O burnout - Sophie Kinsella

>>  segunda-feira, 21 de julho de 2025

KINSELLA, Sophie. O burnout. Rio de Janeiro: Editora Record, 2024. 364p. Título original: The burnout.

"- É verdade que você fugiu do escritório e deu de cara com uma parede?
- Ah, isso - digo, me sentindo meio envergonhada. - Não foi tão feio assim...
- Você teve que ir para o hospital?
- Bom, sabe como é. Foi por precaução.
- Você preferiu ser freira a trabalhar com a Zoose?" p. 285

Eu estava com tanta saudade dos chick-lits da Sophie Kinsella no melhor estilo "vergonha alheia"! Eu amo a autora, mas seus livros têm mudado um pouco com o passar dos anos e o que eu mais gosto são essas protagonistas engraçadas, estilo Becky Bloom, que a gente ama e nos faz gargalhar alto! Digo isso, confiram o que achei do último livro da autora lançado no Brasil, O burnout.

Sasha Worth trabalha como diretora de promoções especiais na Zoose, um aplicativo de viagens que vem fazendo muito sucesso. Mas para Sasha já deu! Ela vem sofrendo com o excesso de trabalho, com a ausência de funcionários e a rotina esmagadora. A verdade é que ela vem deixando toda a sua vida de lado para trabalhar, e sente que faz isso dia e noite, sem descanso.

Ela tem calafrios e tremores só de pensar em responder mais um e-mail urgente ou em conversar com a diretora de empoderamento e bem-estar. Ela nem lembra a última vez em que conversou com alguém sem ser do trabalho, sair é algo impossível. Sexo? É tanto esforço só para esfregar uma genital na outra... Preparar um jantar? Vai sujar tanta louça, fazer tanta lambança, ela não consegue nem ter tempo para escolher onde jantar. Ela só pede a mesma coisa, no mesmo lugar, e leva para casa todos os dias. 

Desesperada, tenta falar com o diretor da empresa, mas é barrada por uma funcionária que insiste para que ela fale do que precisa. Sasha finge que vai ao banheiro, sai correndo dali e um acidente acontece. Depois de hospitalizada, ela é forçada a tirar uma licença para "se recuperar". Ela é diagnosticada com burnout, e com a ajuda da mãe viaja para o litoral, a mesma cidade onde passou várias férias na infância. Na época seu pai ainda era vivo e a vida era muito mais fácil. Rilston Bay é um paraíso com lindas praias, aulas de surf e um hotel famoso. 

Ao chegar, Sasha se depara com o hotel caindo aos pedaços, e com uma pequena equipe desesperada para agradar. Apesar do vento frio e do tempo nada convidativo, ela resolve que vai encarar aquilo positivamente. Ela tem um aplicativo de Bem Estar, uma lista com 20 passos para uma vida mais saudável e pretende cumprir!  

E para piorar ela conhece Finn Birchall, um hóspede mal humorado que parece ter também muitos problemas no trabalho. Por mais que Sasha tente seguir seu programa e ignorar tudo ao seu redor, ela e Finn parecem ter mais em comum do que ela gostaria. 

E suas férias inusitadas, começam a tomar um rumo bem diferente...

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Como eu me diverti com essa leitura! Amei todos os personagens, as situações inusitadas e completamente sem noção, o romance leve, as piadas vergonha alheia. Gargalhei alto com esse livro, estava com muita saudade de chick-lits assim, tão despretensiosos e divertidos. Kinsella não errou a mão, diva da comédia!

Sasha é uma protagonista muito fofa. Uma mulher solteira, batalhadora, mas que acabou em uma situação de trabalho impossível de lidar. A autora aborda o burnout de uma forma leve e bem divertida, mas é um problema sério nas empresas em dias atuais.

"Burnout, em português, significa "esgotamento profissional" ou "síndrome do esgotamento profissional". É um estado de exaustão física, emocional e mental causado por estresse crônico e prolongado no trabalho."

As situações contadas por Sasha no início do livro são perturbadoras. E muitas vezes nem percebemos o quanto o trabalho afeta os outros aspectos da nossa vida. Quando você dorme pensando no trabalho, acorda pensando no trabalho, e passa o dia atolada de coisas pensando em como vai dar conta de tudo. Esse estresse é considerado comum, essa carga de trabalho também e muitas vezes nos sentimos mal ao não conseguir lidar com toda a pressão. A abordagem leve faz refletir e os acontecimentos são todos bem comuns. Nada estranho para mim, por exemplo. 

Além de Sasha temos Finn, bem mala no começo, mas que vamos passar a gostar quando o conhecermos melhor. A mãe de Sasha é uma comédia! Se passando por assistente pessoal da filha e pedindo as coisas mais esquisitas para os funcionários do hotel. E aquele hotel e os funcionários roubam todas as cenas! Um lugar caindo aos pedaços, uma hospedagem que tem tudo para ser terrível, e acaba se revelando um lugar tão especial, com pessoas completamente loucas hahaha, mas com boas intenções. 

A trama é leve e se desenvolve bem, o livro me prendeu do início ao fim. Achei o final meio corrido e queria mais do romance. Mas o final foi fofo, emocionante, e tem um epílogo bem legal. 

Eu adoro a autora e indico sempre, quem leu me conte se curtiu!

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Avaliação (1 a 5):

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