ficasse com o cara que achei que era mais certo para ela do que aquele que ela achava que queria ficar para sempre, rs. Não tive muita empatia por Ethan, de modo que minha torcida foi declarada para Henry logo em sua primeira aparição no livro.
Gabby, a melhor amiga de Hanna, para mim, é a melhor personagem secundária de todos os tempos da literatura e merecia um livro só para ela, assim como Taylor escreve sobre alguns personagens secundários de outros de seus livros (como Mick Riva e Carrie Soto). Queria muito, muito uma Gabby em minha vida. Sorte de quem tem uma!
Os pais de Gabby são igualmente legais e achei os pais de Hanna bem omissos e desleixados, rs. Não me admira que ela tenha pego os da Gabby emprestado.
Apesar de eu ter demorado aproximadamente 60 dias para terminar esse livro que tem só 322 páginas, isso não quer dizer que eu não tenha adorado a história. Foram só uns percalços da vida (e da literatura) que me fizeram adiar, mas quando peguei para dar um gás e terminar li com gosto e terminei do jeito que sempre termino os livros da Taylor: reflexiva.
O livro me fez pensar sobre as escolhas que fazemos e o destino que todos temos programado para nós. Será que as escolhas são feitas porque um destino pré programado nos faz escolher de determinada forma ou será que, independente do que escolhemos, esse mesmo destino nos levará ao mesmo caminho porque é esse que tem que ser? Será que se faço uma escolha que me leva a um caminho, em um mundo paralelo existe uma Evelyn que fez uma escolha diferente e que por isso vive uma vida diferente? Se esse questionamento fundiu sua cuca, ou te colocou para pensar, acho que você precisa ler esse livro, e logo!
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