Viagem Literária: Artemis Fowl

COLFER, Eoin. O menino prodígio do crime. 12 ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. 288p. (Artemis Fowl, V.1)

“AFASTE-SE, HUMANO.

Você não sabe com o que está lidando.”

Conheça um reino encantado... povoado por fadas, centauros, duendes, elfos, gnomos e trolls, que existem a séculos sem serem descobertos pelo abominável povo da lama. Até que em um belo dia... um anti-herói, com armas modernas e poderosas, põe em risco este segredo.

Se achou alguma coisa estranha nesta história, não se assuste, pois este é um conto de fadas muito diferente, no primeiro volume da série Artemis Fowl: O menino prodígio do crime de Eoin Colfer.

Artemis Fowl é um garoto pessimista e mal humorado, mas com uma mente brilhante. Ele tem apenas 12 anos quando inicia sua primeira aventura no mundo do crime. O único herdeiro de um clã de famosos ladrões, ele elabora um plano audacioso para recuperar a fortuna da família após o misterioso desaparecimento de seu pai, que deixou sua mãe em estado catatônico.

Holly Short é capitã da unidade de elite da polícia das fadas, uma elfa valente e irritada, disposta a tudo em nome da justiça, mas que vive se metendo em várias confusões. Em uma noite de lua cheia enquanto fazia seu ritual mágico, é seqüestrada pelo povo da lama. Holly percebe que seu seqüestrador é apenas uma criança, que sabe muito sobre o seu povo, mas não sabe o tamanho da encrenca na qual se meteu.

Artemis está confiante que pode vencê-los facilmente, descobriu todos os segredos do povo das fadas e sabe como enfrentá-los, a vitória parece fácil até que eles param de jogar conforme as regras. O resultado desta batalha, só lendo para descobrir.

Uma série divertida e inteligente, onde o autor descobriu uma forma genial para escrever sobre um mundo de fantasia que coexiste com o mundo real. O povo da fada vive no subterrâneo, escondido da humanidade e tem uma organização mais evoluída que os humanos, conhecido como o povo da lama. Com armas modernas, mágicas capazes de parar o tempo, apagar a memória e bombas mortais, criticam os humanos por sua ambição sem limites, seu desrespeito ao meio ambiente e depredação da natureza.

Artemis é um personagem fascinante, não só pelo seu lado gênio que agora já conhecemos tão bem, mas porque atrás da fachada fria e calculista vai revelando um lado triste e solitário, com algumas crises de consciência, um pouco de humor e bastante ironia. Os personagens secundários são ótimos, como Butler o guarda-costas valentão e invencível, no melhor estilo “Duro de Matar”; o comandante Raiz, chefe de Holly que de tão bravo e irritado passa a ser engraçado, e não posso deixar de comentar sobre o centauro Potrus, inteligente e muito divertido.

Gostei muito do livro, apesar de que o início é meio devagar e demorou um pouco para engrenar. A série tem um estilo diferente, divertido, inteligente, com várias reviravoltas e um final pouco previsível. Para quem quer conhecer o livro a fundo existe um código muito interessante que você pode tentar decifrar no final de cada página, escrito em gnômes. Claro que estamos falando de uma coleção infanto-juvenil, indicada para crianças a partir dos 12 anos por aí, então encarne a criança que existe dentro de você quando começar a ler.

"Quando uma criatura do Povo fica presa acima do solo sem magia é melhor evitar contato com humanos. Esconda-se num rio raso, já que os humanos, especialmente as crianças, não gostam de tomar banho. Cubra-se com uma pele de ovelha ou cabra já que os humanos costumam não ser suficientemente espertos para notar. Se for acuado por um humano bata com a palma da mao no chão já que isso costuma amedrontar os homens da lama. Se não tiver sucesso, admita que é uma criatura das fadas e os humanos, sendo criaturas cínicas, vão pensar que você é um amigo fantasiado tentando enganá-los. Se tudo isso falhar peça algum dinheiro emprestado e os homens da lama vão fugir em grande velocidade e nunca mais procurarão você de novo." Tradução de parte do código do livro da Wikipédia

Série Artemis Fowl: